domingo, 26 de julho de 2020

O poderoso valor o voto

Diante de crônica que escrevi, logo no início do ano, em longo texto versando sobre a preocupante precariedade da saúde pública em Uiraúna, Paraíba, uma atenta e preocupada cidadã uiraunense escreveu importante comentário que me inspirou a tecer outras considerações sobre esse importante tema.
A presente crônica estava alinhavada, aguardando a aproximação da campanha eleitoral ou, mais propriamente, da elaboração dos programas de trabalho dos candidatos, que podem perfeitamente contar com as importantes sugestões da população, a par da sua compatibilização com a ávida ansiedade demonstrada pela realização de benfeitorias nas suas localidades, mas, sem dúvida alguma, a construção do hospital merece prioridade e tem sido o empenho de todos nesse sentido.
Essa cidadã, em tom de indignação e desabafo, disse que “É lamentável mesmo primo! Com tantos Uiraunenses políticos e influentes não são capazes de fazer algo pela população em prol da saúde! Educação! Etc. E Que foram eleitos pra governar! E não cumprem!”.
Em resposta a essa importante mensagem, eu disse, à ocasião, que ela tinha total razão em estranhar que pessoas influentes, principalmente na política e na medicina não demonstrassem o menor interesse em melhorar as condições de saúde da população de Uiraúna, preferindo, ao contrário, aproveitar o caos generalizado para se promover, em termos políticos, no sentido de tentar forma de iniciativa que possa contribuir para valorizar-se por meio de ato que apenas faz parte do seu dever como agente público.
Considero da maior gravidade uma terra que até pouco tempo era  comandada por médico experiente se conformar com simples unidades de saúde, para a realização de pequenos e corriqueiros atendimentos, apenas em nível ambulatorial e emergencial, quando os casos graves somente são socorridos a quilômetros da cidade e ainda em forma de favores, a depender basicamente da disponibilidade e das condições, pondo em risco, em muitos casos, a vida de pessoas, quando tudo poderia ser resolvido na própria cidade, se tivesse hospital de verdade, em condições para o imediato atendimento, na qualidade que bem merece o povo de Uiraúna.
Sei que meu insistente, veemente e até estridente grito de socorro não vai resolver nada nem contribuir absolutamente para  nada, porque as pessoas que podem e têm influência certamente nada vão fazer no sentido da busca dos recursos necessários à construção do cogitado hospital à altura do povo de Uiraúna, justamente para não contrariar seus inconfessáveis interesses políticos.
Na verdade, quem realmente tem condições de construir o hospital de Uiraúna é o seu povo, na compreensão do poder do seu voto, que tem força suficiente para eleger seus representantes, justamente a partir do entendimento de que a sua vontade pode determinar que alguém seja sensibilizado a compreender as permanentes agruras de quem precisa urgentemente da prestação da saúde pública, de preferência do conforto na própria cidade, que nada mais é que o atendimento da obrigação constitucional do Estado de prestá-la aos brasileiros.
Para tanto, bastaria apenas que os eleitores dissessem que seus votos serão destinados ao candidato que realmente se comprometer em conseguir os recursos necessário à construção e à manutenção do hospital de Uiraúna, com, pelos menos, 50 ou 60 leitos e especialidades médicas compatíveis com os hospitais regionais e que possam atender, de forma completa e satisfatória, às suas necessidades básicas de saúde pública, sem necessidade de precisar sair da cidade à busca de assistência à saúde
Há pacífico entendimento de que não há a menor hipótese da construção do ansiado hospital se o povo não se empenhar bravamente nesse sentido ou, então, permanecer placidamente conformado com essa triste e indesejável situação, com a reiterada mendicância da assistência feita pelos hospitais de Souza e Cajazeiras e outras cidades.
Esse é, sem dúvida, verdadeiro estado de humilhação para o povo da maior dignidade, que não merece continuar padecendo diante da falta de hospital que é dever constitucional do Estado e só depende do empenho e da boa vontade de homens públicos que realmente possam compreender perfeitamente o tamanho das agruras que isso implica e que queiram mostrar o seu amor ao povo de Uiraúna.
É preciso que os uiraunenses se conscientizem sobre a necessidade de lutar com muito empenho, na busca do compromisso por parte dos candidatos à Prefeitura da cidade, de modo que eles possam ser verdadeiramente sensibilizados para a necessidade da priorização da construção do hospital de verdade para Uiraúna, porque somente eles podem eleger como prioritária a realização da principal obra para a solução de um dos mais graves problemas que afligem a população em geral, desde o feto em geração até as pessoas mais idosas.
Agora, não tem o menor cabimento que, diante da indiscutível calamidade da saúde pública, alguém se julgue no direito de tentar ser o salvador da pátria com a liderança de projeto referente a hospital, que se apresenta em condições de extrema fragilidade para a sua implementação, à vista, principalmente, da insuficiência dos recursos financeiros e do seu acanhamento em termos de tamanho, que, à toda evidência, não corresponde às expectativas de unidade de saúde com as especialidades, leitos, equipamentos e demais elementos em plenas condições de atendimento aos casos de maior complexidade, em nível comparável aos hospitais regionais e a demonstrar a plena satisfatoriedade esperada pela população uiraunense.
Convém sim que, qualquer medida tendente à construção de hospital, que ela possa ser apenas em situação que se ofereça em condições condignamente à altura do povo de Uiraúna, em respeito à sua grandeza, que, por certo, não merece, a bem da verdade, nenhuma unidade de saúde improvisada, em forma que apenas opere como medida paliativa, a justificar apenas o tanto tempo pela falta de algo que a população ressente como essencial à vida, porque isso não passa da demonstração de comodismo como agente público, desrespeito à grandeza do povo e injustificável irresponsabilidade de administrador que precisa ser  cônscio sobre a imperiosidade da satisfação do interesse público, tendo a obrigação de priorizar os melhores serviços públicos para bem comum da população.
          Brasília, em 26 de julho de 2020

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