Recebi na minha caixa “Menssenger” um vídeo que mostra o ex-presidente da República petista sendo homenageado com a entrega de alguns importantes títulos de Doutor Honoris Causa, por diversas universidades de renome da Europa e da América do Sul.
Junto
com o aludido vídeo tem a seguinte mensagem, in verbis: “Lula é o brasileiro
com mais diplomas de Doutor Honoris Causa PRA MATAR DE INVEJA: Relembre alguns dos
títulos de Doutor Honoris Causa conferido a Lula por importantes universidades do
mundo. O melhor presidente do Brasil também é o brasileiro com maior número de
prêmios e honrarias.”.
À
toda evidência, o citado vídeo tem por finalidade chamar a atenção para fatos
importantes ocorridos na vida do político, a par de fazer promoção da imagem dele,
ao abordar algo que é realmente fabuloso como feito extraordinário para quem tem
poucos estudos e conseguiu ser homenageado pelas principais universidades do
mundo, com a concessão de títulos honoríficos, em razão do seu notável trabalho
em defesa do social, o que, por certo, o faz merecedor das importantes láureas.
A
outra evidência, por mera ilação, é que os autores dessa vídeo pensam iguaiszinhos
Esse
contexto poderia ser bastante interessante, com o propósito também para se relembrar, que, no mesmo vídeo,
constasse a desagradável história desse grande brasileiro, que surpreendeu e
envergonhou o mundo.
O
mesmo colecionador de importantes títulos foi envolvido em rumorosos casos
policiais, pertinentes à improbidade administrativa, por decorrência do seu arrolamento
no tenebroso episódio do petrolão, que consiste propriamente em complexa operação
criminosa de desvio de bilhões de reais dos cofres da Petrobras, cujos atos
irregulares não foram assumidos por ninguém, embora não haja a menor dúvida de
que eles ocorreram no curso do governo dele e os brasileiros não têm a orgulho
algum dos horrorosos fatos delituosos.
Normalmente
quando se pretende “matar” as pessoas de inveja, convém que não se mostre somente
os grandes feitos do homenageado, porque elas certamente têm interesse em
conhecer também tudo sobre o completo currículo do agraciado, como nesse caso
proposital do petrolão.
É sempre muito estranha a omissão a esse notório
episódio, ignorado pelas pessoas que adoram “matar” alguém de inveja, embora esse
caso tenha importância fundamental para compreender se não seria o caso de se “matar”
de vergonha, pelo fato de que a mesma pessoa que foi alvo de extrema valorização
com a conquista maravilhosa de tantas e magníficas láureas internacionais também
foi capaz de se envolver em casos indignos de polícia, já tendo sido condenado
à prisão, diante da incapacidade de provar a própria inculpabilidade com relação
aos fatos denunciados, em que pese a invejável coleção internacional de títulos
de Doutor Honoris Causa.
Não
se conhece exatamente como é o comportamento conceitual, em termos de princípios
cultuados pelas universidades que concederam títulos ao brasileiro, diante dos
conceitos da moralidade e da dignidade atribuídas aos seus títulos de Doutor
Honoris Causa, conquanto, à luz da decência e da valorização, especificamente sob
o aspecto da credibilidade, impunha-se que elas promovessem reavaliação ética,
se já não a fizeram, quanto à imperiosa necessidade da suspensos dos títulos pertinentes,
até que os laureados condenados à prisão consigam provar a sua inocência.
Isso
condiz com a forma de respeito aos demais laureados, que devem se sentir horrorizados
na companhia de pessoa sob penosas condições de suspeita de desvio de conduta
ética e moral, enquanto atuante na vida pública, assim decretado pela Justiça
brasileira, com base em fatos que estão em plena validade para criminais e
penais.
Enfim,
o que adianta ser colecionador de importantes títulos internacionais concedidos
por renomadas universidades, as mais relevantes que sejam, e não se conseguir
provar a sua inocência em dois processos criminais, nos quais já foi condenado
à prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sendo
que, em um dos quais, já houve a condenação até na terceira instância, ou seja,
no Superior Tribunal de Justiça?
O
que adianta a pessoa ser tão laureada e ainda responder, como réu na Justiça
brasileira, a outros seis processos, todos pertinentes à denúncia da prática de
crimes relacionados à improbidade administrativa?
