quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Em nome da esperança

          Na crônica que fiz para parabenizar o saudoso Bonifácio Fernandes, mostrei, em resumo, a minha vontade de Uiraúna, Paraíba, puder homenagear, com base em norma legal, seus heróis e heroínas, grandes beneméritos, em razão de suas importantes obras, em forma de benefício social, além do sentido da valorização cultural do povo e da própria cidade, muitas pessoas se manifestaram em solidariedade ao meu texto.

Ponho em destaque, nesta crônica, a expressiva mensagem da professora Marizete Batista, que houve por bem enfatizar a necessidade da valorização das pessoas que se tornaram merecedoras da comenda de heróis, por sua notável obra em prol da sociedade.

A aludida mensagem está vazada com os termos a seguir: “que texto magnífico e cheio de significados... Justa e sincera está reivindicação. É preciso valorizar os amados filhos que contribuíram com amor, compromisso e responsabilidade para o bem do povo da nossa querida Uiraúna”.

Prezada professora Marizete Batista, muito lhe agradeço por sua sensibilidade em compreender o real objetivo pretendido no texto em referência, apenas, se me permite, gostaria de dizer que não foram somente os filhos de Uiraúna que realizaram obras meritórias dignas de reconhecimento e de gratidão, porque, como exemplo, cito os ilustres e veneráveis João Claudino e doutor Osvaldo Cascudo, que nasceram na querida cidade de Luís Gomes, tendo se tornado nossos heróis, por suas obras magníficas em benefício de Uiraúna e do seu povo.

Como citei na crônica referenciada, mais de quinze textos com teor idêntico já foram redigidos por mim, somente com relação ao laureado Bonifácio Fernandes, além de outros dez ou mais textos versando sobre a importância da instituição do título de herói e heroína de Uiraúna, fato este que bem demonstra o meu sentido desejo de efetiva homenagem carinhosa e merecida aos grandes nomes da cidade.

Na crônica que já publiquei hoje, eu citei várias situações e prestei maiores detalhes sobre meu périplo, correndo atrás do engrandecimento da cultura de Uiraúna, mas só consegui promessas, que, como visto, não foram implementadas.

Confesso que a minha esperança da materialidade da minha ideia era indestrutível, a ponto de já ter até alinhavado o discurso para a sessão solene e especial, em razão da minha incontida satisfação de ter sido o idealizador de tão magnifica propositura.

Tenho esperança - porque ela é a última que morre - de que esse discurso possa ser lido um dia, pessoalmente por mim, quando houver o despertar de que se trata de algo inédito e de aparente singeleza, mas de sublime valor cultural do povo, por se revestir do reconhecimento oficial de fatos reais acontecidos com o povo de Uiraúna, que já foi registrado pela própria história e apenas precisa se manter na memória das gerações, ante a magnitude do seu valor cultural e histórico.

Não tem o menor cabimento que interpretações equivocadas sobre fatos dessa relevância possam contribuir para prejudicar o rico passado de um povo, mas, infelizmente, se realmente não houver interesse por parte de quem compete aprovar a norma legal pertinente, o tempo cuidar de apagar tudo, promovendo deletação geral e terrível de fatos que são considerados sim importantes para a história do povo que realmente ama a sua cidade.

Hoje em dia, com essa nova geração da tecnologia avançada, da internet com recursos mirabolantes, ninguém tem o menor interesse em se preocupar em saber quem foram os heróis Bonifácio Fernandes, Ariosvaldo Fernandes, doutor Osvaldo Cascudo, Candinha, Zéu Fernandes e tantos outros que dignificaram com brilhantismo a rica história cultural de Uiraúna, tendo contribuído com os seus empenho, dedicação e sacrifício para o desenvolvimento da cidade, que certamente jamais seria o que ela é agora, graças ao sacrifício de geniais e esforçados cidadãos que se preocupavam com o seu semelhante e esse sentimento de cunho humanitário e cívico precisa ser resgatado, trazido para a atualidade, para que ele possa servir de inspiração para esta e futuras gerações, porque os bons exemplos são verdadeiro espelho para a sociedade.

Com absoluta certeza, a história atual pode ser contada, de maneira bastante diferente, se os verdadeiros heróis passem a ser reconhecidos oficialmente, em que os nomes deles passarão a constar nos murais das repartições e escolas públicas, acompanhados dos dizeres que Uiraúna tem sim muitos bravos heróis, por terem se destacados, por exemplo, na prestação de assistência à saúde pública à população, quando não havia a quem recorrer senão aos anjos da guarda denominados Bonifácio Fernandes, Fernandinho e doutor Alexandre Fernandes, e assim por diante, de modo que os nossos heróis poderão ser homenageados e aplaudidos nas solenidades cívicas e nas suas datas de nascimentos ou mesmo de forma permanente, porque o legado, o conjunto das suas obras heroicas merecem ser comemorados a qualquer momento, à medida do sentido da valorização que é dada a eles, em razão do tanto que foi o seu amor demonstrado ao povo.

Finalmente, nutro a firme esperança de que os verdadeiros heróis e heroínas de Uiraúna hão de ser contemplados com a placa simbólica pelo reconhecimento da sua valiosa obra, em nome da gratidão eterna do povo de Uiraúna...

          Brasília, em 11 de agosto de 2020

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