domingo, 13 de setembro de 2015

A defesa da esculhambação?

O ex-presidente da República petista conversou reservadamente com o vice-presidente da República, tendo manifestado extrema preocupação com a possível saída do PMDB do governo, por conta do agravamento das crises política e econômica.
Na ocasião, ele solicitou ajuda ao peemedebista para permanecer na aliança governista, por entender que, se houver o abandono da presidente, o processo de impeachment ganha força e será deflagrado de forma incontrolável.
A conversa ocorreu logo depois de o vice vaticinar que a petista corre sério risco de não concluir o mandato, se permanecer com a popularidade muito baixa.
Considerado experiente estrategista político, o petista se antecipou para aconselhar a afilhada a se reaproximar do vice–presidente, presidente do PMDB, que tem peso político no Congresso Nacional, e do presidente da Câmara dos Deputados, que, embora desafeto da petista, tem o poder de decidir pelo deferimento de pedido de impeachment.
O petista disse ao vice-presidente que a presidente brasileira parece ignorar a gravidade da crise que arrasa a nação e, que, na sua avaliação, a petista tem muita dificuldade de ouvir, tomar decisões e corrigir rumos.
Não obstante, os governadores e ministros do PMDB, em encontro recente, desfiaram um rosário de queixas contra o Palácio do Planalto, entre as quais a de que o partido “jogou uma boia de salvação para Dilma”, no bojo da Agenda Brasil proposta pelo presidente do Senado Federal, “mas o governo foi lá e furou a boia”.
A crise do governo piorou depois que o Brasil perdeu o selo de bom pagador, o ministro da Fazenda ameaçou deixar o governo e o movimento pró-impeachment ganhou corpo na Câmara, na esteira do pedido nesse sentido formulado por um dos fundadores do PT, e para esquentar ainda mais o inferno astral petista, a Polícia Federal solicitou autorização ao Supremo Tribunal Federal para ouvir o ex-presidente da República petista, no inquérito que investiga o envolvimento de políticos no esquema de corrupção na Petrobrás.
Ora, se o ex-presidente petista reconhece que a presidente "tem muita dificuldade de ouvir, tomar decisões e corrigir rumo" e mesmo assim ele insiste que ela ainda seja merecedora de apoio pelo partido do vice-presidente, fica muito claro que o petista defende a esculhambação na administração do país, uma vez que a mandatária não tem a mínima condição, no dizer do padrinho dela, de comandar os brasileiros, justamente em razão de patentes dificuldades que a impedem de decidir em benefício do país.
Além de tudo isso, fica a evidência da culpa do petista de ter indicado e apoiado alguém para presidir o país que não reúne as condições ideais para tanto, pois demonstra dificuldades que jamais podem existir na postura de estadista, considerando que ele precisa reunir as condições essenciais de ouvir, corrigir os rumos dos fatos e adotar as decisões mais adequadas à solução dos problemas nacionais.
Na verdade, a situação de lamúria pela qual se encontra o governo é exatamente devido ao resultado da incompetência da presidente, que, por ter dificuldade para ouvir, corrigir o rumo dos fatos e tomar decisões, não poderia ser diferente o caos estabelecido, ficando claro que a culpa pela desgraça que se abate no país é por culpa da fragilidade administrativa dela, em face da sua incapacidade gerencial, como admitida por seu criador.
Não há dúvida de que o petista se notabilizou como um dos maiores oportunistas do país e, no momento de crises, ele atua dando uma no cravo e outra na ferradura, por posar em defensa da criatura, mas, para ele, pouco importa o seu destino, uma vez que ele apenas demonstra interesse em palmilhar seu caminho à volta ao Palácio do Planalto, que será facilitada certamente com o fracassado governo da petista, se resultar no afastamento dela, o quanto antes melhor, como se ele não tivesse nada com esse desastre.
Todavia, compete ao ex-presidente defender, como principal liderança petista, competência, austeridade e zelo com a coisa pública, de modo a se evitar a degradação que se alastra de forma incontrolável e irresponsável na gestão dos recursos públicos, ao invés de demonstrar pseudointeresse na continuidade da sua afilhada desorientada administrativamente, que, como presidente do país, já causou enorme prejuízo aos interesses dos brasileiros, não sendo aconselhável, salvo por conveniência pessoal ou partidária, a permanência dela no poder, à luz do bom sendo e dos fatos, que falam por si sós e são absolutamente indefensáveis.
Indiscutivelmente, o ex-presidente petista demonstra extremo desamor às causas do Brasil e dos brasileiros, por ainda ter a insensibilidade de procurar a ajuda e o apoio político para a sua criada, mesmo diante do explícito reconhecimento de que ela não reúne as mínimas condições para administrar o país com as grandezas do Brasil.
É evidente que ele seria coerente se, ao contrário, admitindo as dificuldades intrínsecas da presidente do país, fosse o primeiro a defender a sua saída, que funcionaria como benéfica contribuição para o bem e a preservação dos interesses nacionais.
É exatamente devido às medidas induvidosamente oportunistas, como essa de se brigar por presidente ineficiente e incapaz, que o Brasil se encontra na lona das dificuldades e sem a menor perspectiva de recuperação, em curto prazo, em especial porque os principais homens públicos defendem, de forma explícita, a continuidade de governo comprovadamente sem condições e despreparado para resolver as graves crises social, política, econômica e administrativa, propiciando, com isso, que o país siga na terrível sina de contar também com a predominância da classe política contaminada pela arraigada defesa de suas causas, em detrimento dos interesses da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de setembro de 2015

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