Seria
bem melhor para o homem público que ele não colecionasse condecoração alguma, mesmo
que fossem as mais singelas do mundo, mas sim tivesse a consciência tranquila
de não ter envolvimento algum com a Justiça do seu país, sob a certeza de que a
sua vida pública é respaldada por atos absolutamente imaculados e ainda pudesse
se apresentar à sociedade, em qualquer local e em qualquer momento, com as mãos
limpas, merecendo o respeito e o carinho da população.
Há
de se convir de que nenhum dos títulos honorários de Doutor Honoris Causa foi concedido
ao político depois do seu arrolamento pela Justiça, o que vale dizer que o seu envolvimento
com as denúncias referentes à prática de aos suspeitos de irregulares pode ter
contribuído para que ele não fosse mais laureado, em que pese aqueles atos em
defesa do social permanecerem em plena validade, a justificar os citados títulos.
Espero
que o Brasil se orgulhe dos títulos de seu filho homenageado por universidades
destacadas do mundo, mas somente quando ele tiver a grandeza de provar a sua
inocência em todos os processos nos quais é acusado, denunciado e julgado como no
deplorável sinete de criminoso, que não condiz em nada com os títulos recebidos
por ele, ainda quando se encontrava na glória, embora os cofres da Petrobras,
em especial, já eram saqueados no governo chefiado por ele, conforme mostram as
investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato.
O
que impressiona bastante são as pessoas apenas conseguirem a proeza de enxergar
as qualidades em alguém, o que é natural, mas, por dever de justiça, por qual
razão elas também não verem os erros, os desvios de comportamento, quando estes
têm a sublime condição de provar a real nobreza da pessoa, em termos de
submissão aos princípios da moralidade e fidelidade à melhor conduta de cidadania?
Afirmo
que nada tenho contra essas pessoas que amam os títulos honoríficos e desprezam
os deslizes na vida pública, como se estes fossem realmente desprezíveis e
irrelevantes mesmo, porque cada qual é dono da sua consciência, mas seria muito
mais convincente se essas pessoas exigissem que os acusados, denunciados e
condenados à prisão provassem, primeiro, a sua inocência, para depois merecerem
os devidos aplausos, tanto mais por terem provado que sempre agiram sob o manto
da licitude, na vida pública.
À
vista das robustas provas materiais constantes dos autos, enquanto elas não forem
infirmadas, de preferência pelo próprio interessado, para dar peso e importância
ao fato em si, cai por terra toda importância dos títulos conquistados, diante da
imputação da prática de atos indignos com capacidade de extrema degeneração do
que pode ter existido no passado, enquanto estes não forem extirpados de quem
colecionava capaz de “matar” de inveja seus opositores.
É
preciso ficar claro que a presunção de inocência somente tem validade quando
for validada, declarada pela Justiça, não tendo o menor cabimento que as
pessoas assim entendam, por contra própria, sob o respaldo, normalmente, em
razão da melhor governabilidade ou de a pessoa ser a melhor da face da Terra, em
menosprezo aos atos suspeitos de irregulares, os quais não têm o condão de abonar
os atos de desacerto, em razão do que consta dos processos criminais que estão
em curso e com plena validade, que não podem ser ignorados por mais boa vontade
que seja e muito menos por mera piedade.
É
de se lamentar profundamente ter que se pensar diferentemente de muitos brasileiros,
que, infelizmente, não conseguem enxergar a realidade sobre os fatos, diante do
entendimento segundo qual o verdadeiro homem público é aquele que precisa caminhar
sobre a linha reta e nunca ser acusado de absolutamente nada, mas se o for,
deve, em respeito aos princípios da ética, da dignidade, da moralidade e da
honorabilidade, se afastar da vida pública e somente retornar a ela depois de
obter o certificado de nada consta de quem de direito e que, na sua ficha
corrida, não haja nada que macule a sua conduta na vida pública.
Pensar
dessa maneira é como deva agir o verdadeiro cidadão que cultua os princípios e
as condutas que possam contribuir para a pureza das atividades políticas, em
estrita sintonia com os conceitos e regramentos republicano e democrático.
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