O ministro da Justiça determinou à Polícia Federal
que investigasse as ameaças à presidente da República feitas por advogado
brasiliense e ex-candidato a deputado federal pelo PSDB/DF, que não foi eleito.
O citado advogado veiculou pela internet vídeos prometendo
“arrancar a cabeça de Dilma”, se ela
não renunciar até o dia 6 de setembro. Ainda no mesmo vídeo, ele também pede
que a presidente se “suicide”.
No vídeo, o advogado é muito incisivo, ao propor
que a petista “Renuncie, fuja do Brasil
ou se suicide até o dia 6 de setembro, às 23h59 (…). Vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça
para baixo. Com a foice e com o martelo, nós vamos arrancar sua cabeça e pregar
e fazer memorial para você”.
Em 25 de agosto último, o brasiliense anunciou a
preparação de golpe militar, para destituir a mandatária brasileira do poder.
Certamente
que nem mesmo os fanáticos petistas teriam ideias tão absurdas e lunáticas como
essas protagonizadas pelo advogado brasiliense, a par de constituir forma
inusitada de se destituir governante do poder.
À
toda evidência, as ameaças em tela espelham completa insanidade, porque pessoa
com pleno uso das normais faculdades mentais jamais fariam declarações com
tamanho desequilíbrio, quanto mais em relação à presidente do país, por mais
que ela tenha sido prejudicial aos interesses nacionais.
Não
há a menor dúvida de que o advogado perdeu o senso da razão e da sanidade, por
demonstrar, por meio de ameaças, o uso da força muito além da racionalidade,
completamente incompatível com a realidade dos fatos, em que pese a gravidade de
a presidente do país ter demonstrado indiscutível incapacidade administrativa para
governar o Brasil.
Essa
constatação pode até exigir a adoção de medidas racionais, com o emprego de
mecanismos pela via regular das instituições jurídicas, observadas as normas e
os regramentos jurídicos apropriados, em harmonia com os princípios da
civilidade e da legitimidade, com o que expressiva parcela dos brasileiros teria
o maior prazer em se associar, como forma de contribuir para interromper o
ciclo de má gestão dos recursos públicos e dos danos causados aos interesses
dos brasileiros, graças às políticas precariamente executadas, notadamente no
que diz respeito à economia, cujos indicadores levaram o país à terrível
recessão econômica.
Na
verdade, a crise econômica está causando as piores consequências para os
brasileiros, a exemplo do aumento do desemprego, da desindustrialização, da
redução da renda dos trabalhadores, do crescimento da inflação, da elevação das
taxas de juros e das dívidas públicas, do descontrole dos gastos públicos e das
contas públicas, da redução drástica da arrecadação, da falta de investimentos
público e privado, entre outras mazelas que conduziram o país à ruína e ao
descalabro do descrédito, com grande possibilidade de a situação caótica piorar
ainda mais, graças à visível falta de perspectivas em curto prazo, considerando
que inexistem parâmetros seguros e confiáveis de recuperação dos fatores que
estão contribuindo para estrangular as ações do governo, que se encontra totalmente
dominado pelos maléficos e destrutivos padrões de precariedades e de
deficiências que lamentavelmente permeiam na administração do país.
Não
há dúvida de que a sociedade precisa se conscientizar de que a atuação do
governo tem sido altamente prejudicial aos interesses da população e do país,
com a marca da sua incompetência visivelmente impregnada pela péssima prestação
dos serviços públicos à população, cujos padrões de qualidade foram plenamente
reprovados, e pela desgraça da corrupção, que teve o condão de destruir o até
então majestoso patrimônio da Petrobras, em especial pela ingerência maléfica
do Palácio do Planalto, com suas perniciosas políticas de aparelhamento das
estatais com sindicalistas, petistas, políticos e outros despreparados
assemelhados, de consequências imprevisíveis e prejudiciais ao interesse
público.
É
evidente que não são com medidas insensatas e insanas que se processam as
mudanças ansiadas pelo povo, porque esse quadro lastimável tem raízes que
precisam, com urgência, ser extirpadas com sabedoria, inteligência e
mobilização da sociedade, mediante o emprego de medidas de cunho
constitucional, democrático e republicano, sem necessidade do uso da violência
e muito menos de ameaças estapafúrdias, visto que a truculência faz parte da
era medieval que não condiz com os avanços da modernidade e do desenvolvimento
da humanidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 02 de setembro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário