O
ex-presidente da República petista aconselhou a sua sucessora, pasmem, a
atender às reivindicações do PMDB, mesmo que possa haver desidratação do PT na
reforma ministerial.
Segundo
relatos de ministros de seu partido, o petista foi enfático, ao verberar que “É melhor perder ministérios do que a
Presidência”.
As
mesmas fontes disseram que o ex-presidente avaliou que a estratégia de se atrair
os aliados rebeldes, entregando o Ministério da Saúde à bancada do PMDB na
Câmara dos Deputados dá fôlego para a presidente barrar pedidos de impeachment
no Congresso Nacional.
Além
da entrega do citado ministério, a presidente pretende evitar contrariar ala do
PMDB, deixando de fundir das Secretarias de Portos e Aviação Civil e permitir
que partido fique com seis ministérios e não mais com cinco, como previsão
inicial da reforma.
O
ex-presidente petista e o vice-presidente sugeriram que a presidente não
deixasse “na chuva” o filho do
presidente do Senado Federal, para se evitar foco de rebelião.
O
petista argumentou que a presidente deve “amarrar
bem” os acordos, uma vez que a ideia é pôr agora nos ministérios “quem tem voto” e pode ajudar o governo
no Congresso, tendo concluído: “Você (a
presidente) não pode errar”.
Depois
que a presidente concordou em transferir a Saúde para o PMDB na Câmara, o
Palácio do Planalto venceu uma batalha no Congresso e conseguiu manter
importantes vetos a projetos que aumentavam o rombo nas contas públicas.
Foi
com esse diagnóstico que o ex-presidente pediu à presidente que se aproximasse
mais do vice-presidente, que comanda o PMDB, e dos presidentes do Senado e da Câmara.
Ou
seja, fica muito clara a estratégia maquiavelicamente arquitetada pelo governo para
a articulação das manobras necessárias à formalização de esquemas que se adequem
aos interesses e às conveniências políticas da presidente, mesmo que isso custe
a integridade moral e a dignidade do gestor público, que perde seu respeito com
o artificialismo da estrutura da administração pública.
Trata-se de indiscutível loteamento de maneira
absolutamente injustificável e irresponsável de ministérios tão somente com o
objetivo de tentar garantir a governabilidade, embora ela já tenha ido para as
calendas com o descontrole das contas públicas, o completo desarranjo dos
indicadores da economia e dos princípios da moralidade, com as reiteradas
corrupções, que infernizam, martirizam e prejudicam os interesses dos brasileiros.
Se
o PMDB tivesse o mínimo de dignidade, é evidente que a presidente do país não
seria capaz de protagonizar sozinha espetáculo tão deprimente, vil, ilegal,
imoral ou inominável como esse episódio de lotear os ministérios em nome da
governabilidade.
Não
há a menor dúvida de que a petista dá prova da maior indignidade que o
presidente da República pode promover contra o interesse da nação, ao tentar salvar
seu governo em nome da potencialização da ineficiência e da precariedade da
prestação dos serviços públicos, ao se permitir que políticos comprovadamente
desqualificados, despreparados, oportunistas e interesseiros comandem
ministérios incumbidos da execução de importantes políticas e ações
estratégicas nacionais, quando eles próprios já demonstraram a capacidade de
destruição do Parlamento brasileiro.
Há
evidente demonstração de incompetência da presidente do país em comandar a
nação, por permitir que seu antecessor seja o fiel orientador sobre a reforma
ministerial, com o aproveitamento das peças de reposição que ele considera mais
adequadas à salvação do governo, evidentemente com a avidez do oportunismo do
maior partido nacional, que também demonstra completa deformação moral em
aceitar a titularidade dos ministérios em troca de apoio no Congresso Nacional.
As
práticas espúrias e inescrupulosas expostas à luz solar, com a transparência
que confirma a extrema falta de pudor e de caráter da classe política
lamentavelmente responsável pelos interesses nacionais, revelam o tanto de
atraso por que passa o Brasil, que perdeu por completo o rumo da história de
avanço e de modernidade, em benefício da sociedade.
Não
há dúvida de que a reforma ministerial em comento vai ficar na história
republicana como a reafirmação da pior baixeza político-administrativa, em
razão da total desmoralização dos princípios da dignidade, moralidade e nobreza
que devem imperar na administração do país.
Não
há, na atitude da presidente, nada que justifique a formalização do deprimente
e indecente procedimento do toma lá, dá cá, com o envolvimento de recursos
públicos, que certamente não serão aplicados com a eficiência e a eficácia
exigidas na forma do ordenamento constitucional de economicidade, eis que os
executores das políticas públicas carecem das devidas qualificações
técnico-especializadas e também por não terem o comando e a coordenação da
presidente do país, eis que os ministérios foram simplesmente loteados entre os
partidos e cada qual se responsabiliza pelas precariedades de por seus
resultados não confiáveis, conforme mostram à saciedade os fatos fartamente
noticiados pela imprensa.
As
negociatas para a formalização do novo ministério se encerram no velho e
surrado jargão de que “tudo pelo poder”, inclusive o restante de dignidade e
moralidade, que se vai ao embalo das tramoias, maracutaias, conchavos, enfim
todo tipo de arranjos e artimanhas para tentar garantir o poder conquistado à
custa de não menos desprezíveis métodos de mentiras, omissões de importantes
informações oficiais e tantas endiabradas que somente o socialismo tem
condições de manipular para não entregar o poder, mesmo que os fatos deletérios
justifiquem que o governo já inexiste há muito tempo, diante da acefalia da
titular do cargo, que nada decide sozinha sem a suprema orientação do seu
criador.
Neste
momento de completa desmoralização dos princípios da administração pública,
conviria que a oposição se fizesse presente, para mostrar a destruição da
dignidade da gestão pública e exigir respeito aos valores da República, que são
mandados para o espaço sideral, em nome da tentativa de salvação da
governabilidade, por meio de medida incompatível com a seriedade e moralidade
que se exigem na gestão dos recursos públicos.
A
expressão dita pelo ex-presidente de que é "melhor perder ministérios que a presidência" revela exatamente
o significado daquela que diz: “os fins justificam os meios”, em clara alusão à
personalidade desse político que apenas pensa e valoriza o cargo público como
símbolo de onipotência, ostentação e instância de domínio, valendo qualquer
sacrifício para mantê-lo, mesmo que possa envolver a perda da dignidade e do
pudor, que não deveriam se afastar do homem público, em nenhuma circunstância,
mesmo diante das crises, porque são justamente nesses momentos que esses
princípios se tornam mais importantes para a superação das dificuldades.
Em
se tratando do envolvimento e da aplicação de verbas públicas, compete aos
órgãos de controle externo, como o Tribunal de Contas da União e o Ministério
Público Federal, por força de suas incumbências constitucionais e legais,
questionarem a regularidade dessa perniciosa atitude de cunho nitidamente
fisiológico, materializada mediante verdadeiro balcão de troca de órgãos
públicos por apoio político.
Compete
ainda à sociedade repudiar a descarada entrega de ministérios a aliados
políticos, com a finalidade de receber em troca a fidelidade no Congresso
Nacional, em clara demonstração do ferimento dos salutares princípios da
moralidade, legalidade, dignidade e honradez, que jamais deveriam faltar nas atividades
político-administrativas e nos homens públicos, em razão do respeito à
magnitude da representação emanada do povo, que certamente não compactua com
procedimentos indignos e censuráveis. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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