Há
um vídeo circulando nas redes sociais, que mostra um vereador se posicionando
contrariamente ao projeto de iniciativa do prefeito de Uiraúna, Paraíba, que
pretende construir hospital na cidade, a par de estranhar o insignificante
valor para suportar as obras pertinentes, no montante de pouco mais de meio
milhão de reais.
O
parlamentar alega que parece ser o caso de mais uma obra pública fadada a se
juntar ao rol daquelas que até podem ter começo, mas certamente o seu destino é
o mesmo de muitas outras que estão paralisadas na cidade, completamente
abandonadas, a evidenciar o desperdício do importante dinheiro público, o que é
realmente lamentável, porque ninguém merece ser premiado com obras inacabadas, em
razão da irresponsabilidade e da incompetência administrativas.
Tive
a honra de ser uma das pessoas pioneiras a ficar sabendo desse projeto do
hospital de Uiraúna e me congratulei com a iniciativa da medida e parabenizei
os políticos envolvidos na causa, mas também, de imediato, vi saltar à mente a
preocupação maior com a fonte dos recursos necessários à conclusão das obras
pertinentes.
Manifestei-me
muito preocupado e de maneira cautelosa nesse sentido, porque senti, à primeira
vista, a necessidade de se criar condições favoráveis à verdadeira construção
de hospital que realmente possa atender às necessidades integrais da população,
ao invés de se estar fazendo, na verdade, tentativa de arremedo de unidade de
saúde pública melhorada, em relação às que já existem na cidade,
A
bem da verdade, não faz o menor sentido, diante do momento em que se faz necessário
a construção de hospital de médio porte, que tenha condições de oferecer
atendimento médico, pelo menos nas especialidades medicas essenciais, como
ortopedia, cardiologia, clínica geral, obstetrícia, oftalmologia, maternidade e
outras que possam satisfazer plenamente à população, inclusive tendo o suporte
na parte de equipamento de ponta, para os exames de radiologia, tomografia e
outros correlatos, sem precisar recorrer a outros hospitais da região.
Sem
querer criticar e, ao mesmo tempo, criticando mesmo, mas é visível que o
projeto referente ao novo hospital de Uiraúna não passa de mero paliativo, apenas
na ânsia de mostrar ao menos a iniciativa de preocupação com a saúde do povo,
porque as premissas apresentadas são da maior insipiência possível, guardadas
as devidas proporções, mas de muito pouca consistência técnica, tanto na
indicação das unidades e leitos, como maternidade, centro cirúrgico, UTI etc., como
no montante dos recursos, bem aquém do indispensável para garantir o custeio dos
grandes investimentos em obras e equipamentos caríssimos.
O
ínfimo valor disponível, em torno de mio milhão de reais, leva a se acreditar que
Uiraúna merece coisa muito melhor, a se pensar no tanto tempo do sofrimento do
seu povo, pela falta de atendimento médico de há tanto tempo, e, de repente, é apresentado
projeto por assim dizer meia-sola, que pode ser chamado nem mesmo de paliativo
quanto às reais necessidade de um hospital de verdade, que possa dignificar o
atendimento generalizada e essencial à saúde pública da população de Uiraúna,
que tem assegurado direito, nos termos constitucionais, ao atendimento dos
serviços médico-hospitalares dignos e completos.
É
preciso, como eu já ressaltei em textos anteriores, que os políticos de Uiraúna
se conscientizem sobre a necessidade da elaboração de projeto completo de
hospital para capacidade de, pelo menos, 50 leitos, contendo os essenciais
setores de atendimento à saúde pública, para o fim de apresentá-lo ao
Ministério da Saúde ou outro órgão que tenha a incumbência de construir e
manter hospitais públicos, que até pode ser o das Cidades ou outro que seja, porque
essa é obrigação do poder público, de modo que Uiraúna possa ter o hospital de
verdade e definitivo, não valendo a pena se investir em projeto pequeno e
insatisfatório, diante da realidade da cidade.
Com
toda sinceridade, penso que a boa vontade do atual prefeito, para não ser mais
explícito, precisa ser ampliada no sentido de que seja construído o hospital de
verdade, que dignifique e valorize a verdadeira importância do povo de Uiraúna,
que não pode mais ficar à mercê da incompetência de gerenciamento político-administrativo,
que precisa pensar grande no sentido de que o povo de Uiraúna não pode mais ser
tratado como um bando de coitadinhos, porque isso já é por demais injusto e
inadmissível.
Para
não ficar com a pecha de estrategista político, já que o prefeito é candidato à
reeleição e o seu questionado projeto vem a público exatamente há pouco meses da
eleição, quando poderia ter sido lançado bem antes, sem qualquer conotação eleitoreiro,
é preciso que haja justificativa, de forma hercúlea, de como se consegue
construir e equipar hospital com tão pouco ou mísero recurso de quinhentos e poucos
reais, que certamente seria insuficiente até mesmo para se custear o projeto de
verdadeiro hospital, aquele sonhado pela população de Uiraúna, que vem merecendo
ter esse presente e não essa unidade imaginada sem a mínima razoabilidade de tornar
viável e resolver os problemas da saúde pública da cidade.
É
preciso que haja argumentos bastantes consistentes para se convencer alguém que
esse projeto apresentado pelo prefeito tem alguma possibilidade de se
transformar em hospital de verdade, precisamente pela ausência de elementos com
capacidade suficiente para dá consistência à construção de unidade hospitalar
minimamente séria, à vista do pouquíssimo dinheiro, que é essencial em qualquer
obra pública decente, porque, do contrário, ela não chega ao fim desejado.
O
bom senso aconselha que o povo de Uiraúna não aceite, de maneira alguma, a construção
de hospital, na forma ora proposta, que certamente não terá as melhores condições
do atendimento de qualidade dos serviços médicos básicos e de pequenas cirurgias,
além da maternidade, sob pena se permitir apenas uma nova unidade de saúde ampliada
que impedirá que a cidade venha a ter o tão sonhado hospital público de
verdade, ou seja, é preciso concordar somente com o hospital completo e de
verdade.
Assim,
espera-se que o povo de Uiraúna tenha condições de esclarecer às autoridades
competentes que o hospital por ele ansiado é uma unidade de saúde verdadeira,
com capacidade para o atendimento de múltiplas especialidades médicas, inclusive
maternidade, composta pelos principais equipamentos necessários aos exames de
radiografia, tomografia, laboratorial e outros indispensáveis ao imediato e
preciso diagnóstico, além de oferecer condições para pequenas cirurgias, sem
necessidade do deslocamento de doentes para outros centros, salvo nos casos de
maior gravidade ou nas excepcionalidades médicas.
Brasília,
em 11 de julho de 2020
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