Em que pese a baixa popularidade da presidente da
República, evidenciada nas pesquisas realizadas com eleitores, que aprovam o
seu governo em torno de apenas 8% e o desaprovam com alto nível acima de 70%, o
mais grave e preocupante para o PT tem sido a deterioração que se intensifica
no âmbito da classe da sociedade sempre fiel ao petismo, que não consegue
esconder a insatisfação contra o desgoverno.
A terrível crise de opinião pública é reflexo, indiscutivelmente,
dos desastrados resultados econômicos, com seus indicadores apontando para
forte inflação, onde os preços atuam como fator de diminuição do poder
aquisitivo do povo, que cada vez mais sente no bolso a compressão da sua renda.
A crise econômica ainda tem o complicador do
desemprego, da diminuição da renda do trabalhador, da redução da produtividade,
da inexistência de investimentos público e privado e demais transtornos que
dificultam as condições de vida da população que tem como alternativa culpar o
governo pela crise criada pela incapacidade dele de não ter conseguido evitar o
caos nacional.
Não há a menor dúvida de que o combate à crise deve
ser feito com medidas concretas e fortes em contraposição às suas causas, mas
os ajustes implementados pelo governo se mostram ineficazes como antíteses para
os maus resultados, à vista da incorporação de aumento de tributos, que
contribuem, entre outros embaraços, para a elevação do desemprego e a diminuição
da produção.
O certo é que não se combate a crise econômica com aumento
de tributos, porque isso tende a sacrificar ainda mais a população com a já
pesada carga tributária para os contribuintes, que são, enfim, aqueles que vão
pagar por mais essa perversidade da insensibilidade e da incompetência administrativas,
cujo governo poderia, ao contrário, se preocupar com a racionalizar do sistema
tributário, no sentido de torná-lo menos drástico e agressivo com o bolso do
contribuinte, como forma de contribuir para o arrefecimento da crise econômica.
É
evidente que a crise também tinge a credibilidade da presidente, que não
consegue se desvencilhar dos casos de corrupção na Petrobras, em que pese o tão
badalado plano anticorrupção de iniciativa do Planalto, que, de projeto,
continua no papel, conquanto ele encontra-se encostado em um escaninho do
Congresso Nacional, mas, mesmo que ele fosse aprovado, a suspeita de vinculação
da petista com a estatal permanece estável, por ela ter sido presidente do
Conselho Administrativo da estatal.
Por enquanto, as ações do governo para combater as
crises política, econômica e administrativa tiveram efeito de meras e
infrutíferas retóricas, que serviram muito mais para potencializá-las e aumentar
ainda mais a insatisfação da sociedade.
Por mais que o governo se esforce, mas nem isso ele
tem feito, as crises não se resolvem com marketing ou publicidade, na tentativa
de demostrar para a população as realizações do governo, quando o que importa
mesmo para valer é a melhoria dos indicadores da economia, com a inflação sob
controle, para aliviar o bolso do povo; os juros em baixa, para permitir a
facilidade de crédito, consumo e investimentos; a contenção das contas
públicas, de modo se pagar as dívidas públicas; a prestação de serviços
públicos de qualidade; entre outras medidas que possam melhorar as condições de
vida do povo, em resposta aos seus permanentes anseios de confiança no porvir.
A análise sobre as situações política, econômica e
administrativa demonstra, com clareza, que as crises que travam o desempenho do
governo e contribuem para diminuir o ritmo de desenvolvimento do país, são
resultantes da incapacidade gerencial de superação dos gargalos que se mostram
cada vez mais intransponíveis, em razão da inércia do governo e das medidas de
nenhuma ou pouca consistência, ante a gravidade da situação do país.
Convém que a sociedade, no âmbito do seu dever
patriótico, exija, de forma veemente, a adoção de medidas competentes,
concretas e eficientes por parte do governo, principalmente quanto à premência
de reformulação das estruturas obsoletas e ultrapassadas do Estado, absolutamente
prejudiciais aos interesses dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de agosto de 2015
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