Vem
circulando nas redes sociais a imagem de uma pessoa com a indicativa de ser
médica, que teve a infelicidade de produzir texto atribuído a ela, desejando a
morte do presidente da República, com esse teor, verbis: “Estou torcendo pro
covid, vamos lá, mostre seu potencial Sars cov 2! Não me decepcione!!! Mostre
sua gripezinha pra ele, vou amar ver esse cara intubado, vai ser a minha
glória, tantos colegas se foram honrando seu trabalho, quero ver o covid honrando
sua gripezinha maldita. Bozo não se preocupe, é uma doença de comunista. Homem
mostre para o macho que vc é, todo mundo vai morrer um dia, né??? Força
covid19!!! (sic)”, Rozeli De Medeiros Poloni
Muito
dificilmente a pessoa com formação superior escreveria com tantos erros como
constam do texto acima, salvo no anonimato, para não ser identificada, e também
não parece que a sua autoria tenha sido de ser humano, à vista do mais claro sentimento
animalizado, sem a menor possibilidade de ser interpretado como proveniente de
pessoa normal, diante do ardente desejo de muita perversidade contra o ser humano.
A
verdade é que qualquer cidadão brasileiro tem direito a se expressar livremente
sobre o que pensar e entender, no âmbito do Estado Democrático de Direito, sob
o primado do livre exercício da cidadania, em respeito aos princípios
balizadores das boas relações sociais.
Agora,
esse direito não fica bem em ser usado livremente para as pessoas se
expressarem de maneira maldosa, desumana, em pura demonstração de ódio, rancor
e perversidade, a evidenciar completo sentimento animalesco e irracional, à
vista dos princípios humanitários de tolerância, compreensão, sensibilidade,
racionalidade e tantos outros que fazem com as pessoas, por mais com educação
possível ou até mesmo sem formação intelectual alguma, se transformem em ente
tão insignificante no convívio social.
Em
sentido de racionalidade, é precisa que exista, nas relações humanas, o pressuposto
do respeito mútuo, mesmo que goste ou não das pessoas, porque isso é natural
que ninguém tem obrigação de aceitar o que não lhe convém, mas nem por isso
haja o desrespeito gracioso à dignidade do ser humano, que significa maneira imprópria
de educação e valorização inerente ao seu semelhante.
É
evidente que ninguém pode fazer juízo de valor sobre a índole que diz com a ideológica
das pessoas, mas tem sido normal que os opositores se odeiem e se digladiem
fervorosamente, na compreensão de que isso precisa ficar apenas no cenário das
ideias políticas, filosóficas, religiosas etc., porquanto não tem o menor
cabimento que esse ódio se transforme em morbidez psicológica, pecaminosa e
destrutiva, no sentido de se potencializar o desejo de maldade extrema para o
próximo.
Essa
maneira de comportamento não é normal nem pode fazer parte das pessoas normais,
notadamente no caso daquelas com formação intelectual superior, que podem muito
bem usar o seu cabedal de conhecimentos aprimorados em benefício do
engrandecimento da sociedade, porque assim procedendo certamente tudo de bom e
salutar acontece naturalmente também em seu benefício, em forma do sentido bumerangue.
Custa
acreditar que pessoa normal tenha pensamento tão maligno, a ponto de desejar
maldade extrema ao seu semelhante, não importando o que este tenha feito de mal
ou possa ser como ente vil da sociedade, porque o papel de cada qual é se amar e
ser feliz, a par de desejar que o seu próximo também possa se amar e ser feliz.
A
perda da vida é pesarosa demais e não respeita, na mesma intensidade, o poder, a
autoridade ou as pessoas normais com valor ou sem, porque o que está em jogo é
o sentimento infinito do amor humano, pela perda de ente querido.
Nesse
contexto, convém que seja respeitada a imensa dor das pessoas, em razão da
perda de ente da sua intimidade familiar ou de amizade, porque isso faz parte
do sentimento de cristandade de amor ao próximo.
Talvez
penando assim e diante da repercussão extremamente negativa desse pensamento
maligno, essa criatura possa se encontrar com as graças divinas, para refletir
melhor sobre a grandeza do amor entre os seres humanos, de aceitação, compreensão
e tolerância, em respeito mútuo, mesmo que haja divergência por qualquer
motivo, inclusive ideológico, diante da diversidade do pensamento humano.
Lanço meu olhar para o infinito, na esperança
de que essa criatura tenha a ventura de se encontrar com Deus e possa abraçar a
paz e o amor para tranquilizar o seu coração atormentado, amargurado e cheio de
ódio e desamor, para o fim de vislumbrar o quanto faz bem amar o seu próximo, inclusive
somente por meio de pensamento construtivo seja capaz de contribuir para a pacificação
e a disseminação do amor nas relações entre as pessoas.
Brasília, em 8 de julho de 2020
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