domingo, 26 de julho de 2020

Responsabilidade cívica

Diante da crônica que escrevi em defesa da Comarca de Uiraúna, que fora incorporada à de Souza, muitas pessoas se manifestaram em apoio ao meu texto.
Cito aqui a mensagem da distinta conterrânea Aline Maria que se expressou na ocasião, dizendo, em relação à minha pessoa, precisamente o seguinte: “As suas crônicas nos fazem refletir muito sobre tudo, espero em breve que possamos ver bons resultados e exemplos de luta em relação ao que anda acontecendo na nossa cidade, não tenho muita esperança, porque nos últimos acontecimentos tudo ficou do mesmo jeito, sem luta e acredito que o Fórum, MP, hospital tb não vai ser diferente.”.
Em resposta à aludida mensagem, eu disse que tenho compromisso em lutar permanentemente por nossa terra natal, porque eu sinto que falta alguém, em Uiraúna, para defender os interesses da população, independentemente de ideologia.
Posso afirmar que eu seria essa liderança para exigir que o poder público seja fiel cumpridor do dever de prestar serviços públicos com qualidade, presteza e a maior responsabilidade possível, não precisando que ninguém ficasse o cutucando para que algo fosse executado.
Convém lembrar que os representantes do povo foram eleitos exatamente para trabalharem e lutarem em defesa da população que sempre precisa de cuidados quanto aos seus anseios de cidadania.
Lamento resgatar clássico ditado popular que muito se aplica ao povo de Uiraúna, com todo respeito, diante do seu comodismo com tudo que tem acontecido ali de desagradável, sem que haja a menor reação, para, pelo menos, mostrar que o povo não fez nada errado para ser castigado, em referência à falta da água, por exemplo, em que não houve senão um diminuto movimento de protesto, promovido pela oposição, toda orgulhosa, por ter tido a proeza de ter, pela primeira vez da história de Uiraúna, segundo foi publicado, reunido umas trinta pessoas para dizerem à autoridade máxima da cidade que a população, não somente eles, estaria na iminência de ficar sem o precioso líquido, quando ainda pingava água escassa e fedorenta nas torneiras.
O mais certo teria sido que toda população tivesse corrido para a frente da sede municipal, para gritar palavras de repúdio pelo indiscutível descaso do poder público, que foi extremamente omisso com relação à falta da água, ao deixar que eclodisse o desastre, sem que nenhuma solução emergencial fosse tentada, ao menos.
Refiro-me ao ditado que diz que todo povo tem o governo que merece, notadamente porque ele vem aceitando pacificamente a decadência da gestão pública naquela cidade, conforme mostram os fatos, e simplesmente aceita esse estado de calamidade como sendo normal, dando a entender que também reclamando nada será providenciado para mudar o status quo.
Gostaria muito que essa mentalidade de inadmissível comodismo fosse transformada em conscientização do povo sobre os seus direitos de exigir dos representantes políticos mais espírito público, no sentido de que eles se coloquem no lugar de seus eleitores.
É preciso se compreender que a delegação promulgada nas urnas pelo povo precisa ser valorizada como compromisso da correspondência que deve existir entre eles, em forma de trabalho voltado para a satisfação do bem comum, a justificar tudo que os candidatos prometeram na campanha eleitoral, de ser fiel representante do povo, mas, infelizmente, depois de eleitos, o que se vê é esse quadro dantesco de desprezo e irresponsabilidade, em que quase sempre ninguém dá as caras para, ao menos, discutir os problemas enfrentados pela população.
Muito obrigado, prezada amiga Aline Maria, por sua atenção muito respeitosa ao meu trabalho literário e ao reconhecimento acerca da minha dedicação em defesa do povo da querida Uiraúna.  
          Brasília, em 26 de julho de 2020

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