A minha crônica intitulada “O festejamento da
irracionalidade” versa sobre o lamento à participação em festejos
protagonizados por apoiadores de político de Uiraúna, Paraíba, que se envolveu
em caso de corrupção com dinheiro público, cuja comemoração foi realizada em
face da notícia sobre a soltura dele, mediante o pagamento de fiança e não por
ter provado a sua inocência.
Diante disso, o ilustre vereador daquela cidade, o
senhor Ciro Figueiredo escreveu mensagem em apoio ao meu texto, dizendo o
seguinte: “suas palavras nos emociona, bem colocadas, com
boas lembranças, muito obrigado meu amigo, ler tudo isso nos dá coragem de
continuar lutando por dias melhores em nossa terrinha”.
Em resposta à mensagem de estímulo ao meu trabalho
literário, eu digo ao nobre vereador Ciro Figueiredo que agradeço o seu
apoio ao meu texto, que certamente teve a inspiração das pessoas de bem e
honradas, que desejam o melhor para a nossa querida e amada Uiraúna, que não
mereceu o duro golpe de ter ficado conhecida por insensato ato que desabonou a
dignidade do principal representante do povo da cidade, que sempre o elege na
esperança de que ele seja fiel aos princípios da ética e da moralidade, na
aplicação do dinheiro público e na gestão pública, de modo geral.
Na
verdade, o comportamento desses defensores de político que ofende grosseiramente
os princípios da dignidade e da moralidade públicas somente merece piedade, tendo
em conta que eles simplesmente exprimiram o sentimento inverso que as pessoas sensatas
e normais fariam de não aceitação do que é visível e indiscutivelmente errado e
o que é incorreto apenas merece rejeição, censura e desaprovação, em harmonia
com a formação moral própria de civilização cônscia da sua responsabilidade de
cidadania que valoriza a sua dignidade e a defende como princípio.
De
igual modo, entendo que Uiraúna também não merece essa geração de pessoas
visivelmente irresponsáveis, que não se envergonharam de comemorar, a todo
vapor da expressão, ao fazerem uso de carro de som, foguetório e gritaria, a
mera soltura de pessoa que se meteu na lama pútrida do submundo da corrupção,
como se o homenageado fosse o herói da cidade, mas sim o contrário disso, o que
bem demonstra o sentimento muito ínfimo sobre os comezinhos conceitos de
honorabilidade que precisam prevalecer na gestão da coisa pública.
No
caso, parece que seria importante que o líder-mor, no alto da sua inteligência
política, se dignasse a esclarecer seus fanáticos seguidores, em especial aqueles
que participaram dos ruidosos, ridículos e incômodos festejos, em ofensa aos
cidadãos honrados de Uiraúna, porque certamente eles ainda não tenham entendimento
sobre a exata gravidade de se ofender os cofres públicos e o real sentido de
que ele foi preso por causa merecida e justa, à luz da legislação penal, à
vista dos fatos investigados
A
compreensão que se tem sobre o ocorrido é que o fato em si é motivo mais do que
suficiente para a população que o apoia ou não se sentir extremamente
sensibilizada, no sentido de ter havido ferimento profundo na sua consciência
cívica, por se tratar de ato absolutamente abominável, inaceitável e ainda somente
servir de objeto de repúdio, rejeição, e jamais de veneração, acolhimento e
muito menos de aplausos, como se isso pudesse ser enaltecido como algo
meritório e modelar à sociedade.
Agindo
exatamente assim, o líder político, na verdade, não chegaria a se redimir da
sua atitude impensada e inadmissível, no âmbito do gestor público de verdade,
mas ele já mostraria a verdade sobre os fatos aos seus seguidores e o
reconhecimento de que se arrepende do que fez de errado e ainda indicaria às
pessoas a verdadeira postura de homem público.
A
verdade é que o homem público precisa ter consciência sobre o devido respeito à
causa pública, ao sentimento de probidade e à correção dos atos administrativos,
em harmonia, principalmente, com a seriedade que a sociedade precisa ter em
relação aos líderes políticos, no sentido de somente os apoiar quando eles
realmente merecerem, em face da sua postura sempre retilínea na preservação dos
valores republicanos, procurando, de igual modo, os condenar, como é o caso em comento,
quando eles se desviarem dos princípios da boa conduta de moralidade.
Finalmente,
preciso esclarecer que não sou o dono da verdade nem tenciono querer mudar o
pensamento de ninguém sobre o que entende sobre a vida, porque todos são
livres, autônomos e responsáveis por seus atos, mas penso que tenho direito,
como todo cidadão político e público por natureza, de me expressar livremente
sobre os fatos da vida e também de dizer, em alto e bom som, que gostaria muito
que meus conterrâneos tenham, no coração, o desejo de que somente prosperem
coisas boas em Uiraúna, que imagino não merecer nada diferente disso e ninguém
melhor do que seus filhos para lutarem bravamente pela grandeza da sua terra
natal.
Brasília, em 11 de julho de 2020
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