sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Mudanças em benefício do povo


Em crônica escrita recentemente, foi ressaltado que os brasileiros conseguiram mandar para o espaço sideral seus sentimentos de amor ao Brasil, passando a demonstrar gigantesca omissão quanto à responsabilidade inerente à preservação dos princípios fundamentais da moralidade, dignidade, honorabilidade, entre outros que não podem jamais se afastar deles, de forma alguma, porque a degeneração do país, em termos de princípios, tem origem justamente na perda dos valores próprios do ser humano, mostram os fatos do cotidiano.
Na atualidade, muitos homens públicos têm conseguido introduzir na mentalidade de alguns brasileiros ideais degenerativas da moral e dos bons costumes como sendo princípios capazes de transformação necessária para o soerguimento do país, tendo o poder de convencimento de tal forma que a militância acredita cegamente na absoluta dominação e no poder da manipulação que viriam em benefício de sociedade mais feliz, quando tudo não passa de verdadeiro engodo.
O caos parece mais do que visível, a tal ponto que tem sido impossível para os fanatizados perceberem que atividades políticas têm sido promovidas com a estrita finalidade de satisfação de interesses pessoais e partidários, com o aproveitamento da inevitável ingenuidade da militância, notoriamente em detrimento das causas da população e do país.
Citem-se, em especial, o caso do principal político brasileiro, que deveria primeiro cuidar de limpar seu nome na Justiça, para depois se envolver com seus interesses políticos, mas preferiu, em evidente afronta aos princípios democráticos, ao ordenamento jurídico e às decisões judiciais, se candidatar logo ao principal cargo da República, cujo ato tem contado com o respaldo da explícita manipulação do povo, que, por motivações ideológicas, acredita nos seus maquiavélicos planos políticos de salvação nacional.
Não obstante, o próprio político tem absoluta certeza de que ele é “ficha-suja”, considerado legalmente inelegível, fato que contradiz os pilares, a essência, dos princípios republicano e democrático, ante à necessidade da comprovação dos requisitos de idoneidade e demais condutas exemplares de honradez e dignidade necessários para o nobilitante exercício de cargo público eletivo.
Na atualidade, sem que o povo perceba ou até possa enxergar, mas prefere considerar normal, há atividades políticas sendo manipuladas por políticos sem o mínimo de condições morais, comandando partidos políticos e impondo absurdas orientações, objetivando a costura de composições políticas capazes da conquista do poder e da sua influência, para apenas tirar proveito da situação, notadamente no que se refere ao espúrio benefício do foro privilegiado, que praticamente funciona salvo-conduto à impunidade.
Causa estranheza que parcela expressiva de brasileiros se passe por esperta e tenha sido capaz de considerar normal situação deplorável de destruição dos princípios maiores da República, para aceitar a transformação do Brasil numa republiqueta inexpressiva, tendo a influência de liderança completamente arruinada no torvelinho da desmoralização e da decadência dos conceitos edificantes e de valores próprios do verdadeiro homem público, que deve perseguir o poder tão somente por meio da estrita observância dos requisitos de bons antecedentes exigidos para o exercício de cargos púbicos eletivos.
Aliás, certamente que nem nas republiquetas seja admissível a participação de pessoa condenada à prisão integrar partido político e pior ainda de orientar e decidir os rumos a que ele deva seguir, como forma de atuação, porque isso não condiz com os princípios da seriedade, civilidade, moralidade e responsabilidade públicas, além de demonstrar, ao contrário, que o povo merece e tem total direito de ter a sua honra e o seu sentimento respeitados e preservados, como forma de imunização contra os homens públicos inescrupulosos e aproveitadores da boa vontade e da ingenuidade das pessoas, conquanto os quais somente demonstram preocupação com seus projetos políticos.
