Em
crônica escrita recentemente, foi ressaltado que os brasileiros conseguiram mandar
para o espaço sideral seus sentimentos de amor ao Brasil, passando a demonstrar
gigantesca omissão quanto à responsabilidade inerente à preservação dos princípios
fundamentais da moralidade, dignidade, honorabilidade, entre outros que não
podem jamais se afastar deles, de forma alguma, porque a degeneração do país,
em termos de princípios, tem origem justamente na perda dos valores próprios do
ser humano, mostram os fatos do cotidiano.
Na
atualidade, muitos homens públicos têm conseguido introduzir na mentalidade de
alguns brasileiros ideais degenerativas da moral e dos bons costumes como sendo
princípios capazes de transformação necessária para o soerguimento do país,
tendo o poder de convencimento de tal forma que a militância acredita cegamente
na absoluta dominação e no poder da manipulação que viriam em benefício de
sociedade mais feliz, quando tudo não passa de verdadeiro engodo.
O
caos parece mais do que visível, a tal ponto que tem sido impossível para os
fanatizados perceberem que atividades políticas têm sido promovidas com a
estrita finalidade de satisfação de interesses pessoais e partidários, com o
aproveitamento da inevitável ingenuidade da militância, notoriamente em
detrimento das causas da população e do país.
Citem-se,
em especial, o caso do principal político brasileiro, que deveria primeiro
cuidar de limpar seu nome na Justiça, para depois se envolver com seus
interesses políticos, mas preferiu, em evidente afronta aos princípios
democráticos, ao ordenamento jurídico e às decisões judiciais, se candidatar logo
ao principal cargo da República, cujo ato tem contado com o respaldo da
explícita manipulação do povo, que, por motivações ideológicas, acredita nos seus
maquiavélicos planos políticos de salvação nacional.
Não
obstante, o próprio político tem absoluta certeza de que ele é “ficha-suja”, considerado
legalmente inelegível, fato que contradiz os pilares, a essência, dos princípios
republicano e democrático, ante à necessidade da comprovação dos requisitos de
idoneidade e demais condutas exemplares de honradez e dignidade necessários
para o nobilitante exercício de cargo público eletivo.
Na
atualidade, sem que o povo perceba ou até possa enxergar, mas prefere
considerar normal, há atividades políticas sendo manipuladas por políticos sem
o mínimo de condições morais, comandando partidos políticos e impondo absurdas
orientações, objetivando a costura de composições políticas capazes da
conquista do poder e da sua influência, para apenas tirar proveito da situação,
notadamente no que se refere ao espúrio benefício do foro privilegiado, que
praticamente funciona salvo-conduto à impunidade.
Causa
estranheza que parcela expressiva de brasileiros se passe por esperta e tenha
sido capaz de considerar normal situação deplorável de destruição dos princípios
maiores da República, para aceitar a transformação do Brasil numa republiqueta
inexpressiva, tendo a influência de liderança completamente arruinada no
torvelinho da desmoralização e da decadência dos conceitos edificantes e de
valores próprios do verdadeiro homem público, que deve perseguir o poder tão
somente por meio da estrita observância dos requisitos de bons antecedentes
exigidos para o exercício de cargos púbicos eletivos.
Aliás,
certamente que nem nas republiquetas seja admissível a participação de pessoa
condenada à prisão integrar partido político e pior ainda de orientar e decidir
os rumos a que ele deva seguir, como forma de atuação, porque isso não condiz
com os princípios da seriedade, civilidade, moralidade e responsabilidade
públicas, além de demonstrar, ao contrário, que o povo merece e tem total
direito de ter a sua honra e o seu sentimento respeitados e preservados, como
forma de imunização contra os homens públicos inescrupulosos e aproveitadores
da boa vontade e da ingenuidade das pessoas, conquanto os quais somente demonstram
preocupação com seus projetos políticos.
Diante desse dantesco e preocupante cenário
político, chamuscado com tonalidade carregada de inadmissível surrealismo, o
senhor Xavier Fernandes, interpretando, com muita sabedoria e extremo realismo
os fatos da atualidade, escreveu, de forma magistral e com veemência, o
sentimento de angústia e temor pelo porvir, nos seguintes termos: “Você (se referindo ao meu texto citado
acima) expressa com clareza e detalhes
toda a essência do momento que vivemos em nosso país. Realmente é lamentável
esse imbróglio indigesto que estamos assistindo, em que uma grande parte da
população brasileira está alienada e acometida pelo vírus do fanatismo radical,
por uma ideologia totalmente ultrapassada que fez e faz um grande mal ao nosso
país. É uma vergonha vermos pessoas intelectuais concordarem com todos esses
atraso e desmando que tanto prejudicaram a nação. Uma ideologia doentia, que
não ver e nem aceita uma nova história, a ponto de ficar na porta de uma cadeia
esperando um fora da lei, um corrupto para governar o país. Isso é uma atitude
de um povo ignorante, que envergonha e rebaixa o nosso Brasil, à luz das Nações
de primeiro mundo... Que futuro teremos? Será que fora da cadeia não há um
homem capaz, honesto, competente para ser o presidente? Temo por toda essa
situação embaraçosa, em que também a Justiça superior está sem direção e não
põe um ponto final em toda essa confusão. Infelizmente vivemos em tempos de
muita insegurança e desequilíbrio... Um país dividido, sem horizontes, à
deriva... Estou preocupado... A ignorância e o radicalismo podem nos conduzir
ao caos... Mais uma vez o nosso grande Antonio Adalmir Fernandes mostra, com
competência e sobriedade, provando com argumentos consistentes e reais, toda
essa situação, nos dando uma aula de conhecimento social e político, com muita
lucidez e inteligência...”.
Prontamente,
procurei interpretar o real sentimento do senhor Xavier Fernandes, que se
expressou com enorme lucidez e fidelidade aos fatos que estão acontecendo na
atualidade, que não poderiam ter sido descritos com maior autenticidade e
presteza, porque é exatamente como ele disse que a classe política e parcela
expressiva brasileira conseguiram se nivelar em planos os mais rasteiros
possíveis, em visível demonstração de completa fragilidade moral espetaculosamente
deplorável.
É
induvidoso que se tratam de ponderações e avaliações do maior valor sobre as minhas
modestas opiniões acerca de determinados fatos referentes à atualidade política
brasileira, a demonstrarem que parte do povo, talvez inebriado pelo sentimento acerca
de algo nada extraordinário e ainda em estado de completa inércia moral, evidencia,
de forma absolutamente despudorada, o desejo mórbido por ansiar a volta de “país
feliz”, como assim tem sido o mote em defesa de político preso, exatamente pela
constatação da recriminável prática de atos contrários à dignidade e à
moralidade na administração do país, fato este que, por si só, já é motivo de natural
repulsa da sociedade conscientizada sobre os reais princípios inspiradores sobre
o zelo e os cuidados da coisa pública.
Já
dito, em uma das minhas crônicas publicadas no Facebook, que o povo tem o
governo que merece, ou seja, a depender de parcela expressiva de eleitores com pensamento
ideológico diferente da defesa das causas nacionais, o Brasil teria enorme
possibilidade de voltar a ser dominado por pessoas que já demonstraram tamanha incapacidade
para administrar uma nação com as grandezas social e econômica como o Brasil, o
que significa a possibilidade para a volta de passado tenebroso, em que os governos
socialistas mostraram gigantescas ojeriza às reformas políticas e
administrativas do Estado, preferindo o seu funcionamento sob estruturas
retrógradas, obsoletas e contraproducentes, com base nos pilares da
incompetência, ineficiência e desperdícios, cujos resultados se mostraram
altamente prejudiciais aos contribuintes, que foram e são obrigados ao
sacrifício de honrar com uma das maiores cargas tributárias do mundo.
O
mais grave de tudo isso é que a liderança dessa organização mista de política e
sindicalismo pretende voltar a comandar o poder, em que a cabeça considerada
pensante e iluminada se encontra, no momento, impossibilitada de manobrar diretamente
pessoas e mecanismos próprios para a conquista de seus ideais políticos, mas nem
por isso deixa de influenciar nas decisões desastradas do partido, que poderia
imaginar que não tem o menor cabimento o Brasil ser administrado por pessoa
implicada intensamente com a Justiça, porque isso é absolutamente incompatível
com os princípios da moralidade e da dignidade públicas.
