Com a prisão do ex-ministro da Casa Civil do
governo do metalúrgico, os petistas foram imediatamente à loucura, se insurgiram
contra as autoridades responsáveis pela Operação Lava-Jato e questionaram a
competência do juiz federal para promover buscas, apreensões e prisões.
No mandado de prisão, o juiz responsável pelas
investigações diz, com minúcia, que o ex-ministro "teria insistido" em receber dinheiro de propina em contratos
da Petrobras mesmo após ter deixado o governo, em 2005. Já o Ministério Público
Federal mostra que o petista indicou o diretor de Serviços da Petrobras, que
deu início à organização do esquema de pagamento de propinas, inclusive fazendo
extensão de parcela delas para o ex-ministro.
O líder do PT na Câmara dos Deputados classificou a
prisão do ex-ministro da Casa Civil de “aberração”
e tentativa de “golpe”, tendo
ressaltado ainda que o juiz federal, responsável pelas investigações da
Operação Lava-Jato, “persegue o PT” e
quer colocar o “povo na rua” para
derrubar o partido.
O petista disse que “É uma perseguição declarada ao PT. O juiz Sérgio Moro trabalha com
suposições, vai à imprensa, faz show. E a Polícia Federal acompanhando esse
show. Isso está virando uma aberração ao Estado de Direito. Está caminhando
para um golpe político da caneta. Moro trabalha para institucionalizar um golpe
e para prejudicar o PT”.
Demonstrando visível descontrole emocional, o líder
do partido disse que a investigação do esquema de corrupção na Petrobras usa “dois pesos e duas medidas” quando o
suspeito é do PT. Ele acrescentou que “Existe
um olhar diferente para os mesmos fatos. O Dirceu já estava em prisão
domiciliar. Não tinha motivo. É uma orquestra para colocar povo na rua. O juiz
Moro faz show calculado, pensado, para que isso se desenrole dessa maneira.”.
As declarações de um procurador da República deixam
muito claro que o ex-ministro é responsável pela instituição de modelo de
corrupção arquiteta e operacionalizada com a finalidade de se manter uma fonte
perene de abastecimento dos cofres de partidos e dos bolsos de políticos
participantes de poderoso esquema apropriado à satisfação, por meio
fraudulento, das necessidades de caixa, com respaldo no aparelhamento da
máquina pública com pessoas igualmente inescrupulosas, tendo como objetivo a
consolidação da meta de perenidade no poder.
Não há a menor dúvida de que o PT e o governo foram
capazes de inserir o país em um mar de lama consistente na intrincada,
sistêmica e endêmica corrupção, cujos meandros estão sendo desvendados com
bastante competência por altruístas, corajosos, competentes e destemidos
servidores públicos, cujos resultados não dão margem a dúvida quanto à solidez
e inquestionável firmeza sobre os importantes achados, à vista das dificuldades
para contestação por parte dos investigados.
Parece
compreensível o desespero dos petistas, que tentam, a qualquer custo,
desqualificar o magnífico e consistente trabalho dos servidores públicos
envolvidos nas investigações em causa, diante contundência e segurança dos levantamentos
e das provas juntados aos autos, tornando difícil contraditá-los com meros
argumentos e acusações de perseguição política, quando os fatos mostram, de
forma inequívoca, que o imensurável rombo na Petrobras consiste em muito mais
de seis bilhões de reais, registrados contabilmente no balancete da estatal.
Não somente o líder do PT, mas os filiados,
simpatizantes e aliados dessa agremiação precisam se conscientizar, com
urgência, que golpe mesmo, dos mais humilhantes, é o país ser obrigado a conviver
cotidiana e compulsoriamente com o noticiário policial dando conta de mais
suspeitos sendo presos por envolvimento na corrupção que foi capaz de desviar
da Petrobras, pelo menos, mais de R$ 6 bilhões, em degradante desmoralização
dos princípios da ética, moral e dignidade que devem permear a administração do
país.
O líder do PT precisa saber que o antipetismo se
consolida justamente porque as práticas delituosas, ao contrário do que se
poderia esperar, sempre merecem o beneplácito do PT, como nesse caso, em que os
fatos falam por si sós e os simpatizantes dessa legenda fazem questão de
repudiar a competência das medidas tendentes à purificação desse câncer da
corrupção implantada no governo.
A atitude do deputado petista é bastante “louvável”,
porque ela reflete, do que se pode inferir da indignação dele, piamente a exata
coerência do partido dele sobre as irregularidades com recursos públicos, que
não são interpretadas como crime, com o rigor da lei, porque somente as pessoas
não simpatizantes da ideologia defendida pelo PT têm entendimento diferente, no
sentido de se exigir mais investigação e punição para os corruptos.
Na mentalidade petista, as censuras às práticas de
corrupção significam violento golpe conta a existência do partido e também
tentativa de pôr a sociedade em linha de colisão com o pensamento ideológico dele,
que não pode ser contrariado, sob pena de se imaginar na tentativa de golpe às
instituições.
O Brasil nunca foi tão ultrajado e humilhado com a
desgraça da corrupção, que se tornou endêmica e sistemática no governo petista,
a quem deve ser atribuída a culpa por esse câncer do século, conforme assegurou
um procurador da República, quando afirmou que o petrolão, a exemplo do
mensalão, teve a inspiração do petista que se encontrava em prisão domiciliar e
foi preso novamente agora, mas as lideranças petistas ainda têm a insensibilidade
de afirmar que as doações ao partido são legais, mesmo as provenientes das
fraudes ocorridas na Petrobras, dando a entender que os brasileiros não
petistas são um bando de imbecis que não acreditam em maldades que tanto prejudicam
o patrimônio dos brasileiros.
Neste momento crucial, de graves crises e
dificuldades, convém que os brasileiros depositem integral confiança e apoio às
instituições responsáveis pelas investigações objeto da Operação Lava-Jato,
cujos resultados somente confirmam a enorme perversidade das práticas
corrosivas ao patrimônio público, propugnando para que haja, com a máxima
urgência, a reformulação das normas jurídicas, para se permitirem que, além dos
crimes de responsabilidade, as irregularidades graves com recursos públicos
sejam capazes de afastar de seus cargos os governos que foram incapazes de
evitá-las, de modo que a mudança na gestão pública possa permitir que o novo
estadista tenha real competência para interromper a continuidade da crise e
adotar medidas de controle e fiscalização capazes da retomada do crescimento do
país, que tanto aspira por ética, moralidade, dignidade, honestidade,
legalidade e transparência. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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