sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Errar é humano, mas...

O ex-presidente da República petista entende que a presidente do país pode ter errado, porém é preciso ajudá-la a consertar os desacertos. Ele também afirmou que o país vive momento de dificuldades, mas isso não deve ser imputado à petista, dando a entender que os erros surgiram naturalmente, por obra do acaso.
Discursando para correligionárias, o petista ressaltou que “É lógico que ela pode errar, como eu errei e como qualquer um erra, e vocês erram enquanto mãe. Nem sempre a gente faz as coisas que é aceito 100% pelos filhos. Nós sabemos disso.  Mas quando ela errar, ela é nossa. E nós temos que ajudá-la a consertar para a gente poder fazer esse país ficar muito melhor. Nós não vivemos o momento mais extraordinário do nosso país. Nós vivemos algumas dificuldades, que não é uma dificuldade da presidenta Dilma. Não é uma dificuldade de nenhuma de vocês individualmente. É (sic) daquelas dificuldades que a gente não sabe quem foi que criou”.
Na ocasião, o ex-presidente, fazendo alusão à descoberta do esquema do mensalão, por ter passado, na ocasião, por terrível pressão por impeachment, disse que "Eu lembro que, em 2005, quando os mesmos que estão atacando a Dilma diziam que iam fazer impeachment do Lula, eu disse para eles: 'Se vocês quiserem me cortar, vocês vão ter que ir para a rua disputar o povo brasileiro'".
Em conclusão, o petista afirmou que “A única coisa que nós sabemos é que não foi o povo trabalhador que criou a crise econômica mundial. Foi (sic) os banqueiros internacionais. A crise não nasceu em Quixeramobim. A crise não nasceu em Garanhuns ou muito menos em Maceió. A crise não nasceu em Brasília. A crise nasceu no coração dos Estados Unidos. A crise nasceu no coração da Europa”.
É induvidoso que errar é humano, como diz o popular ditado, mas persistir na prática contumaz de erros não condiz com os princípios que devem nortear a administração do país, que não tem estruturas fortes para resistir seguidos anos de má gestão dos recursos públicos, notadamente no que diz respeito aos abusos sobre os limites prudenciais dos gastos públicos, com a escancarada e proposital inobservância das normas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Não há dúvida de que a presidente do país pode errar e ela errou muito e com enorme gravidade, mas ela não tem o direito de prejudicar o país e os brasileiros com seus atos contrários ao interesse dos brasileiros, notadamente com a execução de políticas públicas contrárias aos princípios da eficiência e da eficácia, em especial por ter dado às costas para o terror de seu governo, que consiste basicamente na falta de reforma das estruturas do Estado, que contribuiu decisivamente para conduzir o país à ruína e ao caos, com a economia em completo destroço e fragilizada pela terrível recessão.
          A presidente tem que assumir seus erros e ser responsabilizada por eles, principalmente porque eles são fruto também da omissão da verdade sobre a real situação da administração do país, a exemplo do que aconteceu na campanha eleitoral, onde, além de destruir a dignidade de seus adversários, garantiu que as contas públicas estavam sob absoluto e tranquilo controle, quando os fatos mostravam e continuam mostrando exatamente o contrário, indicando uma das piores crises da história brasileira.
A falta de sensibilidade do petista é tão grande que ele debita, de forma leviana e insensata, sem o menor cabimento ou fundamento, a crise brasileira aos EUA e à Europa, quando ele deveria ter a dignidade de assumir a incompetência na desastrada execução das políticas públicas pela presidente, que gastou irresponsavelmente além dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que reza que as despesas não podem extrapolar as receitas, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade fiscal e foi exatamente sob essa forma irresponsável que a economia foi conduzida à atual lástima, encontrando-se agora em frangalho, imersa em trágicas dificuldades.
É de se lamentar que a responsável pela tragédia que conduziu o país à tragédia da recessão e da desestabilização econômica não tenha a dignidade de assumir seus erros e muito menos de adotar medidas capazes de sanear, por iniciativa própria, seus erros que são atribuídos a quem não tem nada a ver com a falta de capacidade de comandar o país com a grandeza e as potencialidades do Brasil.
A sociedade precisa se despertar, com urgência, para a realidade dos fatos e condenar as afirmações irrefletidas de quem não tem compromisso com a verdade de aceitar a responsabilidade por seus erros que tanto prejudicam os interesses nacionais. Acorda, Brasil!    
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 04 de setembro de 2015

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