segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O socialismo da destruição humana

Diante da calamitosa crise que devasta a população venezuelana, culminando com o sumiço de gêneros alimentícios e demais produtos essenciais, ganha relevo, no momento naquele país, o tráfico de comida, que já se tornou a principal atividade dos traficantes, superando o tradicional e rentável tráfico de drogas.
No momento, tem sido comum a atividade conhecida por “bachaqueo”, que é considerada ilegal pelo governo, mas o seu crescimento é notório. Ele consiste simplesmente na revenda de produtos de necessidades básicas que desapareceram das prateleiras dos supermercados e das lojas — e pelos quais milhões de pessoas passam horas intermináveis nas filas, diuturnamente.
Na forma da lei que regula o mercado de “Preços Justos”, a revenda dos produtos de primeira necessidade é capitulada como crime e sujeita o envolvido à pena de três a cinco anos de prisão. Com a finalidade de combater essa prática considerada delituosa, o governo, que tem a incumbência da distribuição “legalizada” de produtos de necessidades básicas, reativou e intensificou a campanha de combate ao tráfico de comida.
Diante do agigantamento das necessidades por alimentos, surgiram vários tipos de “traficantes”, numa espécie de especialização ou profissionalização na traficância, como aqueles que ficam na fila para comprar a comida e revendê-la em seguida e outros que só revendem suas sobras. Os próprios supermercados cuidaram de também se beneficiar dos diversos esquemas resultantes da falta de abastecimento de alimentos, dando um jeitinho para privilegiar algumas pessoas, fazendo com que elas não entrem nas filas desumanizadas e indignas.
A título de demonstração do desespero da população, o preço do litro do óleo de milho em um mercado, quando tem, custa 28 bolívares, o equivalente ao valor de R$ 15,00, enquanto no “bachaqueo” ele sai por menos 250 bolívares, o equivalente a aproximadamente o valor de R$ 140,00, que é algo absolutamente absurdo e impraticável.
Esse é o altíssimo preço que os venezuelanos estão sendo obrigados a pagar agora, diante da realidade nua e crua do socialismo cruel e trágico, por terem concordado passivamente com as insanas e inconsequentes promessas de socialização pela igualdade das condições de vida, evidentemente conseguidas por meio dos benefícios, das magnânimas e das bondades do chavismo de salvação do século XXI, por meio da conversa mole, porém inconsistente, com sede na distribuição de renda à pobreza, como as bolsas de tudo que seja possível, a exemplo do programa Bolsa Família tupiniquim, entre outros programas assistencialistas, com cunho eminentemente populista e eleitoreiro.
À toda evidência, o poder de convencimento ocorrido na Venezuela não se diferencia em nada ao que vem se processando, a passos largos, no país tupiniquim, em que o governo elegeu, para beneficiar com seus generosos programas de bolsas e auxílios, as classes que ele considerou desassistidas e desprezadas pelos governos “exploradores” da miséria e “insensíveis” aos direitos dos povos verdadeiramente carentes, fazendo incutir nas pessoas de menor poder de informação e de instrução acerca não da verdadeira face perversa e maléfica do socialismo, que despreza não somente os direitos humanos, pertinentes à individualidade e à liberdade de expressão, como também os princípios democráticos, mas sim o poder mágico da transformação da sociedade igualitária em benefícios proporcionados pelo Estado.
Na verdade, os venezuelanos estão percebendo agora que caíram na pior armadilha preparada por tirano que teve por principal objetivo avocar o poder mágico da sociedade igualitária, cujas consequências evidenciam o pior resultado para o povo, que perdeu o usufruto dos saudáveis direitos humanos, com o cerceamento das liberdades individuais e de expressão e a restrição ao livre exercício da democracia, passando a ser governado por presidente com viés ditatorial, que conseguiu conduzir o país à absoluta miséria e impor ao povo às mais comezinhas restrições aos produtos e gêneros de primeira necessidade, diante da falta de alimentos, remédios etc., que somente acontece, com maior destaque, nos países de regime comprovadamente ultrapassado e distanciado das nações civilizadas, que valorizam os direitos humanos e os princípios democráticos.
Convém que os brasileiros acompanhem o sofrimento dos venezuelanos, diante do terrível drama da falta de produtos de primeira necessidade, como alimentos, remédios etc., em razão da notória simpatia que a mandatária tupiniquim nutre pelo presidente daquele país e ainda porque os métodos implantados em ambas as nações (Venezuela e Brasil), quanto à distribuição de renda às famílias pobres, têm a mesma finalidade e seguem a idêntica sistemática de angariar simpatia ao sistema socialista e o mesmo viés de cunho populista e eleitoreiro, no sentido do exclusivo fortalecimento do projeto de perenidade no poder, em evidente detrimento dos interesses nacionais. Acorda, Brasil!    
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 31 de agosto de 2015

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