Diante desse dantesco e preocupante cenário político, chamuscado com tonalidade carregada de inadmissível surrealismo, o senhor Xavier Fernandes, interpretando, com muita sabedoria e extremo realismo os fatos da atualidade, escreveu, de forma magistral e com veemência, o sentimento de angústia e temor pelo porvir, nos seguintes termos: “Você (se referindo ao meu texto citado acima) expressa com clareza e detalhes toda a essência do momento que vivemos em nosso país. Realmente é lamentável esse imbróglio indigesto que estamos assistindo, em que uma grande parte da população brasileira está alienada e acometida pelo vírus do fanatismo radical, por uma ideologia totalmente ultrapassada que fez e faz um grande mal ao nosso país. É uma vergonha vermos pessoas intelectuais concordarem com todos esses atraso e desmando que tanto prejudicaram a nação. Uma ideologia doentia, que não ver e nem aceita uma nova história, a ponto de ficar na porta de uma cadeia esperando um fora da lei, um corrupto para governar o país. Isso é uma atitude de um povo ignorante, que envergonha e rebaixa o nosso Brasil, à luz das Nações de primeiro mundo... Que futuro teremos? Será que fora da cadeia não há um homem capaz, honesto, competente para ser o presidente? Temo por toda essa situação embaraçosa, em que também a Justiça superior está sem direção e não põe um ponto final em toda essa confusão. Infelizmente vivemos em tempos de muita insegurança e desequilíbrio... Um país dividido, sem horizontes, à deriva... Estou preocupado... A ignorância e o radicalismo podem nos conduzir ao caos... Mais uma vez o nosso grande Antonio Adalmir Fernandes mostra, com competência e sobriedade, provando com argumentos consistentes e reais, toda essa situação, nos dando uma aula de conhecimento social e político, com muita lucidez e inteligência...”.
Prontamente, procurei interpretar o real sentimento do senhor Xavier Fernandes, que se expressou com enorme lucidez e fidelidade aos fatos que estão acontecendo na atualidade, que não poderiam ter sido descritos com maior autenticidade e presteza, porque é exatamente como ele disse que a classe política e parcela expressiva brasileira conseguiram se nivelar em planos os mais rasteiros possíveis, em visível demonstração de completa fragilidade moral espetaculosamente deplorável.
É induvidoso que se tratam de ponderações e avaliações do maior valor sobre as minhas modestas opiniões acerca de determinados fatos referentes à atualidade política brasileira, a demonstrarem que parte do povo, talvez inebriado pelo sentimento acerca de algo nada extraordinário e ainda em estado de completa inércia moral, evidencia, de forma absolutamente despudorada, o desejo mórbido por ansiar a volta de “país feliz”, como assim tem sido o mote em defesa de político preso, exatamente pela constatação da recriminável prática de atos contrários à dignidade e à moralidade na administração do país, fato este que, por si só, já é motivo de natural repulsa da sociedade conscientizada sobre os reais princípios inspiradores sobre o zelo e os cuidados da coisa pública.
Já dito, em uma das minhas crônicas publicadas no Facebook, que o povo tem o governo que merece, ou seja, a depender de parcela expressiva de eleitores com pensamento ideológico diferente da defesa das causas nacionais, o Brasil teria enorme possibilidade de voltar a ser dominado por pessoas que já demonstraram tamanha incapacidade para administrar uma nação com as grandezas social e econômica como o Brasil, o que significa a possibilidade para a volta de passado tenebroso, em que os governos socialistas mostraram gigantescas ojeriza às reformas políticas e administrativas do Estado, preferindo o seu funcionamento sob estruturas retrógradas, obsoletas e contraproducentes, com base nos pilares da incompetência, ineficiência e desperdícios, cujos resultados se mostraram altamente prejudiciais aos contribuintes, que foram e são obrigados ao sacrifício de honrar com uma das maiores cargas tributárias do mundo.
O mais grave de tudo isso é que a liderança dessa organização mista de política e sindicalismo pretende voltar a comandar o poder, em que a cabeça considerada pensante e iluminada se encontra, no momento, impossibilitada de manobrar diretamente pessoas e mecanismos próprios para a conquista de seus ideais políticos, mas nem por isso deixa de influenciar nas decisões desastradas do partido, que poderia imaginar que não tem o menor cabimento o Brasil ser administrado por pessoa implicada intensamente com a Justiça, porque isso é absolutamente incompatível com os princípios da moralidade e da dignidade públicas.  
Isso dá a verdadeira dimensão do quanto, em termos de moralidade e decência, encontra-se o fosso que separa o Brasil desejável, de pureza moral e gestão competente, da parte do outro Brasil, que na realidade aspira ser "feliz de novo", com a volta à Presidência da República de pessoa condenada à prisão, visivelmente decadente e desmoralizada, em termos políticos, justamente por não terem sido aprovados seus atos na vida pública, diante da constatação do recebimento de propina, objeto de denúncia que não foi infirmada nas fases próprias da ampla defesa e do contraditório.  
Na verdade, o referido fato, além de ser vergonhoso para a país, recomenda-se, no mínimo, como forma natural de transparência democrática, a obrigatoriedade da justificativa, dos esclarecimentos ou da comprovação, junto à sociedade, por parte do denunciado, do quanto é alegado de errado pela Justiça, de modo que os elementos juridicamente válidos permitam se evidenciar a alegada inocência, que apenas é defendida verbalmente, na base do grito, sem nenhuma validade legal, embora isso, infelizmente, para os devotos do principal político, já é mais do que suficiente.
Diante desse quadro horroroso e horripilante, causa espécie que os opositores, em princípio, os homens públicos que também se habilitam ao poder, embora também não tenham apresentado nenhum atestado de bons antecedentes na vida pública, como deve ser exigido pela sociedade, expedido por quem de direito, estão absolutamente silentes, sem ter a dignidade cívica e patriótica para levantar a voz contra essa situação deplorável.
À toda evidência, como se trata de político preso, de indiscutível incapacitado moral e jurídica para o exercício de respeitável cargo público da República, não faz o menor sentido a insistência da sua candidatura, fato este que se recomenda  orientação às pessoas honradas sobre os reais malefícios de político condenada à prisão ter a petulância de pretender ou tentar ascender a cargo público eletivo, evidentemente pelo apoio emanado do povo, diante de situação simplesmente impensável e inadmissível se tal situação ocorresse em país com o mínimo de seriedade e civilidade, em termos políticos e democráticos.
Não obstante, como o fato se possa no Brasil, tal pretensão certamente não será viabilizada, porque se trata de caso impossível até mesmo nas piores e mais debilitadas republiquetas, porque isso apenas demonstra o tamanho da falta de capacidade por parte do povo, em termos políticos, para compreender o quanto há de distanciamento que o separa, em termos de sentimentos político e moral, dos países avançados, à vista dos reais conceitos de civilidade e conhecimentos científicos e tecnológicos, principalmente no que se referem aos sentimentos de modernidade da gestão pública.
Naqueles países, prevalece, como princípio, em especial, o respeito à dignidade do povo, que tem o direito de ser representado politicamente por somente quem estiver em plenas condições de comprovar licitude e moralidade intrínsecas de seus atos na vida pública e ainda esteja imune às implicações com a Justiça, porque isso é o mínimo condizente com as condições de civilidade, em harmonia com os conceitos modernos e saudáveis de democracia, normalmente aplicáveis nos países onde o povo pensa, sobretudo, com racionalidade e sensatez, no melhor para o seu futuro, sempre com embargo das mazelas do passado.
Diante do exposto, à vista das mazelas retratadas nas faces de homens públicos somente ávidos pelo poder e de parte do povo inebriado pelo eflúvio do populismo inglório, como mostram os fatos, espera-se que os brasileiros, que ainda estão vacilantes quanto à imperiosa moralização da administração do país, possam se conscientizar de que a atual classe política, que já demonstrou absoluta e completa incapacidade para promover a ansiada reformulação das estruturas ultra-atrasadas e visivelmente dispendiosas e ineficientes, precisa ser substituída por outra que sinalize para a possibilidade de reformas urgentes e gerais da composição administrativa do país, de modo que se possa vislumbrar, no horizonte, esperança de mudanças em benefício do povo. Acorda, Brasil!
Brasília, em 17 de agosto de 2018

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