Segundo uma importante jornalista,
que teria auscultado junto a dirigentes históricos do partido, liderados pelo
ex-presidente da República petista, o próprio PT já não descarta a
possibilidade da renúncia da presidente da República, na hipótese de derrota
fragorosa do pacote fiscal enviado ao Congresso Nacional, o que deflagraria inevitável
atitude extrema em caso do reconhecimento de total ingovernabilidade do país.
As crises que afetam a
governabilidade estão longe de ter fim e a iminência da abertura de processo de
impeachment parece ser inevitável, deixando a situação do governo cada vez mais
insustentável, o que precipitaria a retirada da presidente da cena política, para
se evitar a conflagração no país, embora ela tenha anunciado, repetidas vezes, que
não renunciará ao mandato, em hipótese alguma.
A expectativa do PT é a de que,
no máximo até o meado do próximo mês, a presidente consiga contornar a
gravidade das crises de governabilidade, virar o jogo e se estabelecer
novamente como alternativa confiável de poder, até 2018.
No meio das crises, ainda
têm sérios complicadores nesse imbróglio, que são os rumores de que o delator,
que teria sido o negociador das propinas para o PMDB, possa contar a verdade
sobre o envolvimento de importantes líderes do partidão nas roubalheiras na
Petrobras, o que complicaria de vez a situação do vice-presidente da República,
que seria o sucessor da presidente, caso haja o impeachment dela.
O certo mesmo é que o país
está se contorcendo em graves crises e ainda contaminado por completo ceticismo
quanto às perspectivas em curto prazo, porquanto há em evidência de jogo
político que envolve interesses pessoais e partidários e podem valer o destino
do país, à custa da renúncia da presidente ou do seu afastamento, como pretende
a sociedade, que não suporta conviver com a incompetência da administração do
país, diante do terrível retrocesso em todos os níveis.
Nesse cenário trágico, a
economia ganha destaque disparado, cuja inapetência gerencial nessa área contribuiu
para a condução do país à terrível recessão, com suas maléficas consequências
de desemprego, retração econômica, desindustrialização, redução da arrecadação,
principalmente falta de investimentos público e privado, entre outras mazelas
que reforçam as dificuldades de governabilidade.
É humanamente impossível se
governar a nação grandiosa como o Brasil sem os indispensáveis apoios político
e da população. A evidência é de que, na atualidade, a presidente se assemelha
à rainha da Inglaterra: reina, mas não governa, fazendo com o país seja uma
nave à deriva, acéfala e sem rumo, à inútil e desesperadora espera de socorro
para a salvação de seus iminentes náufragos, que serão trucidados pela tremenda
indefinição sobre a verdadeira governabilidade e a incerteza quanto ao porvir,
ante a demonstração da indiscutível incapacidade gerencial crônica da
presidente do país.
Na verdade, a presidente
petista perdeu, em tão pouco tempo, a confiança dos próprios eleitores e ainda
viu a multiplicação da antipatia e o ódio dos demais brasileiros contra o seu
desempenho na administração do país, em razão das drásticas políticas adotadas
na sua gestão, cujos resultados contribuíram para o retrocesso do
desenvolvimento.
E não era para menos,
diante da falta de criatividade administrativa e de interesse em reformular as
retrógradas e obsoletas estruturas do Estado, que têm funcionado com objetivos
óbvios de manutenção do status quo,
onde a República tem sido modelo de permanentes conchavos e compadrios, a
exemplo da composição pretendida pela presidente do país de angariar a
confiança do PMDB com a distribuição de mais três ministérios para ele, para
garantir o apoio contra o seu possível impeachment, em clara demonstração de
indignidade e de desmoralização somente passíveis nas piores republiquetas,
onde inexiste a nobreza de caráter dos homens públicos.
Esse fato, por si só, revela,
cada vez mais, avidez pelo poder da presidente do país, que não se sensibiliza
que a res publica não pode ser
confundido com interesses pessoais nem partidários, cujo entendimento em
contrário configura ferimento aos princípios da dignidade, moralidade,
legalidade e principalmente republicano, que não podem se desvincular das
atividades político-administrativas, sob pena do cometimento do crime de
responsabilidade.
É indiscutível que a presidente
tem sido verdadeiro mar de contradição na vida política. Na campanha eleitoral,
ela garantiu que o país teria mudanças para melhor, quando, na ocasião, já não havia
certeza quanto ao controle sobre as contas públicas, ante a omissão das
pedaladas para maquiar os resultados orçamentário-financeiros.
Na oportunidade, ela disse que
aumentar tributo era medida própria de seus adversários, mas já houve o ajuste
fiscal e, agora, a CPMF é criação dela. Ela também disse que era favorável à
criação de ministérios, mas pensa em diminuir alguns agora, ou seja, fica
difícil se acreditar em alguém que tem sido pródigo em se contradizer, não
ficando bem para quem exerce o principal cargo do país, que deveria, no mínimo,
ser coerente com seus posicionamentos, dando a entender que suas decisões são
tomadas ao sabor das conveniências pessoais e partidárias, não merecendo a
menor credibilidade.
O Brasil é o país
que caminha a passos largos para a ruína e a insolvência, com a continuidade
desse governo, em razão das ações e políticas desastrosas e temerárias adotadas
por ele, que demonstrou completa incapacidade gerencial e administrativa e não
tem a menor sensibilidade para aperfeiçoar e modernizar a máquina pública,
assoberbada por enorme quantidade de ministérios e empresas estatais, que estão
servindo, em substância, para a acomodação de despreparados aliados que
garantem apoio político, em troca das benesses do poder, em demonstração de desprezo
aos princípios da legalidade, moralidade e dignidade na gestão dos recursos públicos.
Diante de tantas medidas desastradas e prejudiciais ao
interesse do país e dos brasileiros, a presidente brasileira tem motivos relevantes
para renunciar ao seu cargo, como demonstração de verdadeiro amor à pátria e
certamente como importante contribuição para a reconstrução dos fundamentos da
moralidade, política, economia e democracia, de modo que as mudanças possam servir
para a eliminação da abominável concepção de que o Brasil pertence à fracção
político-partidária e ainda que as atividades políticas devam estar
sintonizadas exclusivamente com os princípios republicanos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 19 de setembro de 2015
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