O vice-presidente da República disse à presidente
do país para ficar “à vontade” na definição dos nomes de peemedebistas de sua
nova equipe ministerial, tendo deixando claro que o PMDB considera mais
importante, no momento, cortar ministérios e sinalizar que o governo está
fazendo a sua parte para o reequilíbrio das contas públicas.
Embora o PMDB deva perder três dos seis ministros
da atual composição da Esplanada dos Ministérios, o vice-presidente disse à
petista que não fará indicação de nomes para o novo ministério, dando a
entender que seu partido pretende realmente abdicar das benesses e das
influências advindas do governo, que tanto contribuíram para alimentar a sede
pelo poder.
Na verdade, a pretensão da presidente do país é remontar
o apoio da base aliada a seu governo com as bancadas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados, de modo que a nova configuração ministerial seja representada
por parlamentares com facilidade de desenvoltura e trânsito no Congresso
Nacional.
Mais
um caso explícito do vergonhoso e deprimente processo denominado toma lá, dá
cá, que já maculou por completo o governo petista, que perdeu excelentes
oportunidades para formar seu ministério com pessoas competentes, qualificadas,
preparadas e especializadas nas respectivas áreas de atuação, ao invés de
lotear os principais cargos da Esplanada entre parlamentares, normalmente com a
exclusiva vocação de preencher os cargos dos ministérios e das empresas
estatais com seus afilhados políticos e assemelhados igualmente despreparados, sem
a menor qualificação para o exercício dos cargos públicos.
Não
à toa que os serviços públicos prestados à população degringolaram e são
considerados um dos piores da face da terra, justamente diante do desprezo do
governo com o nível dos titulares e de seus assessores que integram os
principais órgãos da administração pública.
Embora
essa deplorável e caótica situação existente na administração do país seja
indiscutível realidade, a presidente brasileira ainda insiste em nomear os
titulares dos ministérios pelo critério menos recomendado, pelo meio censurável
da troca de apoio político, em detrimento do sistema de mérito funcional, como
fazem as nações sérias e evoluídas social, política e democraticamente.
Conviria
que a sociedade se insurgisse contra essa forma irresponsável e medíocre da
indicação de cargos públicos, por representar o que de pior se pode empregar na
atualidade, eis que fica patenteada a preferência pela ineficiência e
ineficácia da administração pública, cujos resultados são extremamente
prejudiciais ao interesse público, pela evidência de que as indicações são
nitidamente políticas e estrategicamente calculados para o atendimento da
conveniência da presidente da República, que pretende ser fortalecida junto à
Câmara dos Deputados para a sua blindagem contra a abertura do processo de
impeachment, que se mostra perigosamente iminente, além de procurar garantir a
governabilidade, cujos pilares estão ruindo como um castelo de areia,
justamente devido à falta de sustentação política que ela pretende recompor por
meio de processo espúrio e inescrupuloso de estímulo ao fisiologismo
ideológico, com a distribuição de ministérios de forma seletiva a seu talante
para assegurar vantagem pessoal, no sentido de poder, em troca, contar com a
fidelidade dos igualmente indignos homens públicos, que aceitarem os novos
cargos na condição essencial de prestar o serviço nada diáfano de defender os
interesses políticos da presidente da República no Congresso Nacional, em
detrimento do exclusivo desempenho, da melhor forma possível, de trabalhar em
defesa do interesse público, como fazem os ministros dos países sérios e
desenvolvidos.
Com
certeza, os brasileiros não merecem tamanha irresponsabilidade com a aplicação
dos recursos públicos, que, na forma constitucional e legal, devem se destinar apenas
ao atendimento das causas da população, em estrita observância às normas
aplicáveis à administração orçamentária e financeira, sob pena de sanções
àqueles que derem causa à sua má aplicação, como é o caso de se nomear ministro
com a finalidade para tratar dos interesses da presidente do país no Congresso
Nacional.
À
toda evidência, a nomeação de ministros para essa finalidade precisa ser
censurada e repudiada, com veemência, pelos brasileiros, por se tratar de ato que
fere de morte os princípios da moralidade, legalidade e dignidade na aplicação
do dinheiro público, cujo envolvido pode ser responsabilizado, na forma da lei,
pelo crime, no mínimo, de lesa-pátria. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR
FERNANDES
Brasília, em 23 de setembro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário