Durante visita à Irlanda, o papa reconheceu
sua "vergonha e sofrimento"
ante o "fracasso" da Igreja
Católica, por não haver combatido de forma adequada os casos de abusos sexuais
do clero naquele país.
O pontífice declarou que “O fracasso das autoridades eclesiásticas, desde bispos, superiores
religiosos, sacerdotes e outros, em lidar de forma apropriada com esses crimes
repugnantes, deu motivo justamente à indignação e continua sendo fonte de dor e
vergonha para a comunidade católica. Eu mesmo compartilho desses
sentimentos".
O papa fez visita de dois dias à Irlanda para o
encerramento do Encontro Mundial das Famílias, mas uma das principais questões
focadas foi mesmo os abusos sexuais envolvendo o clero local, onde há muitos
casos denunciados.
A visita papal à Irlanda acontece em momento muito
sensível para a Igreja Católica, que foi abalada recentemente pelas gravíssimas
revelações de abusos sexuais cometidos, no passado, nos Estados Unidos e por
uma série sem precedentes de recentes renúncias de hierarcas suspeitos de fazer
cumprir a lei do silêncio no Chile, na Austrália e nos Estados Unidos.
Durante a visita em causa, o papa quis "lembrar o papel fundamental da família na
vida da sociedade e na construção de um futuro melhor para os jovens",
segundo foi afirmado em uma mensagem de vídeo divulgada antes de sua chegada à
Irlanda.
O porta-voz do Vaticano advertiu que não se pode
esperar de uma viagem tão curta uma "mudança
cultural" que vai além da Igreja Católica, porque "Há, obviamente, um problema cultural na
Igreja, mas não somente nela, vemos muito na sociedade. É um problema cultural
e a Igreja vai assumir a sua responsabilidade. São pecados muito graves. Acredito que a primeira coisa que o papa vai
fazer é reconhecer o problema. Quanto a agir, isso vai acontecer, mas não será
algo de um dia para o outro".
O papa se reuniu com vítimas de abusos sexuais na
Irlanda, que, desde 2002, mais de 14.500 pessoas declararam-se vítimas de
abusos sexuais por padres na Irlanda, o que demonstra situação alarmante para
os padrões ínsitos da religiosidade cristã, fato que é bastante preocupante.
O enorme escândalo de pedofilia somente no estado
americano da Pensilvânia, levou o papa a divulgar documento sem precedentes aos
1,3 bilhão de católicos do planeta, no qual ele reconhece que a Igreja Católica
não esteve à altura e que "descuidou
e abandonou as crianças" e
"o que pode ser feito para pedir perdão nunca será suficiente".
O papa disse, verbis:
“Muitas vezes são os pais que acobertam os padres que cometem abusos e se convencem de que isso não é
verdade.”, ou seja, com essa afirmação, que é muito elucidativa, o
pontífice se permite ser classificado como insensato, porque insinua que os
país seriam cúmplices com os padres abusadores, o que não altera em nada a
monstruosidade dos criminosos, porque os delitos já teriam ocorrido antes desse
infeliz convencimento dos pais.
Essa conclusão do papa é terrível, porque dá a
entender que ele estaria transferindo as culpas sobre os crimes ao silêncio dos
pais, quando, em hipótese alguma, se pode atenuar a gravidade dos delitos, que
precisam ser reconhecidos e condenados desde a sua origem e que a forma
errática de possível convencimento dos pais somente contribui para a impunidade
no âmbito da igreja, ainda dando asas aos monstros, que passam se considerar vítimas,
por até acreditarem que eles são incapazes de agirem como demônios, ante o
convencimento “(...) de que isso não é
verdade”.
A diretora da associação One in Four, que ajuda
vítimas de abusos sexuais disse que "A
visita do papa é muito dolorosa para muitos sobreviventes (de abusos). Desperta velhas emoções. Vergonha,
humilhação, desespero, raiva".
O ministro da saúde da Irlanda disse que "É um fim de semana de emoções mistas. Para muitos, o entusiasmo (por ver o
papa), para outros, um sentimento de dor".
Em razão dos vergonhosos e injustificáveis abusos
sexuais perpetrados por membros da Igreja Católica, justamente contra pessoas
indefesas e ingênuas, essa importante e valorosa instituição cristã vem
perdendo seus elevados conceito e influência na sociedade mundial, nos últimos
anos, principalmente porque as autoridades eclesiásticas foram extremamente
condescendentes com a criminalidade, passando a acobertá-los e não punir os
culpados, que ficaram à vontade para a prática de seus crimes hediondos.
Não à toa que, desde as revelações dos graves
abusos sexuais na Igreja Católica, houve expressiva diminuição da população
católica, justamente por não concordarem com a maneira como os criminosos
deixam de ser punidos com a severidade que devia, ante a necessidade de duros
exemplos àqueles que são ministros da igreja e precisam dar os melhores
exemplos de respeito ao ser humano, em consonância com os conceitos de
evangelização dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Sem
dúvida alguma, os abusos sexuais com origem na Igreja Católica não são somente
fonte de muita dor, mas também de bastante assombro e sofrimento por parte das
pessoas violadas, em nível mundial, em especial porque é um assunto que vem se
arrastando de priscas eras e, o pior, com o beneplácito dos mandatários da
igreja do passado e da atualidade também, que nunca tiveram a dignidade de
aceitar a realidade nua e crua dessa brutal desumanidade, para a devida adoção
das medidas saneadoras que os escândalos exigiam, cujo resultado é o conjunto
imperdoável da monstruosidade espalhada pelo mundo católico.
A
verdade é que a Igreja Católica, a par de sempre abafar os crimes repugnantes e
covardes, porque eram protagonizados sob o pálio da religião vil e espúria,
travestida sob o submundo da religiosidade criminosa, contribuiu para que o
pecado mortal fosse banalizado no seio da própria instituição, que demonstrou
total incapacidade para combater o mal e cortar a sua raiz venenosa, como era
do seu dever, em se tratando de entidade que deveria somente cuidar da
disseminação do Evangelho de Jesus Cristo, sob os princípios do amor, da
caridade e do extremo respeito à dignidade cristã.
À
toda evidência, a missão do atual papa tem sido visivelmente inglória e tormentosa,
diante de quadro alarmante de putrificação dos princípios católicos e da
violação dos conceitos sagrados do cristianismo, no que se refere à parte podre
da igreja, descambada para os vexaminosos e recrimináveis abusos sexuais
praticados, quer queira ou não, em nome Deus, porque os monstros de batina
agiam em sedução em nome do amor divino, onde se possa imaginar que a pseudo
pureza sacerdotal teria o cordão de inspirar segurança e confiança às vítimas
das práticas de crimes horrendos e desumanos, que certamente deixaram marcas
indeléveis e se tornaram esquecíveis dores por parte de quem foi molestado
pelos verdadeiros demônios da Igreja Católica.
Neste
momento de extrema dramaticidade moral que grassa no seio da Igreja Católica, o
santo papa precisa mostrar a sua autoridade eclesiástica, tendo a obrigação de,
com a devida urgência, reconhecer os graves erros protagonizados por membros da
instituição e, em consonância com a devoção ao respeito inspirador de milênios
de doutrinação cristã, agir, com a devida energia, para punir com rigor os
crimes horrorosos e repugnantes, dando basta a essa tristeza que enegrece e ridiculariza
a nobreza da missão evangelizadora da maior importância para os católicos de
todo mundo, que reconhecem a premência da separação do joio do trigo, de modo
que as adequadas sanções possam servir de saudáveis lições de moralização. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 27 de agosto de 2018
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