Diante de crônica que escrevi, logo no início do
ano, em longo texto versando sobre a preocupante precariedade da saúde pública
em Uiraúna, Paraíba, uma atenta e preocupada cidadã uiraunense escreveu
importante comentário que me inspirou a tecer outras considerações sobre esse
importante tema.
A presente crônica estava alinhavada, aguardando a
aproximação da campanha eleitoral ou, mais propriamente, da elaboração dos
programas de trabalho dos candidatos, que podem perfeitamente contar com as importantes
sugestões da população, a par da sua compatibilização com a ávida ansiedade demonstrada
pela realização de benfeitorias nas suas localidades, mas, sem dúvida alguma, a
construção do hospital merece prioridade e tem sido o empenho de todos nesse
sentido.
Essa cidadã, em tom de indignação e desabafo, disse
que “É lamentável mesmo primo! Com tantos Uiraunenses políticos e influentes
não são capazes de fazer algo pela população em prol da saúde! Educação! Etc. E
Que foram eleitos pra governar! E não cumprem!”.
Em
resposta a essa importante mensagem, eu disse, à ocasião, que ela tinha total razão
em estranhar que pessoas influentes, principalmente na política e na medicina não
demonstrassem o menor interesse em melhorar as condições de saúde da população
de Uiraúna, preferindo, ao contrário, aproveitar o caos generalizado para se
promover, em termos políticos, no sentido de tentar forma de iniciativa que
possa contribuir para valorizar-se por meio de ato que apenas faz parte do seu
dever como agente público.
Considero
da maior gravidade uma terra que até pouco tempo era comandada por médico experiente se conformar
com simples unidades de saúde, para a realização de pequenos e corriqueiros atendimentos,
apenas em nível ambulatorial e emergencial, quando os casos graves somente são
socorridos a quilômetros da cidade e ainda em forma de favores, a depender basicamente
da disponibilidade e das condições, pondo em risco, em muitos casos, a vida de
pessoas, quando tudo poderia ser resolvido na própria cidade, se tivesse hospital
de verdade, em condições para o imediato atendimento, na qualidade que bem
merece o povo de Uiraúna.
Sei
que meu insistente, veemente e até estridente grito de socorro não vai resolver
nada nem contribuir absolutamente para nada,
porque as pessoas que podem e têm influência certamente nada vão fazer no
sentido da busca dos recursos necessários à construção do cogitado hospital à
altura do povo de Uiraúna, justamente para não contrariar seus inconfessáveis interesses
políticos.
Na
verdade, quem realmente tem condições de construir o hospital de Uiraúna é o
seu povo, na compreensão do poder do seu voto, que tem força suficiente para
eleger seus representantes, justamente a partir do entendimento de que a sua
vontade pode determinar que alguém seja sensibilizado a compreender as permanentes
agruras de quem precisa urgentemente da prestação da saúde pública, de preferência
do conforto na própria cidade, que nada mais é que o atendimento da obrigação constitucional
do Estado de prestá-la aos brasileiros.
Para
tanto, bastaria apenas que os eleitores dissessem que seus votos serão destinados
ao candidato que realmente se comprometer em conseguir os recursos necessário à
construção e à manutenção do hospital de Uiraúna, com, pelos menos, 50 ou 60
leitos e especialidades médicas compatíveis com os hospitais regionais e que
possam atender, de forma completa e satisfatória, às suas necessidades básicas
de saúde pública, sem necessidade de precisar sair da cidade à busca de
assistência à saúde
Há
pacífico entendimento de que não há a menor hipótese da construção do ansiado
hospital se o povo não se empenhar bravamente nesse sentido ou, então, permanecer
placidamente conformado com essa triste e indesejável situação, com a reiterada
mendicância da assistência feita pelos hospitais de Souza e Cajazeiras e outras
cidades.
Esse
é, sem dúvida, verdadeiro estado de humilhação para o povo da maior dignidade,
que não merece continuar padecendo diante da falta de hospital que é dever constitucional
do Estado e só depende do empenho e da boa vontade de homens públicos que realmente
possam compreender perfeitamente o tamanho das agruras que isso implica e que
queiram mostrar o seu amor ao povo de Uiraúna.
É
preciso que os uiraunenses se conscientizem sobre a necessidade de lutar com muito
empenho, na busca do compromisso por parte dos candidatos à Prefeitura da
cidade, de modo que eles possam ser verdadeiramente sensibilizados para a
necessidade da priorização da construção do hospital de verdade para Uiraúna,
porque somente eles podem eleger como prioritária a realização da principal obra
para a solução de um dos mais graves problemas que afligem a população em
geral, desde o feto em geração até as pessoas mais idosas.
Agora,
não tem o menor cabimento que, diante da indiscutível calamidade da saúde
pública, alguém se julgue no direito de tentar ser o salvador da pátria com a liderança
de projeto referente a hospital, que se apresenta em condições de extrema fragilidade
para a sua implementação, à vista, principalmente, da insuficiência dos
recursos financeiros e do seu acanhamento em termos de tamanho, que, à toda
evidência, não corresponde às expectativas de unidade de saúde com as
especialidades, leitos, equipamentos e demais elementos em plenas condições de atendimento
aos casos de maior complexidade, em nível comparável aos hospitais regionais e a
demonstrar a plena satisfatoriedade esperada pela população uiraunense.
Convém
sim que, qualquer medida tendente à construção de hospital, que ela possa ser
apenas em situação que se ofereça em condições condignamente à altura do povo
de Uiraúna, em respeito à sua grandeza, que, por certo, não merece, a bem da
verdade, nenhuma unidade de saúde improvisada, em forma que apenas opere como medida
paliativa, a justificar apenas o tanto tempo pela falta de algo que a população
ressente como essencial à vida, porque isso não passa da demonstração de
comodismo como agente público, desrespeito à grandeza do povo e injustificável
irresponsabilidade de administrador que precisa ser cônscio sobre a imperiosidade da satisfação do
interesse público, tendo a obrigação de priorizar os melhores serviços públicos
para bem comum da população.
Brasília, em 26 de julho de 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário