quarta-feira, 15 de julho de 2020

O jumento: meu "irmão"?


A escritora uiraunense Ana Fernandes acaba de fazer bela homenagem ao jumento, ao elaborar texto enaltecendo a importância dele para o povo nordestino.
Ela cita que o jumento foi lembrado pelo “Rei do Baião”, o saudoso Luiz Gonzaga, em uma de suas canções, e pelo Pe. Vieira, cearense, em livro, ao cognominarem o animal como sendo o nosso “irmão”, ante a sua enorme contribuição à construção do Nordeste, em especial na parte que se situa bem no interior do sertão.
A nobre escritora lembra que o jumento tem como principais características a força e a mansidão, sendo muito lembrado, por força de narração bíblica, conforme assinalado pelo Pe. Vieira, pela façanha de ter sido usado como meio de transporte da Sagrada Família, até o Egito.
Ela assinala que, por força da modernidade dos meios de serventia ao homem, o jumento caiu praticamente em desuso, tendo sido descartado e até abandonado nas estradas, mas, em alguns casos, eles são usados como figura folclórica e até como atração turística da região nordestina.
A nobre escritora ressalta que o nosso “irmão”, o jumento, participou, por muito tempo, nas fazendas e em muitos outros lugares, dos trabalhos pesados rotineiros, tendo prestado notável contribuição ao desenvolvimento daquela região, com o que é plenamente justificável o tratamento carinhoso e familiar de “irmão” do homem do Nordeste, em merecida homenagem a quem sempre esteve irmanado na luta do dia a dia enfrentada por esse bravo povo.
Em conclusão, a escritora enfatiza que, na atualidade, a participação do jumento, como força de trabalho, foi drasticamente reduzida, restando a sua lembrança como figura folclórica, mas a memória de seus contemporâneos não o abandonará, pois ele ficará eternizado na música, no cinema e nos livros, que hão de ficar responsável pela exaltação da sua extraordinária importância para a vida dos nordestinos, que realmente, no passado distante, sempre puderam contar com a valiosa ajuda do “irmão sertanejo”.
Em seguida à leitura do louvável texto, eu fiz diminuta anotação, começando por: Brava! Brava! Brava!, diante do encantamento pela tão tocante e bem real composição literária, para mim, sobre o animal que tive dele importantíssima contribuição: o jumento.
Eu considerei linda homenagem prestada ao meu querido e saudoso “irmão” irracional de muitas jornadas, sendo incansável, ao meu lado, no carrego de água, lenha, alimento, cargas pesadas e leves, nas grandes e pequenas distâncias, não importando as tarefas, porque o jumento era pau para toda obra, em qualquer momento ou jornada da vida, com as suas força e disposição para servir o seu “irmão” racional.
Foi sim emocionante, diante do sentir n'alma o bonito texto em homenagem a esse importante companheiro da minha infância, que realmente foi meu inseparável amigo dos momentos bons e difíceis da minha jornada em Uiraúna, quando ele demonstrava "prazer" em me ser útil, em me servir, na sua simplicidade de fiel colaborador, como incansável facilitador da vida de quantos dele precisassem.
Meus parabéns à escritora Ana Fernandes, pelo feliz texto em homenagem ao jumento, também considerado meu “irmão” de coração, de saudosa memória dos meus tempos de infância, em Uiraúna.
          Brasília, em 15 de julho de 2020  

Nenhum comentário:

Postar um comentário