A denúncia criminal
contra o ex-ministro da Casa Civil, por corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa, evidencia, com absoluta clareza, que a democracia foi extremamente
corroída pela ganância e falta de escrúpulo por parte de autoridades do poder,
que se investiram do absoluto domínio também das empresas públicas, como no
caso da Petrobras, que foi aparelhada com pessoas especialmente preparadas para
participar desse processo criminoso, desde longa data.
Na verdade, a
corrosão da democracia implica se afirmar que o governo foi estruturado para
servir preferencialmente os interesses de pessoas e partidos, em detrimento da
satisfação das causas do povo, que tem ficado em planos secundários, à vista da
degradação das estruturas do Estado, que há algum tempo passa por processo de
desmilingue de forma progressiva, ante a péssima prestação dos serviços
públicos e a convivência com o terror e o poder destruidor das corrupções, que
se instalaram impiedosamente nas hostes da administração pública.
Os fatos são pródigos
em mostrar que o governo foi amoldado para a satisfação de fins particulares,
de modo a puder atender ao capitalismo de compadrio, privilegiando o
empresariado que harmonize com os seus ideais programáticos e a classe política
dominante, que, de forma inescrupulosa, propicia o indispensável apoio à
predominância do poder, que não seria possível sem a extensão das benesses com
recursos públicos, em flagrante prejuízo à satisfação do interesse público.
O escândalo da
Petrobras é exemplo clássico da forma concreta como a empresa foi aparelhada
pela cúpula do governo para esquematizar o propinoduto para desviar recursos
para o bolso de inescrupulosos políticos e diretores da estatal e os cofres de
construtoras e partidos políticos, que deles se beneficiaram
desavergonhadamente como se isso fosse prática normal.
Enquanto isso
acontece dentro da estrutura da própria administração, o governo permanece
impassível com relação às demais empresas públicas, como o BNDES, Eletrobrás,
Fundos de Pensão etc., sem que nenhuma medida tenha sido adotada para se
averiguar quanto à regularidade dos contratos e dos negócios por elas
administrados, em que pesem as suspeitas e as denúncias de que as irregularidades
são latentes em todos os recantos da administração pública.
A comprovação da
efetiva participação do ex-ministro da Casa Civil, um dos fundadores do PT e
também um dos maiores ídolos do partido, na organização e estruturação dos
esquemas de roubalheira da Petrobras não deixam a menor margem de dúvida quanto
à podridão que se instalou na administração pública, a começar pelo mensalão
para a compra de votos de parlamentares, que até hoje vem sendo negada a sua
existência, quando o veredicto do Supremo Tribunal Federal confirma em
definitivo as irregularidades e os desvios de recursos dos brasileiros, para
fins espúrios.
O que mais é preciso para os fanáticos petistas se convencerem de que o
PT foi contaminado pela perversidade de elementos da pior espécie, que usou a
sua influência política para implantar esquema criminoso para se beneficiar do
desvio de dinheiros dos cofres públicos.
É inacreditável que, embora toda roubalheira sendo escancarada à luz
solar, não deixando a menor dúvida quanto aos seus verdadeiros autores, mesmo
assim os delinquentes ainda contam com o apoio, a simpatia e o estímulo da
insanidade e insensibilidade de petistas, que os aplaudem como se os criminosos fossem
verdadeiros heróis brasileiros, em clara demonstração do quanto esses
tresloucados perderam o senso da razoabilidade e da sensibilidade, por serem capazes
de estimular e incentivar o desvio de seus recursos, provenientes de tributos
pagos ao Fisco, que demonstra dificuldade em custear a máquina publica onerosa,
ineficiente, inchada e atrasada, em relação à modernidade que se distancia cada
vez mais do governo que tem enorme dificuldade para enxergar a premência e
urgência de reformas das estruturas do Estado, que vem há muito tempo dando claros
sinais de falência de seus múltiplos órgãos.
Compete aos brasileiros avaliarem, à luz dos fatos deletérios e
prejudiciais ao interesse público, as reais condições da capacidade gerencial e
administrativa de governança, principalmente diante das graves dificuldades política,
econômica e administrativa, com vislumbre da intensificação das crises, em face
da demonstração da incapacidade de organização, estruturação e saneamento das
questões nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de setembro de 2015
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