Um dia antes da visita do secretário de Estado
norte-americano a Cuba, para participar da cerimônia oficial de reabertura da
embaixada americana em Havana, o ex-presidente cubano afirmou, em artigo
intitulado “A realidade e os sonhos”,
publicado no jornal oficial Granma, que “Os
EUA devem a Cuba o montante das indenizações referentes a danos, que equivalem
a muitos milhões de dólares, como já denunciou nosso país com argumentos e
dados irrecusáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas”.
Embora seja realidade o reatamento diplomático
entre Cuba e Estados Unidos da América, a normalização das relações entre os
dois países ainda pende de saneamento de questões pelas vias diplomáticas, em
especial no que tange à suspensão do imbróglio denominado embargo econômico,
comercial e financeiro imposto pelos EUA à ilha caribenha, com origem nos idos
de 1962.
Como se sabe, as embaixadas dos dois países foram
reabertas, no dia 20 de julho último, nas capitais de Washington e em Havana,
após 54 anos de rompimento diplomático. Nessa data, após reunião com o
secretário de Estado norte-americano, o chanceler cubano ressaltou que Havana
reconhece a determinação do presidente norte-americano em ter se esforçado para
suspender o embargo econômico a Cuba, tendo reiterada a urgência de o Congresso
norte-americano eliminar o bloqueio, que restringe as trocas comerciais e o
acesso de empresas e investidores à ilha caribenha.
Por sua vez, no ato da reabertura da embaixada americana
em Havana, o secretário de Estado norte-americano foi enfático em cobrar do
governo cubano a redemocratização da ilha. O representante dos EUA tem o dever
de não somente cobrar a observância dos princípios democráticos, mas exigir o
imediato respeito aos direitos humanos, como forma de harmonização do conceito
fundamental de humanização com o avanço e o desenvolvimento das nações
civilizadas.
No que se refere à cobrança da dívida
norte-americana, chega a ser risível que o ditador cubano tenha a insensibilidade
de cobrar dívida indiscutivelmente inexistente, mas não se digna a reparar os
danos causados aos cubanos, pelo verdadeiro massacre dos direitos humanos, com
os horrendos fuzilamentos daqueles que se opuseram ao rigoroso regime comunista,
que não tiveram o mínimo direito de defesa, e pelos maus tratos dispensados ao
seu povo, diante das restrições ao usufruto dos direitos individuais.
Ainda hoje o regime ditatorial cubano é um dos mais
perversos e repressivos do mundo, continuando a menosprezar os direitos humanos
e os salutares princípios democráticos, em clara sinalização de desrespeito aos
consagrados conceitos humanitários tão bem disseminados nos Estados Unidos, que
deveriam exigir o devido respeito à cidadania para os cubanos, antes de reatar
as relações diplomáticas, como condição para a aproximação entre os dois países.
A propósito, o embargo econômico, financeiro e
comercial feito pelos Estados Unidos foi forma de represália ao duro e
insensato regime comunista cubano, para que o governo daquele país passasse a
respeitar os direitos humanos, mas, infelizmente, ele não cedeu um milímetro
quanto às suas crueldades contra a população, que foi quem pagou preço
elevadíssimo pelo descompasso da ilha com o resto do mundo, não sendo razoável que
tivesse havido o reatamento, sem que Cuba fosse obrigado a ceder quanto ao
indispensável respeito aos direitos humanos e ao princípio democrático.
O certo é que Cuba contabiliza atraso de
desenvolvimento equivalente a mais de cinquenta anos, porquanto os trogloditas
que lideram a ilha caribenha não tiveram a menor sensibilidade para compreender
que seu povo perdeu por completo os enormes benefícios proporcionados pelos
avanços científicos e tecnológicos vivenciados pelas nações civilizadas e
desenvolvidas.
Como é notório, essas nações passaram por saudável
processo de evolução graças, entre outros benefícios, à informatização que
permitiu a otimização das relações entre os seres humanos, enquanto Cuba
permaneceu limitada à sua insignificância propiciada pela involução do
famigerado regime comunista, somente adotado por poucas mentalidades
retrógradas e posicionadas em outro planeta do atraso e do isolamento com as
nações civilizadas e desenvolvidas social, política, econômica e
democraticamente.
Os brasileiros precisam conhecer as verdades sobre o
governo cubano, com retrógrada ideologia comunista de igualdade entre os
cidadãos, onde o Estado é constituído por conselho de ditadores que comandam
com mãos de ferro a nação, cujos cidadãos somente têm direito (se isso pode ser
chamado de direito) de aceitar e seguir a cartilha de absoluta dominação, onde
todos são obrigados a respeitar os limites e as restrições de individualidade,
com imposição que impede opinião, expressão, manifestação e tudo o mais que se
refira ao ser humano, porque todos os poderes são emanados do Estado, que é
soberano e tutor da sociedade, em pleno absolutismo que ainda funciona em pleno
século XXI.
O alerta sobre os malefícios causados ao povo cubano,
pelo malogrado regime comunista, precisa ser sempre ressaltado com a maior
ênfase, ante o permanente perigo para os brasileiros, advindo da veneração que
o governo tupiniquim nutre pelos ditadores da ilha caribenha, que, apesar de crônico
e gigantesco atraso social, econômico, político e democrático, têm sido modelo
de obsoletismo e degeneração dos princípios de civilidade e humanização. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de agosto de 2015
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