quarta-feira, 22 de agosto de 2018

As razões dos mineiros

A ex-presidente da República petista lidera, com folga, a disputa de uma vaga ao Senado Federal, pelo Estado de Minas Gerais, nas eleições de outubro vindouro, conforme mostra pesquisa realizada recentemente no estado, tendo em conta os nomes de 11 candidatos já confirmados por partidos.
O levantamento, que foi publicado pelo jornal mineiro O Tempo, mostra que o nome da petista teria a preferência 26,8% dos votos do Estado.
Nessa pesquisa, foram somadas as respostas para as duas opções que cada eleitor terá que fazer para o Senado, sendo que o outro postulante, na sequência à petista, teria a preferência de apenas 11,2% das intenções de voto, que é menos da metade das intenções em prol dela.
Embora a petista esteja na liderança da pesquisa, ela também fica com a primeira posição no ranking de rejeição, haja vista que 36,9% dos eleitores mineiros disseram que jamais votariam nela.
A propósito, convém que seja transcrita aqui uma célebre frase popular, bastante conhecida de todo mundo, que diz exatamente o seguinte: “O coração tem razões que a própria razão desconhece.” Braise Pascal.
Na verdade, nesse imbróglio, tudo conspira contra os mineiros, por parecer que eles se inspiraram nessa frase enigmática, porque, fora de dúvidas, os corações dos mineiros estão impregnados com essa importante frase para tentar jamais justificar o injustificável, ao resolver votar em candidata que já demonstrou, em português claro e em letras garrafais, as suas extraordinárias incapacidade e incompetência político-administrativas, quando esteve à frente do Palácio do Planalto, onde foi alvo das piores críticas dos brasileiros, em termos de jeito com a gestão da coisa pública.
Nessa ocasião, ela teve importantes oportunidades para praticar as piores atrocidades à administração do país, principalmente no que se refere à economia, a ponto de ter sido defenestrada de lá justamente em razão da sua drástica gestão administrativa, sendo responsável pelo mais grave rombo nas contas públicas, com o gigantesco déficit superior a 100 bilhões de reais, que impactaram a execução de importantes programas governamentais.
Ela também colecionou o título de ter contribuído para o pior quadro recessivo da economia, com as preocupantes consequências, em termos de indicadores econômicos, como inflação alta, taxas de juros acima de dois dígitos, elevação do desemprego, desindustrialização, queda de arrecadação, rebaixamento do grau de investimento, péssima prestação dos serviços públicos, loteamento dos ministérios e das empresas estatais, mediante alianças espúrias, falta de investimentos em obras públicas, entre tantas outras demonstrações de péssima gestora, tendo inaugurado, em razão disso, a maior impopularidade jamais existente na história da República de uma presidente do país, cuja marca negativa foi quebrada pelo seu vice-presidente, depois de tê-la substituído, evidentemente.
Não obstante, o pior de tudo é que ela foi a mentora das famigeradas pedaladas fiscais, que consistiam na falta de pagamentos de despesas públicas, nas datas de vencimento, prática essa totalmente vedada pela Constituição Federal, cujas manobras financeiras contribuíram para a motivação do processo de impeachment dela, diante da caracterização do crime de responsabilidade fiscal, exatamente por infringência às normas de administração orçamentária e financeira, em demonstração de extrema incapacidade para cuidar do patrimônio dos brasileiros.
É bem provável que os mineiros vejam na petista alguma qualidade que os demais brasileiros não conseguem enxergar e isso pode até justificar a preferência por política que já demonstrou sua infinita incompetência como representante do povo, salvo se os mineiros não tiverem ninguém mesmo em condições de dignificar e valorizar o seu voto, o que pode se tratar de caso seríssimo e inusitado, em se tratando que o estado de Minas Gerais tem sido celeiro de grandes homens públicos, salvo alguns que, nos últimos tempos, somente cuidaram de enlamear a história política do Brasil, em razão da prática de atos indignos e vergonhosos, incompatíveis com a decência inerente às atividades públicas.
Caso os mineiros confirmem a sua preferência pela consagração da petista ao Senado, certamente que ficará registrado no anal da história mineira que um “poste” teria conseguido se eleger novamente a cargo público eletivo, com a magnanimidade deles, certamente a se confirmar o ditado de que realmente “O coração tem razões que a própria razão desconhece.”, porque, nos tempos modernos, é a única justificativa encontrada para se eleger pessoa que não apresenta as mínimas condições políticas e muito menos capacidade administrativa.
À toda evidência, a petista não merece delegação da mais expressiva relevância de senadora da República, por ser absolutamente incompatível com as suas qualidades políticas, à vista da sua experiência na Presidência da República, atestada em face da comprovada gestão bastante desastrada, tendo como reflexo o inevitável e justo afastamento dela do cargo presidencial, justamente por incompetência e ainda por não ter tido conseguido reverter o descaminho das políticas deletérias de seu governo, conforme mostravam, em especial, os indicadores sociais e econômicos.
Abre-se aqui um parêntese para ser registrado o sentimento de desânimo dos brasileiros, em demonstração do quanto a classe política tem sido criticada justamente por seu distanciamento da defesa do interesse público e da sua evidente aproximação do atendimento de seus projetos políticos, além do indiscutível aproveitamento do poder para usufruir o generoso tráfego de influência tão prejudicial à dignidade às práticas políticas.
Não há outro melhor momento do que este das eleições para a devida e necessária depuração dos políticos que precisam ser eliminados da vida pública, notadamente aqueles que se mostraram prejudiciais ao interesse público e que a sua reinserção às atividades políticas seriam a reafirmação da incapacidade do povo de se promover a indispensável moralização da administração do país, também em termos de eficiência e competência.      
Os brasileiros que anseiam por que as atividades políticas sejam renovadas por gerações capazes de defender o interesse público, por meio do seu trabalho profícuo, produtivo e competente, esperam que os mineiros se conscientizem de que é chegado o momento da renovação da atual classe política, que tem sido completamente incapaz de alterar o status quo, ante o já conhecido comodismo bastante prejudicial ao povo, porque ela entende que é exatamente assim nesse verdadeiro marasmo que a administração pública precisa funcionar, para o atendimento de seus objetivos políticos. Acorda, Brasil!
           Brasília, em 20 de agosto de 2018

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