quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Arraigada inaptidão administrativa

A presidente da República recebeu seu antecessor na residência oficial da Presidência da República, para encontro que havia sido agendado para que os dois pudessem conversar, sem a presença de assessores palacianos, com enfoque para as crises que se instalaram no governo e as estratégias destinadas ao enfrentamento das dificuldades que rondam o Palácio do Planalto.
Já não é novidade que o governo enfrenta terrível momento de graves dificuldades política, econômica e administrativa, que contribuíram, de forma alarmante, para baixar a taxa de aprovação e aumentar a rejeição à presidente petista, desde o início do seu primeiro mandato, representadas por 8% e 71%, respectivamente, segundo dados divulgados pelo instituto Datafolha.
O ex-presidente da República petista tem afirmado que pretende ajudar a sua sucessora a enfrentar as crises e, para tanto, já vem se preparando para voltar a viajar pelo país.
A falta de preparo da presidente brasileira para lidar com as crises e cuidar delas é tão visível que ela não consegue autonomia para tomar decisão por moto próprio, demonstrando permanente carência de se reunir com o todo-poderoso para tentar, pelo menos, se tranquilizar diante dos atropelos advindos da própria incapacidade de administrar o país.
Quer queira ou não, os encontros da presidente com seu antecessor, que se tornaram costumeiros, apenas reforçam o entendimento quanto à sua incapacidade de agir e resolver sozinha as questões emergentes do seu governo, que cada vez mais demonstra que se encontra absolutamente sem rumos e sem perspectivas.
O país nunca esteve em tão péssima direção de pessoas que pensam senão nas suas subsistências, sem a menor preocupação com os interesses da população, que se sente desamparada e desprotegida pelo Estado, ante a carência dos indispensáveis e adequados serviços públicos.
Caso a petista pensasse diferentemente disso, jamais ela imaginaria continuar à frente do governo, à vista da visível degeneração promovida por ela dos princípios e dos pilares da governabilidade do país, que foram desprezados progressivamente, a partir de quando a nação ingressou no caminho perigoso da falta de perspectivas, tendo sido prejudicada pela indiscutível incapacidade na condução das políticas públicas, evidenciada pela precariedade da prestação dos serviços públicos, e da desmoralização da administração pública, com a disseminação da corrupção, que tratou sistematicamente do desvio de recursos públicos para o abastecimento, no caso do petrolão, de contas de pessoas inescrupulosas e dos cofres do partido do governo e de outros partidos da sua base de sustentação, tudo causando extremo prejuízo ao patrimônio dos brasileiros.
Causa perplexidade que essa situação de visível precariedade tenha tido o beneplácito exatamente da sociedade, que resiste em se conscientizar quanto aos malefícios causados ao país e ao povo pelos maus políticos, que se mobilizam, às claras, sem o menor escrúpulo, para traçar planos para se livrar das acusações de má gestão e de incapacidade gerencial, inclusive de possível prática de crime de responsabilidade fiscal, tudo em contrariedades aos princípios saudáveis da transparência, legalidade e dignidade, que devem imperar na relevante missão de representação do povo, que tem como essência a exclusiva prestação de serviços públicos de qualidade.
No caso da presidente da República, a sociedade tem dado mostras cabais de que ela já demonstrou completa incapacidade para governar o país, ante as dificuldades de saneamento das graves questões que estão contribuindo para atormentar a agenda dela, cada vez mais assoberbada com avalanche de reclamações sobre a falta de serviços públicos de qualidade, que tem sido alvo da permanente insatisfação da população, conforme os protestos das ruas, denunciando o descaso governamental, que não passam de súplicas inócuas, diante das terríveis dificuldades administrativas e gerenciais para atendê-las.
As inadequadas políticas públicas adotadas pelo governo foram capazes de conduzir o Brasil ao desastrado estágio da recessão, com suas trágicas consequências de desemprego, redução de renda do trabalhador, desindustrialização, juros altos, inflação ascendente, descontrole das contas e das dívidas públicas, queda acentuada do PIB, falta de investimentos e de tantas mazelas próprias de administração que perdeu o seu verdadeiro norte, deixando perder relevância as funções da incumbência constitucional e legal do mandatário da nação.
Os brasileiros precisam se mobilizar para repudiar, com o máximo de veemência, as negociatas e as tratativas que levem à continuidade da ruina da administração do país, por meio de conchavos políticos que têm por objetivo a potencialização ainda mais das dificuldades e os comprometimentos espúrios, na vã tentativa de salvar o país e o povo de mais sacrifícios, porque sabidamente os fins empregados não se harmonizam com os princípios da dignidade e da nobreza que devem permear os objetivos primordiais da administração pública, que foi sensivelmente vilipendiada diante da ganância pela dominação política e pelo poder. Acorda, Brasil!
                          
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 19 de agosto de 2015

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