Na atualidade, a história política brasileira vem
registrando acontecimentos pra lá de dramáticos e outros não menos importantes
estão reservados como episódios destinados a fazer a memória nacional.
Há dois importantes personagens da República que
estão protagonizando acirrada disputa pessoal, cujo desfecho é absolutamente imprevisível,
porém ele poderá ser decisivo para os interesses nacionais. Esses personagens
são a presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados, que ficam
se digladiando sempre que surge oportunidade.
O presidente da Câmara já foi denunciado
criminalmente à Justiça, por envolvimento em atos de corrupção, sendo o
político mais importante investigado pela Operação Lava-Jato. Esse fato levou o
político a se declarar oposição ao governo, que ainda poderá cimentar o caminho
que leva ao processo de impeachment
da presidente.
À vista dos acontecimentos, não se vislumbra a
menor possibilidade de conciliação entre eles, em razão do acirramento da ojeriza
mútua, em que cada qual trabalha para derrubar seu opositor, em verdadeira
queda de braço sem fim, como forma de tentativa de salvar a própria pele.
No momento, a opinião pública é de que a classe
política passa por processo de desmoralização e que a sociedade espera que haja
punição para os homens públicos envolvidos em irregularidades com recursos
públicos, na expectativa de que a administração pública possa funcionar com
indispensável dignidade.
Por enquanto, a presidente só contabiliza enorme
impopularidade e rejeição por parte de parlamentares, por conta de suas
desastradas políticas adotadas no seu governo, que levaram o país à recessão
econômica e bancarrota das contas públicas, não tendo ainda nenhuma acusação sobre
ferimento do princípio ético, embora ela tenha sido presidente do Conselho de
Administração da Petrobras, quando autorizou a compra da refinaria de Pasadena,
nos Estados Unidos da América, que causou enorme prejuízo à estatal.
No entanto, o presidente da Câmara é acusado de ter
se beneficiado de recursos provenientes do esquema de propina na Petrobras, que
é objeto de investigação da Operação Lava-Jato.
A situação da presidente se encontra em impasse, a
depender basicamente do julgamento de suas contas de 2014 pelo Tribunal de
Contas da União e do julgamento das despesas de campanha pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Os
brasileiros anseiam por que o império da moralização do país sobreponha aos
interesses espúrios e inescrupulosos dos homens públicos, que vivem menosprezando
as causas nacionais e principalmente a situação crônica de precariedade da
prestação de serviços públicos à população.
À
toda evidência, a crise do país é de tamanha gravidade que exige senão a
mobilização dos brasileiros, compreendendo os governantes, os políticos, as
entidades de classes organizadas e o povo em geral, com a finalidade de se
darem às mãos, com vistas ao soerguimento da nação, que se encontra aos
frangalhos, graças justamente às insensibilidades e à falta de conscientização
sobre a premência de compreensão sobre a tragédia que se abate sobre os
brasileiros, cuja superação depende da união e do entendimento entre as forças
antagônicas, que estão bravamente se digladiando em prol da salvação dos cargos
que ocupam, em visível detrimento dos interesses públicos.
Enquanto
houver disputa entre as principais autoridades do país, na tentativa da
conquista de maior dominação política, as crises política, econômica e administrativa
ganham terreiro fértil para se expandirem e contaminarem ainda mais a fragilização
das instituições públicas, que são administradas à luz da precariedade e da
irresponsabilidade, em razão de deixarem de cumprir as suas funções públicas
essenciais de atendimento ao interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de setembro de 2015
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