O
ex-presidente da República petista disse que o rebaixamento da nota do Brasil
pela Standard & Poor’s (S&P) é um sinal de que as agências de
classificação de risco querem "mais
arrocho". "Elas têm
facilidade para tomar medidas quando a dor de barriga é na América Latina".
Segundo
ele, a decisão da S&P "não
significa nada" e deveria estimular os países a não fazer o que essas
agências querem, "Porque, quando elas
diminuem (a nota), vem a (queda
na) receita, mais arrocho, mais ajuste,
mais desemprego, mais corte de gastos, mais não sei o quê. Não vem nunca mais
educação, mais profissionalismo, mais investimento. Não vem".
O
petista disse ainda que as agências de classificação "não têm coragem de diminuir nota de nenhum país europeu, apesar de todo mundo saber quantos
países da Europa estão quebrados".
Entrementes,
de maneira extremamente surpreendente, em 2008, durante governo do petista,
quando o Brasil recebeu o grau de investimento pela S&P, que agora foi
retirado pela mesma agência, o ex-presidente, em tom de extrema euforia,
classificou, pasmem, o feito como "vantagem
extraordinária neste mundo globalizado... e... significa que o Brasil é um país sério e mundialmente respeitado”.
Na
ocasião, o petista, ao anunciar a conquista brasileira do "investment
grade", brincou dizendo que nem saberia dizer corretamente a palavra.
No
entanto, ele disse que "Se a gente
for traduzir isso para uma linguagem que os brasileiros entendam, o Brasil foi
declarado um país sério, que tem políticas sérias, que cuida das suas finanças
com seriedade e com isso passamos a ser merecedores da confiança internacional.
É uma conquista do povo brasileiro, que
esperou por isso durante tantos e tantos anos. É o aval de que passamos a ser donos do nosso nariz e podemos
determinar a política que acharmos convenientes para o Brasil.".
O
otimismo do petista foi tão alarmante que ele ressaltou que o grau de
investimento é considerado ótimo por uns e preocupante por outros, pela
possibilidade do maior ingresso de dólares no país.
Ainda
na oportunidade, em tom de ironia, ele declarou: "Confesso a vocês que quando saí de Garanhuns em 1952 jamais
imaginei que pudesse chegar o dia em que os brasileiros passassem a ter
preocupação com o ingresso de dólar".
Em
harmonia com sua costumeira onipotência, ele afirmou, in verbis: "Quis Deus
que fosse exatamente no momento em que um presidente de sorte assumisse a
Presidência da República.".
Não
há a menor dúvida de que as declarações do ex-presidente, agora, denotam
exatamente a sua coerência de apenas considerar importantes e corretos os fatos
que possam contribuir para satisfazer tão somente seu ego ideológico, como
forma de atender a sua conveniência política.
É
lamentável que a sua personalidade se amolde tão somente aos resultados
satisfatórios que possam demonstrar alguma conquista para enaltecer as
qualidades como sendo o suprassumo dos heróis nacionais.
Não
obstante, a perda dessa conquista é transformada pelo petista como algo desprezível,
simplesmente em um piscar de olhos, como se não tivesse a menor importância,
quando os fatos mostram exatamente o contrário, e também como se ela não
tivesse sido objeto dos maiores espalhafatos como algo extraordinário e
fantástico protagonizado por ele.
Os
brasileiros precisam conhecer mais intimamente essas façanhas do poder de
engrandecimento dos atos que interessam, de forma absolutamente para atender à
conveniência política, para se transformar em notoriedade e da facilidade para
minimizá-los quando a repercussão contribui para causar prejuízo à causa da
ideologia programática, que tem sido colocada acima de quaisquer outras causas.
A
hipocrisia do petista é tão escancarada que transborda os limites da
racionalidade, uma vez que, na interpretação dele, a diminuição do grau de
investimento seria ato de maldade por parte da agência de classificação, como
se o país envolvido não fosse exatamente o cerne do fato analisado, ficando sob
a responsabilidade dela a culpa pela incompetência que, na verdade, é
exclusivamente do governo, que não teve capacidade para evitar que a economia
decrescesse, se fragilizasse e não preenchesse os requisitos de confiabilidade,
como no caso do Brasil, que se encontra em estado falimentar, em fase aguda de
recessão econômica, mas o petista acha mais cômodo e simplista atribuir maldade
à agência que apenas tem a incumbência de dizer a situação do país que se
encontra fraco no seu desempenho econômico.
Convém
que a sociedade se conscientize, com urgência, sobre a necessidade de enxergar
o contraste e a inocência de quem é considerado o principal líder do país, que
somente tem sensibilidade para enxergar e valorizar a utilidade dos fatos que
interessam e satisfaçam seus fins político-partidários, em demonstração de
absoluto desprezo e redução da importância daquilo que possa denotar perigo às
suas conveniências, bem assim de deformação quanto o equilíbrio sobre a acepção
do realismo ideológico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de setembro de 2015
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