sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O golpe da incompetência e do descrédito

Totalmente perturbada com a iminência da abertura do processo de impeachment, a presidente da República afirmou que usar a crise que grassa no país para se chegar ao poder é "versão moderna do golpe". Horas depois, a presidente resolveu tocar no mesmo assunto que a tormenta bastante, dizendo que “usar atalhos questionáveis” para alcançar o poder é golpe, ainda como quem não quer esquecer essa malévola ideia do seu afastamento do Palácio do Planalto.
Vários deputados de seis partidos da oposição (PSDB, DEM, PPS, SD, PSC e PTB) apresentaram questão de ordem ao presidente da Câmara dos Deputados, questionando sobre a tramitação de mais de dez pedidos de abertura de processo de impeachment da presidente do país.
Essa indagação funciona como estratégia quanto à abertura de caminho para que se possa discutir oficialmente o tema na Câmara. No momento, há vários pedidos de afastamento da presidente do cargo, mas eles estão aguardando apreciação, sendo que o mais importante é o de um advogado que foi um dos fundadores do PT, mas se afastou do partido em 2005, em razão do escândalo do mensalão.
Ainda na ocasião, a petista disse que "Todos os países que passaram por dificuldades, você não viu nenhum país propondo a ruptura democrática como forma de saída da crise. Esse método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe. Esse método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe. Eu acredito que tenham ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo voto popular. Essas pessoas geralmente torcem pelo quanto pior, melhor. E aí é em todas as áreas. Quanto pior, melhor, na área da economia. Quanto pior, melhor, na área da política. Todas elas esperando uma oportunidade para pescar em águas turvas".
Ela afirmou que "Qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe! Principalmente, quando esse caminho é feito só de atalhos, de atalhos questionáveis. Além disso, eu queria dizer a vocês a parte que mais me interessa: o outro caminho é torcer pelo Brasil piorar e ter o pessimismo na cabeça. Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo. Quem acha que tudo era ruim, chama a dificuldade para si mesmo. A gente tem de ter primeiro tranquilidade para reconhecer onde está o problema".
A presidente brasileira precisa cair na real e se conscientizar de que ninguém está torcendo pelo pior, melhor, porque o sentimento dos brasileiros é o de querer que o Brasil esteja sendo governado com competência e eficiência e não na forma de extrema tragédia administrativa e gerencial como foram conduzidas as políticas públicas na sua gestão, à vista da pior qualidade dos serviços públicos, somente comparáveis aos prestados pelas republiquetas, em contraste com a arrecadação de fazer inveja aos países de primeiro mundo.
Causa espécie a petista ignorar por completo as precariedades e deficiências da execução das políticas e ações de seu governo, que foi incapaz de evitar que o caos fosse implantado fortemente na economia, que, de tanto fragilizada e depauperada, perdeu o grau de investimento e também foi conduzida ao descaminho da desgraçada recessão, que contribui de forma decisiva para o infortúnio dos brasileiros, com o agravamento do desemprego, a diminuição da renda dos trabalhadores, o crescimento da inflação, a desindustrialização, a redução do consumo e do crédito, a inexistência de investimentos público e privado e tantas mazelas que se assomam às principais, para dificultar e piorar as condições de vida da população.
A presidente se ressente de informação precisa e atualizada no sentido de que o governo foi completamente incapaz de promover a reformulação das estruturas do Estado, fato que fatalmente implica se empurrar a cara no precipício, justamente porque as estruturas arcaicas e ultrapassadas, como as existentes no Brasil, infelizmente jamais poderão funcionar maravilhosamente em conformidade com os padrões de qualidade de primeiro mundo e as consequências são visíveis, com o país no estado de penúria como se encontra.
Por seu turno, o governo que se presta a patrocinar, de forma transparente e irresponsável, o desgraçado e famigerado fisiologismo ideológico na sua gestão, pondo na contramão a execução dos princípios da administração científica, tende a condenar a administração pública ao pleno fracasso e ainda corre-se o risco de assumir pessoalmente as precariedades pela prestação dos serviços públicos e fatalmente o desperdício de recursos públicos, em razão do acolhimento do espúrio e indecente sistema do toma lá, dá cá que integra descaradamente o modelo da República tupiniquim.
A presidente do país se distancia e muito dos brasileiros quando se refere às tentativas de golpes pelos oportunistas, com relação ao seu afastamento do cargo, naturalmente por preferir ignorar as terríveis situações de falta de capacidade gerencial das políticas públicas e de descrédito, diante dos seguidos casos de corrupção, que se adensam à medida das investigações, que já conseguiram prender alguns tubarões de colarinho branco, engalfinhados na roubalheira na Petrobras.  
          Os brasileiros não se conformam com a sumidade de gastos perdulários com cartões corporativos, exacerbação das mordomias com extravagantes bufês, carrões para autoridades, telefones móveis e tantas benesses que somente deveriam existir nas republiquetas, que não são obrigados à observância dos princípios da economicidade, não os sendo cabíveis no país tupiniquim, mas os são, em razão do completo alheamento do governo aos gastos perdulários e injustificáveis, ante a concepção de que é golpe se exigir que haja abrangente e profunda revisão desse quadro nababesco no emprego de recursos púbicos e no desgoverno que tolera o desperdício, como forma indispensável à dominação absoluta da classe política e à perenidade no poder, em visível dissonância com os benfazejos princípios democrático e republicano.
A presidente, para se manter no poder, não teve o devido cuidado para avaliar as consequências quanto ao golpe dado por ela, por ter mentido reiteradamente, ao prometer somente mudanças em benefício da sociedade, quando a realidade mostra a verdadeira situação de desgraça do país, que é a outra face da mentira, que escondia a triste realidade do que tudo poderia acontecendo de pior.
Agora, o Brasil vive várias crises política, econômica, administrativa e de moralização, à vista da corrupção generalizada, que se agrava com a crise financeira, que piora com respaldo no governo incompetente e sem credibilidade, que ainda se acha com o direito de aumentar tributo, para cobrir as pedaladas, os déficits públicos e os gastos descontrolados, sendo que os brasileiros e empresários não suportam nem toleram mais nem falar em tributo, porque tudo isso é fruto das poderosas mentiras de campanha, que, se evitadas, possivelmente o Brasil poderia nascer com outro sol brilhando para todos e não somente para alguns privilegiados.
Não há dúvida de que também maquiar as contas públicas e mentir descaradamente em campanha eleitoral são versões tupiniquins obsoletas de golpe, que não condizem com o salutar princípio democrático.
É indiscutível que golpe moderno é a deselegância de mentir e omitir informações descaradamente em campanha eleitoral, com o firme propósito de ludibriar a boa vontade e a ingenuidade de boa da população, que sufragou nas urnas o nome da presidente, na vã esperança de que tudo o que ela dizia, naquela ocasião, era pura verdade, menos golpe eleitoral.
As crises foram criadas pelo governo e tem o condão de deixar o povo desestruturado e aflito diante das consequências nefastas que apavoram no presente momento e poderão se agravar ainda mais com a permanência no poder de quem foi capaz de contribuir para o verdadeiro caos administrativo do país e demonstra total falta de condições de reverter, em curto prazo, o quadro de calamidade na execução das políticas e ações de governo, em especial na prestação dos serviços públicos e na condução da economia, que se encontram em coma profundo, juntamente com a acefalia do governo. Acorda, Brasil!
                                                                                                                                                ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de setembro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário