quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Condenável insensatez

O ministro da Justiça determinou à Polícia Federal que investigasse as ameaças à presidente da República feitas por advogado brasiliense e ex-candidato a deputado federal pelo PSDB/DF, que não foi eleito.
O citado advogado veiculou pela internet vídeos prometendo “arrancar a cabeça de Dilma”, se ela não renunciar até o dia 6 de setembro. Ainda no mesmo vídeo, ele também pede que a presidente se “suicide”.
No vídeo, o advogado é muito incisivo, ao propor que a petista “Renuncie, fuja do Brasil ou se suicide até o dia 6 de setembro, às 23h59 (…). Vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça para baixo. Com a foice e com o martelo, nós vamos arrancar sua cabeça e pregar e fazer memorial para você”.
Em 25 de agosto último, o brasiliense anunciou a preparação de golpe militar, para destituir a mandatária brasileira do poder.
Certamente que nem mesmo os fanáticos petistas teriam ideias tão absurdas e lunáticas como essas protagonizadas pelo advogado brasiliense, a par de constituir forma inusitada de se destituir governante do poder.
À toda evidência, as ameaças em tela espelham completa insanidade, porque pessoa com pleno uso das normais faculdades mentais jamais fariam declarações com tamanho desequilíbrio, quanto mais em relação à presidente do país, por mais que ela tenha sido prejudicial aos interesses nacionais.
Não há a menor dúvida de que o advogado perdeu o senso da razão e da sanidade, por demonstrar, por meio de ameaças, o uso da força muito além da racionalidade, completamente incompatível com a realidade dos fatos, em que pese a gravidade de a presidente do país ter demonstrado indiscutível incapacidade administrativa para governar o Brasil.
Essa constatação pode até exigir a adoção de medidas racionais, com o emprego de mecanismos pela via regular das instituições jurídicas, observadas as normas e os regramentos jurídicos apropriados, em harmonia com os princípios da civilidade e da legitimidade, com o que expressiva parcela dos brasileiros teria o maior prazer em se associar, como forma de contribuir para interromper o ciclo de má gestão dos recursos públicos e dos danos causados aos interesses dos brasileiros, graças às políticas precariamente executadas, notadamente no que diz respeito à economia, cujos indicadores levaram o país à terrível recessão econômica.
Na verdade, a crise econômica está causando as piores consequências para os brasileiros, a exemplo do aumento do desemprego, da desindustrialização, da redução da renda dos trabalhadores, do crescimento da inflação, da elevação das taxas de juros e das dívidas públicas, do descontrole dos gastos públicos e das contas públicas, da redução drástica da arrecadação, da falta de investimentos público e privado, entre outras mazelas que conduziram o país à ruína e ao descalabro do descrédito, com grande possibilidade de a situação caótica piorar ainda mais, graças à visível falta de perspectivas em curto prazo, considerando que inexistem parâmetros seguros e confiáveis de recuperação dos fatores que estão contribuindo para estrangular as ações do governo, que se encontra totalmente dominado pelos maléficos e destrutivos padrões de precariedades e de deficiências que lamentavelmente permeiam na administração do país.
Não há dúvida de que a sociedade precisa se conscientizar de que a atuação do governo tem sido altamente prejudicial aos interesses da população e do país, com a marca da sua incompetência visivelmente impregnada pela péssima prestação dos serviços públicos à população, cujos padrões de qualidade foram plenamente reprovados, e pela desgraça da corrupção, que teve o condão de destruir o até então majestoso patrimônio da Petrobras, em especial pela ingerência maléfica do Palácio do Planalto, com suas perniciosas políticas de aparelhamento das estatais com sindicalistas, petistas, políticos e outros despreparados assemelhados, de consequências imprevisíveis e prejudiciais ao interesse público.
É evidente que não são com medidas insensatas e insanas que se processam as mudanças ansiadas pelo povo, porque esse quadro lastimável tem raízes que precisam, com urgência, ser extirpadas com sabedoria, inteligência e mobilização da sociedade, mediante o emprego de medidas de cunho constitucional, democrático e republicano, sem necessidade do uso da violência e muito menos de ameaças estapafúrdias, visto que a truculência faz parte da era medieval que não condiz com os avanços da modernidade e do desenvolvimento da humanidade. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de setembro de 2015

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