terça-feira, 18 de agosto de 2015

E a indenização aos direitos humanos?

Um dia antes da visita do secretário de Estado norte-americano a Cuba, para participar da cerimônia oficial de reabertura da embaixada americana em Havana, o ex-presidente cubano afirmou, em artigo intitulado “A realidade e os sonhos”, publicado no jornal oficial Granma, que “Os EUA devem a Cuba o montante das indenizações referentes a danos, que equivalem a muitos milhões de dólares, como já denunciou nosso país com argumentos e dados irrecusáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas”.
Embora seja realidade o reatamento diplomático entre Cuba e Estados Unidos da América, a normalização das relações entre os dois países ainda pende de saneamento de questões pelas vias diplomáticas, em especial no que tange à suspensão do imbróglio denominado embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à ilha caribenha, com origem nos idos de 1962.
Como se sabe, as embaixadas dos dois países foram reabertas, no dia 20 de julho último, nas capitais de Washington e em Havana, após 54 anos de rompimento diplomático. Nessa data, após reunião com o secretário de Estado norte-americano, o chanceler cubano ressaltou que Havana reconhece a determinação do presidente norte-americano em ter se esforçado para suspender o embargo econômico a Cuba, tendo reiterada a urgência de o Congresso norte-americano eliminar o bloqueio, que restringe as trocas comerciais e o acesso de empresas e investidores à ilha caribenha.
Por sua vez, no ato da reabertura da embaixada americana em Havana, o secretário de Estado norte-americano foi enfático em cobrar do governo cubano a redemocratização da ilha. O representante dos EUA tem o dever de não somente cobrar a observância dos princípios democráticos, mas exigir o imediato respeito aos direitos humanos, como forma de harmonização do conceito fundamental de humanização com o avanço e o desenvolvimento das nações civilizadas.
No que se refere à cobrança da dívida norte-americana, chega a ser risível que o ditador cubano tenha a insensibilidade de cobrar dívida indiscutivelmente inexistente, mas não se digna a reparar os danos causados aos cubanos, pelo verdadeiro massacre dos direitos humanos, com os horrendos fuzilamentos daqueles que se opuseram ao rigoroso regime comunista, que não tiveram o mínimo direito de defesa, e pelos maus tratos dispensados ao seu povo, diante das restrições ao usufruto dos direitos individuais.
Ainda hoje o regime ditatorial cubano é um dos mais perversos e repressivos do mundo, continuando a menosprezar os direitos humanos e os salutares princípios democráticos, em clara sinalização de desrespeito aos consagrados conceitos humanitários tão bem disseminados nos Estados Unidos, que deveriam exigir o devido respeito à cidadania para os cubanos, antes de reatar as relações diplomáticas, como condição para a aproximação entre os dois países.
A propósito, o embargo econômico, financeiro e comercial feito pelos Estados Unidos foi forma de represália ao duro e insensato regime comunista cubano, para que o governo daquele país passasse a respeitar os direitos humanos, mas, infelizmente, ele não cedeu um milímetro quanto às suas crueldades contra a população, que foi quem pagou preço elevadíssimo pelo descompasso da ilha com o resto do mundo, não sendo razoável que tivesse havido o reatamento, sem que Cuba fosse obrigado a ceder quanto ao indispensável respeito aos direitos humanos e ao princípio democrático.
O certo é que Cuba contabiliza atraso de desenvolvimento equivalente a mais de cinquenta anos, porquanto os trogloditas que lideram a ilha caribenha não tiveram a menor sensibilidade para compreender que seu povo perdeu por completo os enormes benefícios proporcionados pelos avanços científicos e tecnológicos vivenciados pelas nações civilizadas e desenvolvidas.
Como é notório, essas nações passaram por saudável processo de evolução graças, entre outros benefícios, à informatização que permitiu a otimização das relações entre os seres humanos, enquanto Cuba permaneceu limitada à sua insignificância propiciada pela involução do famigerado regime comunista, somente adotado por poucas mentalidades retrógradas e posicionadas em outro planeta do atraso e do isolamento com as nações civilizadas e desenvolvidas social, política, econômica e democraticamente.
Os brasileiros precisam conhecer as verdades sobre o governo cubano, com retrógrada ideologia comunista de igualdade entre os cidadãos, onde o Estado é constituído por conselho de ditadores que comandam com mãos de ferro a nação, cujos cidadãos somente têm direito (se isso pode ser chamado de direito) de aceitar e seguir a cartilha de absoluta dominação, onde todos são obrigados a respeitar os limites e as restrições de individualidade, com imposição que impede opinião, expressão, manifestação e tudo o mais que se refira ao ser humano, porque todos os poderes são emanados do Estado, que é soberano e tutor da sociedade, em pleno absolutismo que ainda funciona em pleno século XXI.
O alerta sobre os malefícios causados ao povo cubano, pelo malogrado regime comunista, precisa ser sempre ressaltado com a maior ênfase, ante o permanente perigo para os brasileiros, advindo da veneração que o governo tupiniquim nutre pelos ditadores da ilha caribenha, que, apesar de crônico e gigantesco atraso social, econômico, político e democrático, têm sido modelo de obsoletismo e degeneração dos princípios de civilidade e humanização. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de agosto de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário