Diante
da crônica que escrevi em defesa da Comarca de Uiraúna, a nobre conterrânea
Lourdes Duarte escreveu mensagem muito tocante, em apoio à minha arte
literária, tendo dito que, verbis: “Como sempre os seus textos, Sr.
Adalmir são belos e de muita reflexão! É lamentável ver a nossa Uiraúna
regredindo e os políticos assistindo tudo isso na ‘praça dando milho aos
pombos...’ literalmente!”.
Em
resposta à tão cativante mensagem, eu disse que ficava feliz que a senhora,
Lourdes Duarte, interprete meus singelos textos como algo merecedor de
reflexão.
Isso
tem o condão de me estimular à busca cada vez mais do aprimoramento sobre o que
escrevo, como forma de, pelo menos, continuar a merecer o apreço de meus
ilustres conterrâneos.
Quanto
ao caminho inverso que foi imposto à querida Uiraúna, a senhora tem toda razão
em reafirmar o lamentável processo de regressão político-administrativo daquela
cidade, quando, pelo povo lindo, como os nossos contemporâneos, que ajudaram a
construí-la e desenvolvê-la, com muito sacrifício, e a atual geração, não
merece passar por situação tão difícil como vem acontecendo nos últimos tempos,
pelo tanto de episódios lastimáveis jamais
imaginados que poderiam acontecer em muito pouco tempo.
Dante
de tantas calamidades, não tem alternativa senão a de o povo daquela cidade se
conscientizar sobre a necessidade de se imaginar, criar e escrever outra história
bem diferente para Uiraúna daquela que foi protagonizada nesses últimos tempos.
É
preciso, sobretudo, se pensar na revolução dos costumes, partindo da ideia de
que o conformismo com a gestão administrativa, com o poder soberano, dominado
por absoluta oligarquia, na mão de velho cacique, não foi bom negócio senão
para o grupo dominante, enquanto o povo e a cidade tiveram que arcar com pesado
bônus, tendo ficado com o que restou do pior de anos de domínio político,
conforme mostram os fatos, que são incontestáveis e que precisam servir de
lição para a construção de nova classe política, com a verdadeira
conscientização de que as atividades políticas são extremamente importantes e
que elas precisam ser valorizadas justamente por parte dos homens públicos que
as integram.
Convém
que a população de Uiraúna saia do eterno comodismo e diga que a ordem agora é
de mudança de mentalidade, para que seja possível a implantação da
administração municipal com a participação do povo, em que todos se interessem
e se integrem ao esforço de contribuição para o soerguimento e a reconstrução
de uma nova Uiraúna, sob a filosofia de que a cidade chegou ao fundo do poço e
precisa urgentemente ser reestruturada política e administrativamente, para se
permitir a reconquista da autoestima e da dignidade do seu povo.
Brasília, em 26 de julho de 2020
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