Isso
dá a verdadeira dimensão do quanto, em termos de moralidade e decência,
encontra-se o fosso que separa o Brasil desejável, de pureza moral e gestão
competente, da parte do outro Brasil, que na realidade aspira ser "feliz
de novo", com a volta à Presidência da República de pessoa condenada à
prisão, visivelmente decadente e desmoralizada, em termos políticos, justamente
por não terem sido aprovados seus atos na vida pública, diante da constatação
do recebimento de propina, objeto de denúncia que não foi infirmada nas fases
próprias da ampla defesa e do contraditório.
Na
verdade, o referido fato, além de ser vergonhoso para a país, recomenda-se, no
mínimo, como forma natural de transparência democrática, a obrigatoriedade da justificativa,
dos esclarecimentos ou da comprovação, junto à sociedade, por parte do
denunciado, do quanto é alegado de errado pela Justiça, de modo que os elementos
juridicamente válidos permitam se evidenciar a alegada inocência, que apenas é
defendida verbalmente, na base do grito, sem nenhuma validade legal, embora
isso, infelizmente, para os devotos do principal político, já é mais do que
suficiente.
Diante
desse quadro horroroso e horripilante, causa espécie que os opositores, em
princípio, os homens públicos que também se habilitam ao poder, embora também
não tenham apresentado nenhum atestado de bons antecedentes na vida pública, como
deve ser exigido pela sociedade, expedido por quem de direito, estão
absolutamente silentes, sem ter a dignidade cívica e patriótica para levantar a
voz contra essa situação deplorável.
À
toda evidência, como se trata de político preso, de indiscutível incapacitado
moral e jurídica para o exercício de respeitável cargo público da República,
não faz o menor sentido a insistência da sua candidatura, fato este que se
recomenda orientação às pessoas honradas
sobre os reais malefícios de político condenada à prisão ter a petulância de pretender
ou tentar ascender a cargo público eletivo, evidentemente pelo apoio emanado do
povo, diante de situação simplesmente impensável e inadmissível se tal situação
ocorresse em país com o mínimo de seriedade e civilidade, em termos políticos e
democráticos.
Não
obstante, como o fato se possa no Brasil, tal pretensão certamente não será viabilizada,
porque se trata de caso impossível até mesmo nas piores e mais debilitadas
republiquetas, porque isso apenas demonstra o tamanho da falta de capacidade por
parte do povo, em termos políticos, para compreender o quanto há de
distanciamento que o separa, em termos de sentimentos político e moral, dos
países avançados, à vista dos reais conceitos de civilidade e conhecimentos
científicos e tecnológicos, principalmente no que se referem aos sentimentos de
modernidade da gestão pública.
Naqueles
países, prevalece, como princípio, em especial, o respeito à dignidade do povo,
que tem o direito de ser representado politicamente por somente quem estiver em
plenas condições de comprovar licitude e moralidade intrínsecas de seus atos na
vida pública e ainda esteja imune às implicações com a Justiça, porque isso é o
mínimo condizente com as condições de civilidade, em harmonia com os conceitos
modernos e saudáveis de democracia, normalmente aplicáveis nos países onde o
povo pensa, sobretudo, com racionalidade e sensatez, no melhor para o seu futuro,
sempre com embargo das mazelas do passado.
Diante
do exposto, à vista das mazelas retratadas nas faces de homens públicos somente
ávidos pelo poder e de parte do povo inebriado pelo eflúvio do populismo inglório,
como mostram os fatos, espera-se que os brasileiros, que ainda estão vacilantes
quanto à imperiosa moralização da administração do país, possam se
conscientizar de que a atual classe política, que já demonstrou absoluta e completa
incapacidade para promover a ansiada reformulação das estruturas ultra-atrasadas
e visivelmente dispendiosas e ineficientes, precisa ser substituída por outra
que sinalize para a possibilidade de reformas urgentes e gerais da composição
administrativa do país, de modo que se possa vislumbrar, no horizonte, esperança
de mudanças em benefício do povo. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 17 de agosto de 2018
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