Diante da
crônica intitulada “Apelo aos candidatos e ao povo de Uiraúna”, implorei por
que os
candidatos aos cargos eletivos dessa cidade se comprometam, publicamente, com
seus empenhamentos na aprovação do importantíssimo título de herói e heroína,
no sentido da valorização histórico-cultural tanto da cidade como do povo.
No
mesmo sentido formulei pedido especialmente ao povo de Uiraúna, para que,
apelando ao amor às tradições, à cultura, ao civismo e ao engrandecimento da
própria cidade, defenda junto aos candidatos o comprometimento com a aprovação da
aludida medida, permitindo o reconhecimento do precioso legado deixado pelas
pessoas que honraram, dignificaram amaram verdadeiramente os princípios
humanitários e cristãos, em devotamento voluntário às causas do seu semelhante.
Por se
tratar de proposição importante para o conceito cultural e tradicional do povo e
da cidade, muitas pessoas se manifestaram em apoio à medida em tela, como no
caso da conterrânea senhora Consolação Vieira, que assim se expressou: ”Parabéns
por mais um texto importante. É preciso resgatar esses heróis e heroínas do
nosso torrão natal.”.
Em
resposta à aludida mensagem, eu digo e confirmo que concordo plenamente com a
distinta apoiadora ao meu texto, quando declaro, de forma segura, que é verdade
que há muito mais peso nas justificativas para o sim do que para o não à medida
cogitada.
A
bem da verdade, não existe unzinho senão sequer, fato que bem demonstra o
inexplicável descaso para assunto que o povo se mostra extremamente solidário à
sua aprovação, mas, à toda evidência, o poder público se faz de mouco, mudo e cego,
diante de matéria importante tanto para o reconhecimento histórico dos
verdadeiros heróis e heroínas de um povo como para o engrandecimento cultural de
Uiraúna, que pode demonstrar o tamanho da sua gratidão às pessoas que
contribuíram, com a sua dedicação, o seu esforço e o seu amor ao povo da
cidade.
Continuo
na esperança de que essa causa possa ser abraçada com o máximo de carinho pelo
povo de Uiraúna, implorado que não permita que ela caia na vala comum e indesejável
do esquecimento, porque seria o mesmo que concordar com aqueles entendem que o
glorioso passado nada significa, na atualidade, para a história da cidade.
Isso
seria bastante desagradável, lamentável em todos os sentidos, sabendo-se que, ao
contrário disso, haveria efeito extraordinariamente benéfico para o sentimento
da solidariedade, do civismo, do patriotismo e do amor às causas públicas,
porque isso é forma natural e nobre de fortalecimento da vocação da pureza de
afeto às pessoas que cuidaram com inexcedível carinho o seu semelhante, ou seja,
forma maravilhosa de retribuição aos seus atos de bravura, desprendimento e
ternura aos contemporâneos.
Penso
que materialização do esquecimento, nesse caso, tem significado bastante
doloroso, porque significa inconteste e implícita manifestação de negatividade
do amor para o próprio povo de Uiraúna que, mesmo não tendo nada contra à
pretensão de se prestigiar os atos de seus reais heróis, se posiciona em
concordância com quem tem competência para a aprovação de ato indispensável à
elevação do sentimento de orgulho do povo, no sentido de compreender que o
feito desses bravos cidadãos precisa ser reconhecido e valorizado.
Na
verdade, o que se pretende é tão somente se criar instrumento extremamente
poderoso e marcante de exemplo para as gerações, com o objetivo primordial do
despertamento dos bons sentimentos de benemerência e solidariedade com as
causas sociais, que já se distanciaram em muito do seu verdadeiro sentido
essencial, depois dos avanços naturais da humanidade, em especial, no que se
refere à modernidade da internet e da tecnologia no seu conjunto, que conseguiram
afastar o homem para bem distante do calor humano que existia no passado dos
nossos heróis.
Nos
tempos de nossos heróis, as pessoas se articulavam muito mais em razão da
aproximação natural entre os homens, fazendo com que a ajuda e o aconchego
fossem forma absolutamente comum da época, que se transformavam em importante
benefício social, que quase não existe mais na atualidade, pelo menos, com as
mesmas intensidade e firmeza dos gloriosos tempos idos.
Daí
a enorme relevância ao reconhecimento dos atos de nossos heróis, como forma não
somente do fantástico reconhecimento das ações de generosidade, caridade e amor,
mas também de estímulo à presente geração para a prática de ações voluntariosas
e despretensiosas voltadas para o bem, a bondade e o amor ao próximo, como
fizeram os heróis do passado, da maior grandeza, porque eles realmente
cultivavam, no coração, a nobreza própria de humanismo e cristandade, no
sentido de servir pelo puro sentimento de ser útil para com o seu semelhante.
É
bem possível que alguém possa imaginar que o meu ferrenho empenho, neste caso, vise
algo a me beneficiar de alguma coisa, o que é bastante natural que isso possa
suscitar como forma de especulação, à vista do disparate de eu já ter escrito
muito mais de trinta crônicas versando sobre tão importante e maravilhoso tema,
que tanto me envaidece, à vista do meu sentimento de muito amor ao povo da
minha querida terra natal.
Não
obstante, é preciso que a verdade venha à tona, no sentido de que eu aproveite
o ensejo para afirmar que, da minha parte, o único interesse pessoal é exclusivamente
propiciar que o conceito de Uiraúna seja alçado em patamar elevadíssimo no seio
da sociedade, por ter tido a dignidade de, finalmente, reconhecer a fantástica
bravura de seus heróis, que merecem toda forma de consagração e carinho por
cada sacrifício de puro amor ao próximo.
Com
toda sinceridade, diante de causa cristalinamente nobre, assim reconhecida pelo
povo do município, por envolver apenas a decretação oficial do reconhecimento
de gratidão notória e indiscutivelmente comprovada pelos anais da linda história
de Uiraúna, eu pensei que as autoridades públicas e a população tivessem
carinho especial em defesa dela e se empenhassem devotamente por sua aprovação.
Enfim,
diante de tantos e fortes argumentos em prol de causa da maior justeza social,
cultural e humanista, por que tanta dificuldade para se entender, prontamente,
tamanhos atos de abnegação e amor ao próximo, tudo praticado somente em nome do
engrandecimento do homem?
Meu
Deus! Como tenho tanta dificuldade para compreender o sentimento do meu próximo,
quando bastava que eu apenas soubesse que as pessoas têm as suas
idiossincrasias e, por isso, podem pensar diferentemente de mim, sobre o mesmo
objeto, em que cada qual olha na mesma direção, porém ao seu modo que melhor lhe
convém e atenda aos seus interesses, razão pela qual me desculpo por tanta
insistência nessa causa, que é sobejamente condizente com o meu jeito de pensar,
ver e sentir, dizendo que respeito quem age e enxerga os fatos sob outro ângulo,
que pode ser até o correto, porém ainda não tive o merecimento da iluminação de
pensar de outra maneira.
Brasília, em 22 de agosto de 2020
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