A
revista ÉPOCA garante que teve acesso a arquivos sigilosos e bastidores sobre
as atuações do ex-presidente da República petista como lobista da Odebrecht em Cuba,
o país onde a empreiteira faturou US$ 898 milhões, o equivalente a 98% dos
financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES na ilha caribenha.
Segundo
a revista, telegramas secretos do Itamaraty revelam que diplomatas testemunharam
conversas reservadas do petista em Havana, e documentos confidenciais do
governo brasileiro, em que burocratas descrevem as condições camaradas dos
empréstimos do BNDES às obras da Odebrecht em Cuba.
A
documentação coletada com exclusividade por ÉPOCA, corroborada por entrevistas
reservadas com fontes envolvidas, confirma que o ex-presidente intermediou sim negócios
para a Odebrecht em Cuba, demonstrando, em detalhes, como ele até usava o nome
da presidente da República petista nas negociações.
Consta
que ele discutiu, em reuniões com executivos da Odebrecht e o presidente cubano
minúcias sobre os projetos da empreiteira naquele país, envolvendo as formas de
garantias que seriam aceitas pelo BNDES para investir nas obras.
A
mencionada intermediação é confirmada, de forma irrefutável, pelo próprio
petista, conforme diálogo com um servidor do Itamaraty, nos seguintes termos: “15. Registro que o Presidente Lula, na
despedida à porta do avião, confidenciou-me ter tratado com Presidente Raúl
Castro da questão das ‘garantias soberanas’, com a ênfase à opção pela venda de
nafta à BRASKEN, e que reportaria o teor das conversações oportunamente à
Senhora Presidenta da República.”. MARCELO CÂMARA, Encarregado de Negócios,
a.i.
Segundo
a revista, o grosso dos documentos foi classificado pelo governo como secreto, o
que significa que o acesso público aos contratos somente será possível 15 anos
após a assinatura deles. No entanto, alguns documentos já foram entregues ao
Ministério Público Federal, em diligência pertinente às investigações acerca de
denúncias de irregularidades nos financiamentos do BNDES
às obras em Mariel.
Ainda
há em curso outro inquérito, também revelado por
ÉPOCA, em abril, dando conta de que o ex-presidente petista é
investigado em razão de suspeita da prática do crime de tráfico de influência internacional, capitulado nos artigos
332 e 337 do Código Penal, ante a denúncia do uso de seu prestígio para aproximar
o BNDES aos governos amigos ao PT, na América Latina e na África, tendo a construtora
Odebrecht o potencial interesse na execução dos projetos financiados.
A
revista ressalta que “Sempre que Lula se
encontrava com um presidente amigo, a Odebrecht obtinha mais dinheiro do BNDES
para obras contratadas pelo governo visitado pelo petista. O MPF investiga se a
sincronia de pagamentos é coincidência – ou obra da influência de Lula. Na
ocasião, por meio do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o
ex-presidente negou que suas viagens fossem lobby em favor da Odebrecht e que
prestasse consultoria à empresa. Segundo Lula, suas palestras tinham como
objetivo ‘cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração
latino-americana’”.
Como
não poderia ser diferente, a construtora Odebrecht afirmou que “O ex-presidente não teve ‘qualquer
influência’ nas suas
duas obras em Cuba, o Aeroporto de Havana e o Porto de Mariel...”.
O
Palácio do Planalto, por sua vez, informou que desconhece
“... o conteúdo dos documentos aos quais ÉPOCA teve acesso.
Contudo, o Planalto destaca a importância estratégica do projeto de Porto de
Mariel para as relações de Brasil e Cuba. ‘A possibilidade crescente de
abertura econômica de Cuba e a recente reaproximação entre Cuba e Estados
Unidos vão impulsionar ainda mais o potencial econômico de exportação para
empresas brasileiras ’”.
O BNDES afirmou que “... a Odebrecht é a construtora brasileira com maior
presença em Cuba. Portanto, faz sentido que a maior parcela das
exportações para aquele país financiadas pelo banco seja realizada pela
empresa... mantém com a Odebrecht
relacionamento rigorosamente igual a qualquer outra empresa...
nega que esteja financiando projetos
envolvendo direta ou indiretamente a Odebrecht no setor de energia, bioenergia
ou sucroalcooleiro em Cuba.”.
É
ressaltado na reportagem que, procurado por ÉPOCA, o ex-presidente petista não quis se manifestar sobre o episódio em causa.
É indiscutível que o petista teria sido extremamente
sensato e útil ao Brasil, na pseudoquestão de se trabalhar pelos interesses do
país, se tivesse, ao invés de usar a sua influência para financiar obras para
países da África e da América Latina, conseguido recursos do exterior para serem
investidos em portos, aeroportos, metrôs, estradas, linhas férreas,
infraestrutura e outras obras aqui no Brasil, para benefício dos brasileiros.
Não faz sentido que o ex-presidente trabalhe contra
os interesses do Brasil, uma vez que ele ajuda a transferir dinheiro para o
exterior, com vistas à realização de benfeitorias em outros territórios,
conquanto as obras realizadas aqui sempre se destinem ao exclusivo usufruto dos
brasileiros, que estão padecendo terrivelmente pela falta de obras, em razão da
escassez de verbas públicas no país tupiniquim.
A escassez de recursos é responsável pelo
sucateamento e pela falta de obras públicas da incumbência do governo federal e
de interesse da população que paga pesados tributos e deveria, em atenção à responsabilidade
patriótica ínsita na atribuição dos homens públicos, merecer a priorização
sobre a aplicação dessas verbas exclusivamente em seu beneficio.
Constituem enorme insensatez e irresponsabilidade, por
parte dos homens públicos, o completo desprezo pelo sentimento de brasilidade,
quando eles decidem influenciar, injustificadamente, com seu prestígio, para
mandar dinheiro público para ser investido no exterior, quando os recursos
estrangeiros investidos no Brasil estão retornando aos seus países, por força da
desconfiança quanto à atuação do governo.
Trata-se,
sem a menor dúvida, de crime de lesa-pátria a estranha e injustificável atitude
que consiste na decisão de brasileiro decidir trabalhar para o Brasil ajudar
países estrangeiros, com financiamentos destinados à realização de obras com
recursos dos brasileiros, que se sacrificam para beneficiar graciosamente
nações comandadas por ditadores que menosprezam os direitos humanos e os
princípios democráticos.
Carece de ingente justificativa para os brasileiros,
por parte do governo, dos homens públicos envolvidos e do BNDES, que tem por
finalidade institucional o incremento do desenvolvimento econômico e social dos
brasileiros e não de outros povos, mandar dinheiro para a execução de obras no
exterior, sob pena de responsabilização de quem tenha autorizado tamanhas
insanidade e irresponsabilidade, ante os evidentes prejuízos contabilizados
contra os brasileiros, que são os verdadeiros donos do dinheiro que foi para o exterior
sem o seu consentimento, de forma absolutamente injustificável e ainda de
retorno incerto e improvável, ante a prática comum de o governo petista perdoar
as dívidas desses países. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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