domingo, 26 de julho de 2020

A interpretação do dever cívico

Diante da crônica que escrevi em defesa da Comarca de Uiraúna, a nobre conterrânea Lourdes Duarte escreveu mensagem muito tocante, em apoio à minha arte literária, tendo dito que, verbis: “Como sempre os seus textos, Sr. Adalmir são belos e de muita reflexão! É lamentável ver a nossa Uiraúna regredindo e os políticos assistindo tudo isso na ‘praça dando milho aos pombos...’ literalmente!”.
Em resposta à tão cativante mensagem, eu disse que ficava feliz que a senhora, Lourdes Duarte, interprete meus singelos textos como algo merecedor de reflexão.
Isso tem o condão de me estimular à busca cada vez mais do aprimoramento sobre o que escrevo, como forma de, pelo menos, continuar a merecer o apreço de meus ilustres conterrâneos.
Quanto ao caminho inverso que foi imposto à querida Uiraúna, a senhora tem toda razão em reafirmar o lamentável processo de regressão político-administrativo daquela cidade, quando, pelo povo lindo, como os nossos contemporâneos, que ajudaram a construí-la e desenvolvê-la, com muito sacrifício, e a atual geração, não merece passar por situação tão difícil como vem acontecendo nos últimos tempos, pelo tanto de episódios lastimáveis  jamais imaginados que poderiam acontecer em muito pouco tempo.
Dante de tantas calamidades, não tem alternativa senão a de o povo daquela cidade se conscientizar sobre a necessidade de se imaginar, criar e escrever outra história bem diferente para Uiraúna daquela que foi protagonizada nesses últimos tempos.
               É preciso, sobretudo, se pensar na revolução dos costumes, partindo da ideia de que o conformismo com a gestão administrativa, com o poder soberano, dominado por absoluta oligarquia, na mão de velho cacique, não foi bom negócio senão para o grupo dominante, enquanto o povo e a cidade tiveram que arcar com pesado bônus, tendo ficado com o que restou do pior de anos de domínio político, conforme mostram os fatos, que são incontestáveis e que precisam servir de lição para a construção de nova classe política, com a verdadeira conscientização de que as atividades políticas são extremamente importantes e que elas precisam ser valorizadas justamente por parte dos homens públicos que as integram.
Convém que a população de Uiraúna saia do eterno comodismo e diga que a ordem agora é de mudança de mentalidade, para que seja possível a implantação da administração municipal com a participação do povo, em que todos se interessem e se integrem ao esforço de contribuição para o soerguimento e a reconstrução de uma nova Uiraúna, sob a filosofia de que a cidade chegou ao fundo do poço e precisa urgentemente ser reestruturada política e administrativamente, para se permitir a reconquista da autoestima e da dignidade do seu povo.
        Brasília, em 26 de julho de 2020

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