Na crônica que escrevi para parabenizar o meu herói Bonifácio Fernandes, mostrei, de forma sucinta, o meu ardente desejo de Uiraúna, Paraíba, ter instrumento legal para se homenagear seus grandes beneméritos, os cidadãos que contribuíram, de alguma maneira, para o engrandecimento do povo e da própria cidade, no empenhamento do seu árduo trabalho revertido em benefício da sociedade, como foi a extraordinária e marcante missão cumprida pelo nobre “doutor” mencionado acima, que bem faz jus à homenagem nesse sentido.
Muitas foram as mensagens em apoio à minha crônica,
a exemplo da que foi redigida pelo ilustre conterrâneo escritor Francisco Leite,
que disse, em tom de indagações, in verbis: “Antonio, mas que vergonha! Como
pode isso? Uma cidade com tantos filhos ilustres... Será que não tem um
vereador que se sensibilize com essa causa? Porque nossa terrinha ainda vive
mergulhada ma ignorância?”.
Estimado e experiente escritor Francisco Leite, às
suas sábias e inteligentes indagações, vou acrescentar algumas dolorosas (para
mim) respostas, como forma de tentar esclarecer um pouco esse importante
assunto, sob o enfoque da história cultural de Uiraúna.
Acredito,
por presunção, que, na história de Uiraúna, jamais uma pessoa lutou com tanta
disposição, empenho e garra, na tentativa de se aprovar o instituto do título
de herói e heroína de Uiraúna, que tem por finalidade o reconhecimento materializado,
de maneira oficial, da eterna gratidão aos célebres cidadãos que se
sacrificaram em beneficio do povo dessa cidade.
Veja
você, ilustre conterrâneo, que, somente acerca desse assunto, já escrevi, com
absoluta certeza, mais de vinte e cinco (25) crônicas, mostrando a importância
desse ato de pura nobreza para com os verdadeiros heróis e heroínas, cujo ato tem
por exclusiva finalidade valorizar as pessoas que se destacaram com a sua obra,
em prol da sociedade, e, por via de consequência, o enriquecimento da cultura
da cidade.
Além
dessas crônicas, eu elaborei documentos específicos, em forma de Projeto de Lei
(minuta-sugestão), objetivando a instituição dos títulos de herói e heroína de
Uiraúna, e do livro próprio para os registros dos agraciados; da Justificativa
pertinente (minuta-sugestão); e dos Esclarecimentos sobre a importância dos
títulos, em diferenciação dos títulos honorários já existentes em Uiraúna,
mostrando a finalidade e a importância de cada qual.
Com
a finalidade de sublinhar a importância da minha ideia, fui honrosamente
convidado pelo então ilustre presidente da colenda Câmara de Vereadores de Uiraúna,
onde compareci pessoalmente, em sessão especial em homenagem ao genial e talentoso
primo e conterrâneo Ciro Fernandes, e fiz uso da palavra, por deferência privilegiada,
quando tive oportunidade para defender a ideia em comento, por meio de
exposição sobre o assunto e veemente apelo aos ilustrados vereadores, no
sentido da aprovação dos títulos em questão.
Sem
dúvida alguma, pensei que tinha depositado ali forte esperança no sentido de sensibilizá-los,
mas, infelizmente, meus argumentos se tornaram fracos e absolutamente insuficientes
para convencê-los.
Ou
seja, o apoio e as alegações consistentemente imaginados e sustentados por mim foram
substancialmente, ao meu sentir, insuficientes, não preenchendo as condições à
altura do atendimento das exigências e dos pressupostos essenciais para o
convencimento dos nobres representantes dos uiraunenses, faltando, ao que se
pode deduzir, à primeira vista, o essencial ao caso, que parece ser interesse e
boa vontade para o reconhecimento de causa, segundo penso, da maior relevância
histórico-cultural de Uiraúna.
À
toda evidência, trata-se, na minha modesta avaliação, de maravilhosa
oportunidade para se puder erigir ao patamar mais elevado da cidade os nomes de
seus heróis locais, a exemplo do que foi feito com relação aos heróis
nacionais, que se destacaram por seus atos de amor à pátria ou ao povo do
Brasil ou ainda por bravura, motivando o natural e justo reconhecimento em ato
específico, com a declaração implícita no sentido de que somente poucos
brasileiros são considerados heróis nacionais, cujos atos praticados ficam
registrados como bons exemplos de cidadania e inspiração para todos aqueles que
amam a pátria.
De
igual modo, esse é o sentido primordial que me inspirou a sugerir que Uiraúna
possa cultuar seus heróis e suas heroínas, para que as gerações atuais e
futuras, além de reverenciá-los como os verdadeiros heróis da história da
cidade, homenageá-los nas solenidades cívico-culturais, além de se sugerir a
grandeza dos atos praticados em benefício da humanidade, em harmonia com os
sentimentos tanto de cidadania como cristãos.
Enfim,
o importante é que continuarei persistindo, com o apoio dos conterrâneos com
visão em sintonia com o meu pensamento, na luta pelo reconhecimento oficial dos
heróis e das heroínas de Uiraúna, diante da indiscutível agregação do importante
valor imaterial e cultural do gesto em si, que tem expressivo significado em
forma de gratidão às pessoas que se tornaram bravas e heroicas graças ao seu
sacrifício em nome do seu semelhante, que precisam ser lembradas e homenageadas
para a eternidade, notadamente porque os benefícios disso são múltiplos, enquanto
os óbices são inexistentes, não havendo ainda interesse à causa inegavelmente
justa...
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