Em
reunião com alguns ministros, o ex-presidente da República petista defendeu que
sua sucessora viaje pelo país e promova reforma ministerial, para combater as graves
crises que se instalaram no governo.
O
ex-presidente entende que a reforma ministerial pode agregar ao governo políticos
mais representativos dos partidos, com força política para influenciar suas
bancadas no Congresso Nacional nas decisões de interesse do governo.
Os
ministros ponderaram que viajar mais pelo Brasil não é suficiente para que a presidente
se recupere do fundo do poço onde se encontra. Diante do que o ex-presidente
retrucou, afirmando que "Dilma
precisa sair dali". Ele reconhece que a medida não é realmente suficiente,
porém é fundamental para arrefecer a crise política.
As autoridades petistas resistem em entender que as
terríveis tragédias que se abatem sobre o governo e o PT são decorrentes de
falta generalizada de competências gerencial e administrativa, capazes de
equacionar as reais causas do tsunami que destruiu por completo os mecanismos
de governabilidade, de modo que seja possível a adoção de medidas
estrategicamente competentes para combatê-las.
As sugestões pertinentes à necessidade de viagens da
presidente pelo país não passam de completo contrassenso, tendo em vista que o
povo não precisa em absoluto da presença de quem nada fez ou de quem fez tudo ao
contrário que deveria ter feito, com vistas à melhoria das condições de vida da
população, que padece terrivelmente pela precariedade da prestação dos serviços
públicos e pelas mazelas próprias de governo sem iniciativas para enxergar as
suas causas, responsáveis pelos entraves no desempenho da presidente.
Com certeza, as viagens da presidente pelo país teriam
o condão de potencializar as ondas de repúdio da população, propiciando o
surgimento de vaias e panelaços, justamente em consonância com os altíssimos
índices de reprovação e de insatisfação que se encontram atravessadas na frente
dos brasileiros, que não suportam mais conviver com altíssima demonstração de
incapacidade para administrar o país.
Por seu turno, ao invés de se propugnar pela pura
troca de nomes nos ministérios, como medida necessária para melhorar o
desempenho dos políticos com trânsito no Parlamento e, por via de consequência,
aumentar a base de sustentação do governo, a presidente poderia demonstrar o
mínimo de sensibilidade para reduzir drasticamente a quantidade excessiva de
ministérios e nomear para os órgãos remanescentes, aqueles essenciais e
indispensáveis à execução das funções primaciais previstas na Carta Magna de
prestação de serviços públicos de qualidade, de incumbência do Estado, somente
pessoas qualificadas, com especialização e o devido preparo nas respectivas
áreas das políticas públicas, de modo a se permitir que o governo possa
desempenhar a sua incumbência constitucional de verdadeiro estadista, com as
devidas eficiência e competência exigidas nas administrações públicas
responsáveis e cônscias sobre as reais finalidades das políticas públicas.
Com as sugestões de substituições de ministros por
políticos dessa linhagem existente no Congresso, apenas pode ser materializado
ainda mais, de forma ridícula, o indecente sistema do toma lá, dá cá,
implantado com o não menos indigno fisiologismo ideológico que já se tornou
marca registrada dos governos desacreditados e incompetentes, que não têm
autonomia e decência para nomear pessoas qualificadas como seus principais
assessores, de vez que o sistema do mérito é substituído pelo vergonhoso
loteamento de ministérios e empresas estatais entre os partidos da base de sustentação,
em troca de apoio aos projetos de interesse do governo no Congresso, como
sugere o ex-presidente da República petista, que não se conforma com a
precariedade dos titulares em atividade, tanto que ele entende que a presidente
precisa promover a reforma ministerial, ficando muito claro que eles não servem
nem para a prestação de influência de suas bancadas no Parlamento, razão,
possivelmente, dos seguidos insucessos de votações polêmicas.
Não há a menor dúvida de que o país padece
terrivelmente até da falta de alguém com capacidade para oferecer sugestão ao
governo e quando surge o orientador-mor de plantão a ideia é tão absurda que
seria melhor que ela nem tivesse existido, sob pena de piorar ainda mais o
quadro que já está péssimo para o lado da presidente do país.
Compete à sociedade avaliar, no âmbito da sua
responsabilidade cívica, a real precariedade da governabilidade do país, de
modo a poder se manifestar quanto aos seus prejuízos já causados aos interesses
nacionais, tendo em vista que a continuidade de administração desastrada é
motivo de mais danos para os brasileiros e o país, de difícil recuperação ao
longo do tempo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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