O
ex-presidente da República petista reagiu com indignação às denúncias
publicadas pela imprensa sobre a investigação que vem sendo implementada pelo Ministério
Público, tendo como foco a suspeita de tráfico internacional de influência por
parte dele.
Diante
dos fatos, o petista teria pedido a aplicação de punição ao procurador autor da
abertura de investigação em causa e o arquivamento do processo pertinente, mas
o Ministério Público decidiu arquivar o pedido de sanção e dar continuidade às
apurações sobre a possível traficância de influência do líder petista.
Como é
mais do que notório, logo após deixar a Presidência, o petista praticamente se
dedicou às peregrinações cuidando de seus negócios, indo para destinos
basicamente os mesmos, entre Cuba a
Gana, passando por Angola e República Dominicana, sendo que, na maioria,
as viagens dele foram custeadas pela construtora
Odebrecht, a supercampeã de transações bilionárias com governos latino-americanos e africanos, envolvendo
recursos repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES, que contabilizou mais de US$ 4
bilhões de financiamentos pertinentes a projetos executados pela Odebrecht, nos
supracitados países, apenas nos governos petistas.
Segundo levantamento publicado pelo jornal Correio
Braziliense, o ex-presidente petista teria ido, pasmem, 114 e 33 vezes,
respectivamente, aos países latinos e africanos, já computadas as viagens
realizadas após a sua saída da Presidência da República, com a finalidade de
incrementar as relações de cooperação diplomática e comercial.
À toda evidência, esse fato por si só não quer dizer
absolutamente nada com relação a possível tráfico de influência do petista,
porque não há, o mínimo que seja, prova do envolvimento direto dele nas
negociações que resultaram nos financiamentos aos países latinos e africanos,
apenas indícios de facilitações, à vista da sua nítida vocação de viajar sob os
auspícios da construtora, dando a entender que ela tinha interesse que o peso
da autoridade do petista facilitasse as negociações junto ao BNDES.
Não obstante, a nação tem o dever de exigir que o
ex-presidente preste contas sobre tantas viagens a esses países e os resultados
delas para benefício dos brasileiros, eis que as obras realizadas com recursos
de tributos, que foram aplicados bem distante das necessidades de nosso povo.
Também é preciso que o ex-presidente comprove, de
forma minuciosa, a real necessidade da presença dele nesses países, quando já
existiam no seu governo e no da sucessora dele os Ministérios das Relações
Exteriores e do Desenvolvimento Econômico, que têm exatamente a incumbência
legal de tratar das questões diplomáticas e econômicas entre os países amigos,
inclusive no que tange às atividades relacionadas às negociações comerciais e
financeiras entre eles.
Os fatos são de tamanha gravidade que resta ao
ex-presidente o dever moral, ético e de cidadão brasileiro de esclarecer, com
os devidos pormenores, as questões levantadas pelo Ministério Público, como forma
de serem justificadas as quantidades absurdamente exageradas de viagens e tanto
dinheiro público aplicado absolutamente onde não devia, ou seja, em países
cujas necessidades são palpáveis como as existentes aqui no nosso país, que,
infelizmente, vai continuar com as mazelas de sempre, diante das prioridades de
emprego de recursos dos bestas dos brasileiros nos citados países.
É muito importante que se deem crédito às palavras
do ex-presidente, sem, no entanto, deixar de apurar, com profundidade a
denúncia em referência, que é muito grave, por afrontar com muita intensidade a
dignidade do país e dos brasileiros, conquanto o repudiável tráfico de
influência internacional seja caracterizado crime capitulado no Código Penal,
com possível enquadramento ainda no crime de lesa-pátria, por haver a
possibilidade de os questionados empréstimos terem sido contratados a fundo
perdido, ou seja, sem necessidade de pagamento de coisa alguma por parte dos
beneficiários, em que pese o Brasil se encontrar em extrema pindaíba, carecendo
loucamente dos recursos que foram mandados para países governados por ditadores
que menosprezam os princípios fundamentais dos direitos humanos e da
democracia.
É
evidente que o país não pode se dar ao luxo de mandar dinheiro dos
contribuintes para a execução de obras no exterior, por não haver qualquer
usufruto delas por parte dos brasileiros, que, nesse caso, têm a primazia da
aplicação de verbas públicas geradas no país.
Que o ex-presidente tenha ou não participado de
tráfico de influência internacional, convém que os fatos sejam, pelo menos,
apurados para possibilitar que ele, querendo, comprove a sua inocência, além de
ser exigido dele que sejam justificados os motivos pelos quais bilhões de reais
foram emprestados para o exterior, a juros baixíssimos do BNDES, quando esses
recursos teriam feito enorme benefício para os brasileiros.
É induvidoso que constitui tremenda injustiça se
permitir o repasse de dinheiro público para o exterior, quanto os brasileiros padecem
das mediocridades da prestação dos serviços públicos, à vista das precariedades
do sistema de saúde; dos transportes, inclusive das estradas, dos portos, da
falta de aeroportos e linhas de férreas; da segurança pública; do saneamento
básico; da infraestrutura; dos investimentos em obras que contribuam para o
desenvolvimento do país; do desemprego; da produção; e de outros benefícios
diretamente para os brasileiros, enquanto a construção de portos, metrôs,
estradas, aeroportos etc. nos países da África, da América do Sul e do Caribe
somente contribui para a melhoria daqueles países e maior empobrecimento dos brasileiros,
pela retirada de verbas do país que poderiam ser bastante úteis no país tupiniquim.
A disposição para investigar o petista é excelente oportunidade
para ele se defender da acusação do Ministério Público, porque o ex-presidente
ainda não teve coragem de prestar contas de seus atos à sociedade, para abrir
seus sigilos bancário, telefônico, fiscal e patrimonial, de modo a deixar bem
claro para o país e o mundo que as acusações de falcatruas cuja culpabilidade
lhe é atribuída não passam de calúnias e invencionices de procurador, da
oposição e dos meios de comunicação, que tentam, por todas as maneiras, o seu
envolvimento em situações maléficas contra o país e os brasileiros, como nesse
caso de possível participação dele na traficância de influência internacional.
Não somente os admiradores do ex-presidente da
República petista, mas os demais brasileiros hão de ficar bastante honrados quando
ele se dignar a sair do plano das meras argumentações destituídas de conteúdo e
de fundamentação material, porque ainda sem comprovação de absolutamente nada,
na mera tentativa de se imaginar completamente inimputável e acima de tudo e de
todos, de modo que as investigações sejam capazes de se permitir que a sua vida
pregressa de homem público possa ser passada a limpo, em consonância com os
princípios da transparência, dignidade e nobreza que se impõem a quem tem sua
vida vinculada às atividades públicas, que não condizem com o absoluto sigilo.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de agosto de 2015
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