A escritora uiraunense Ana Fernandes acaba de fazer
bela homenagem ao jumento, ao elaborar texto enaltecendo a importância dele
para o povo nordestino.
Ela cita que o jumento foi lembrado pelo “Rei do
Baião”, o saudoso Luiz Gonzaga, em uma de suas canções, e pelo Pe. Vieira,
cearense, em livro, ao cognominarem o animal como sendo o nosso “irmão”, ante a
sua enorme contribuição à construção do Nordeste, em especial na parte que se
situa bem no interior do sertão.
A nobre escritora lembra que o jumento tem como principais
características a força e a mansidão, sendo muito lembrado, por força de narração
bíblica, conforme assinalado pelo Pe. Vieira, pela façanha de ter sido usado
como meio de transporte da Sagrada Família, até o Egito.
Ela assinala que, por força da modernidade dos
meios de serventia ao homem, o jumento caiu praticamente em desuso, tendo sido
descartado e até abandonado nas estradas, mas, em alguns casos, eles são usados
como figura folclórica e até como atração turística da região nordestina.
A nobre escritora ressalta que o nosso “irmão”, o
jumento, participou, por muito tempo, nas fazendas e em muitos outros lugares, dos
trabalhos pesados rotineiros, tendo prestado notável contribuição ao desenvolvimento
daquela região, com o que é plenamente justificável o tratamento carinhoso e
familiar de “irmão” do homem do Nordeste, em merecida homenagem a quem sempre
esteve irmanado na luta do dia a dia enfrentada por esse bravo povo.
Em conclusão, a escritora enfatiza que, na atualidade,
a participação do jumento, como força de trabalho, foi drasticamente reduzida, restando
a sua lembrança como figura folclórica, mas a memória de seus contemporâneos não
o abandonará, pois ele ficará eternizado na música, no cinema e nos livros, que
hão de ficar responsável pela exaltação da sua extraordinária importância para
a vida dos nordestinos, que realmente, no passado distante, sempre puderam contar
com a valiosa ajuda do “irmão sertanejo”.
Em
seguida à leitura do louvável texto, eu fiz diminuta anotação, começando por: Brava!
Brava! Brava!, diante do encantamento pela tão tocante e bem real composição literária,
para mim, sobre o animal que tive dele importantíssima contribuição: o jumento.
Eu
considerei linda homenagem prestada ao meu querido e saudoso “irmão” irracional
de muitas jornadas, sendo incansável, ao meu lado, no carrego de água, lenha, alimento,
cargas pesadas e leves, nas grandes e pequenas distâncias, não importando as
tarefas, porque o jumento era pau para toda obra, em qualquer momento ou
jornada da vida, com as suas força e disposição para servir o seu “irmão” racional.
Foi
sim emocionante, diante do sentir n'alma o bonito texto em homenagem a esse
importante companheiro da minha infância, que realmente foi meu inseparável
amigo dos momentos bons e difíceis da minha jornada em Uiraúna, quando ele
demonstrava "prazer" em me ser útil, em me servir, na sua
simplicidade de fiel colaborador, como incansável facilitador da vida de
quantos dele precisassem.
Meus
parabéns à escritora Ana Fernandes, pelo feliz texto em homenagem ao jumento,
também considerado meu “irmão” de coração, de saudosa memória dos meus tempos
de infância, em Uiraúna.
Brasília, em 15 de julho de 2020
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