Embora
a situação já se encontre terrível, nada poderia ter sido pior nos últimos
tempos para Brasil que a notícia da retirada, pela agência de classificação Standard
and Poor's (S&P), do grau de investimento na classificação de crédito,
tendo rebaixado o país de "BBB-" para "BB+".
Na
verdade, trata-se simplesmente, pasmem, de tragédia anunciada, que poderia a
ser adotada a qualquer momento, à vista das perspectivas negativas
prevalecentes na administração do país, cujo resultado significa o mesmo que se
afirmar que os títulos brasileiros passaram para o nível equivalente a “lixo”,
no jargão do mercado financeiro internacional.
O
mercado financeiro tem como parâmetro as avaliações das agências de
classificação, que se baseiam em critérios de confiabilidade, solidez e
garantia de pagamento para o merecimento do "certificado de
segurança", atribuído aos países segundo o grau de estabilidade econômica
ou o risco de calote dos investimentos.
Para
o Brasil, a manutenção do selo de bom pagador significava importante e segura
garantia para investidores no país, haja vista que grandes fundos
internacionais, por força de regras de mercado, somente investem em títulos de
países, no mínimo, com grau de investimento, com classificação de, pelo menos, duas
agências especializadas, a exemplo da S&P.
Como
não poderia ser diferente, o ambiente no governo, com maior evidência no
Ministério da Fazenda, tem sido de extrema irritação, por causa dessa tragédia
que se abateu, com antecipação das perspectivas. A visão consolidada entre os
técnicos era de que se tratava de questão "evitável" pelo governo, mas uma fonte disse que "As projeções cada vez piores do
endividamento público, bruto e líquido, foram um claro sinal para as agências
de que algo estava diferente".
A
equipe econômica do governo não tem motivo nenhum para se irritar com a
previsível perda de grau de investimento, porque essa tragédia já era anunciada
e, por pura inapetência, nada foi feito tempestivamente para evitá-la. Essa
equipe tem obrigação de se irritar é contra a sua incompetência e falta de
habilidade para adotar medidas capazes de colocar a economia brasileira nos
trilhos corretos dos sistemas macroeconômicos, do desenvolvimento, da
credibilidade e da confiança dos investidores, como forma possível para
assegurar o interesse do capital estrangeiro na economia brasileira.
É
inacreditável que se trata da mesma equipe que tem a indignidade e a insensatez
de encher os pulmões para sugerir a elevação do Imposto de Renda das pessoas
físicas, para salvar os rombos das contas do governo, fruto das
irresponsabilidades fiscais, que contribuíram para o completo desarranjo da economia
e conduziram o país à recessão, com as piores consequências para os interesses
da nação e dos brasileiros.
Na
verdade, quem deveria estar irritado mesmo era o povo, porque a perda de grau
de investimento terá reflexos negativos imensuráveis para diversos fatores da
economia, afetando diretamente o desemprego, a redução da renda do trabalhador,
o aumento do dólar, a desindustrialização, a diminuição da arrecadação, a falta
de investimentos público e privado, além de outras mazelas que têm o condão de
infernizar ainda mais a péssima situação dos brasileiros, que precisam se
conscientizar sobre os danos causados pelo governo aos interesses nacionais e
exigirem competência e responsabilidade por seus atos.
Não há a menor dúvida que o Brasil que se encontra
na contramão da história, inclusive econômica, graças às políticas desastradas
do governo, permeadas de muita indecisão, divergência, incompetência e bastante
distanciadas da realidade dos avanços da modernidade.
O governo construiu legado de enorme desconstrução
do país, por ter ficado alheio às questões que contribuíram para que o país não
permanecesse ostentando os níveis de confiança do mercado, justamente por ter
fraquejado quanto à fragilidade e à indecisão na adoção das medidas capazes de
manter o país em condições de credibilidade.
É inaceitável que o país com a grandeza e as
potencialidades do Brasil tenha conseguido ser rebaixado do grau de
investimento, com a consequente perda da confiança e da solidez de seus
títulos, graças à incapacidade do governo, que demorou uma eternidade para
resolver adotar, às pressas, as medidas consideradas necessárias para se evitar
naufrágio ainda mais grave da economia.
Como a situação já era trágica antes dessa terrível
medida, agora vai piorar ainda mais, tanto pela retirada do capital estrangeiro
investido no país, como pela enorme dificuldade para a captação de novos
investimentos, fato que agrava sobremodo os problemas econômicos do país, tendo
reflexos imediatos em todos os fatores da produção, do consumo e dos investimentos,
propiciando grandes estorvos para a economia e o desenvolvimento do país.
É evidente que o governo também não deve assumir a
culpa por mais esse gigantesco problema, preferindo, como de costume, imputá-la
às inexistentes crises internacionais, entre outras entidades, menos às
trapalhadas da sua gestão, que já conseguiu empurrar o país para a terrível
recessão econômica e nada, absolutamente nada, tem sido feito para contornar
essa dramática situação, deixando a população perplexa com a acefalia que toma
conta do Planalto.
Diante da necessidade principalmente de corte de
despesas, com destaque para a dispendiosa e ineficiente máquina pública, por
tanto tempo funcionando à custa dos tolos dos contribuintes, fica evidente que
a redução de dispêndio corresponde exatamente ao tamanho do desperdício mensal e
do prejuízo causado ao erário, o qual precisa ser imputado, na sua totalidade,
à presidente do país, que permitiu que gastos desnecessários tivessem sido
realizados com o seu beneplácito.
Compete aos órgãos de controle e fiscalização, em
especial ao Congresso Nacional, promoverem as medidas indispensáveis à
responsabilização da mandatária do país pelos prejuízos causados à nação, em
face da possível redução da máquina pública, que deve passar a funcionar, a
princípio, em harmonia com a real necessidade do Estado, donde se infere que a
economia apurada corresponde exatamente ao tamanho do desperdício, que precisa
ser reparado por quem tenha dado causa ao dano, segundo preceitua, nesse
particular, o ordenamento jurídico do país.
A
presidente da República precisa ter a dignidade de assumir a culpa por tudo de
ruim que foi causado ao país, principalmente com as ineficiências e precariedades
dos serviços públicos e da condução da economia, cujos resultados levaram o
país à recessão, bem assim da desmoralização da administração pública, com a
sistematização dos casos de corrupção; a sua falta de habilidade para
administrar o país como a grandeza do Brasil e a incapacidade de cumprir seu principal
compromisso de campanha de não aplicar remédio amargo para os brasileiros, notadamente
no que consiste à garantia de que o seu governo não faria ajustes fiscal e
econômico, não retiraria direitos trabalhistas, seria rigoroso com o efetivo controle
da inflação, dos juros, das contas públicas e das dívidas públicas, além da promessa
de mudanças somente para melhorar as condições de vida dos brasileiros, sob
pena de inviabilizar a sua continuidade no comando da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 11 de setembro de 2015
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