Os últimos movimentos de protestos contra o
desgoverno mostraram, com muita clareza, que a presidente da República ainda
vai demorar em reverter (se conseguir) o terrível quadro de reprovação popular
e que os brasileiros depositaram total confiança nas investigações da Operação
Lava-Jato para o pleno levantamento das irregularidades ocorridas na Petrobras.
Constituiu agradável novidade das ruas a
concentração de enorme e explícito apoio à Operação Lava-Jato, ao
procurador-geral da República e ao juiz federal, aos procuradores da República
e à Polícia Federal, pelo zelo e cuidado na condução dos eficientes trabalhos
de investigação sobre os pletóricos fatos da corrupção na estatal.
A opinião pública fez questão de deixar claro o seu
sentimento de que não há a menor hipótese do arrefecimento das investigações
sobre as irregularidades ocorridas na Petrobras, principalmente em razão da
descoberta do envolvimento de políticos inescrupulosos nos fatos delituosos,
que se beneficiaram do desvio de dinheiro público.
A população expressou seu profundo respeito aos
delatores, em contrariedade à tese da presidente petista, que disse "não respeitar delator", quando um
deles declarou que teria feito doações irregulares à campanha da candidata à
reeleição, ou seja, repassado dinheiro proveniente de propina com origem na
Petrobras. Na ocasião, ela disse que o empreiteiro não merece ser ouvido nem
levado a sério, fato que foi rechaçado pelos milhares de manifestantes, que desejam
que as investigações sejam amplas e irrestritas sobre as informações fornecidas
pelos delatores.
A adesão do povo aos protestos contra a
incompetência e a desmoralização na administração pública foi fortalecida com a
demonstração de insatisfação popular contra o governo e o PT, cuja atuação de
ambos tem sido bastante prejudicial aos interesses nacionais, à vista do
lastimável cenário da economia ruim e do descrédito dos brasileiros quanto à capacidade
da presidente para reestruturar e reorganizar os mecanismos pertinentes ao
soerguimento do país.
As
manifestações de protestos tiveram o condão de confirmar, com muita clareza, o
resultado das pesquisas dando conta da desaprovação e insatisfação do povo
contra o desempenho do governo, com o alerta de que ninguém suporta mais tanta
incapacidade e ineficiência no gerenciamento das políticas públicas e no
equacionamento das principais causas que degeneraram as estruturas do Estado e
arruinaram a prestação dos serviços públicos.
Nesse
quadro de mediocridade, ganha destaque negativo o desempenho das políticas
econômicas, que demonstra completa fragilidade, apesar dos ajustes
implementados pelo governo, que não passam de medidas com eficácia meramente
paliativa, sem efeito capaz de recuperar os estragos da inflação ascendente,
dos juros que restringem os créditos para consumo e investimentos, da falta de
controle das contas públicas, da disparada das dívidas públicas, do desemprego,
da redução da renda dos trabalhadores e, enfim, da escassez de recursos para
investimentos em obras e melhoria dos serviços públicos.
Além
dessas precariedades, ainda existe a inércia do governo contra a corrupção, que
nada fez de efetivo e prático para serem apuradas as denúncias de
irregularidades no BNDES, na Petrobras (os fatos da corrupção estão sendo investigados
pela Polícia Federal, Procuradoria da República e Justiça Federal, sem a participação
do governo), na Eletrobrás, nos Correios e em muitas estatais, onde há
suspeitas de corrupção, à vista de algumas CPIs abertas pela Câmara dos
Deputados.
Apesar
de os fatos serem visivelmente deletérios ao patrimônio dos brasileiros, a
presidente do país já demonstrou incapacidade para solucionar as graves crises
que grassam no país, mas não perde a linha para revidar às acusações sobre
precariedades administrativas como sendo agressões ao seu governo, em clara
insensibilidade para admitir a real tragédia que massacra os brasileiros,
graças ao seu desastrado gerenciamento do país, que vem contribuindo para
potencializar a recessão e o subdesenvolvimento.
A
sociedade dá clara demonstração, com as manifestações de protestos, sobre a sua
conscientização acerca dos efeitos perniciosos ao país e aos brasileiros com a
continuidade desse governo, ante o peso de suas ações nitidamente deletérias à
eficiência e à eficácia da administração pública, que estão contribuindo certamente
para incrementar o gigantismo das crises que predominam na gestão pública, à
vista da indiscutível evidência de incapacidade de gerenciamento dos negócios e
interesses dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de agosto de 2015
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