Diante de crônica que
analisei o desempenho do último ex-presidente do Brasil, em tese me manifestando
no sentido de que ele poderia ter deixado melhor legado para os brasileiros, uma
atenta e distinta pessoa houve por bem discordar do meu texto, tendo escrito a
mensagem a seguir.
“Vc está sendo injusto.
O cara foi o tempo todo bombardeado pelo SISTEMA. Todos trabalhando contra e
mesmo assim não permitiu a instituição da corrupção em todos os sentidos. Não
tem como dizer que não fez nada. Observe o que está acontecendo no momento.
Caso ficasse aqui, provavelmente teriam colocado ele na cadeia. Pense nisso!”.
Não sei se as críticas à minha pessoa têm a ver
com o que eu disse que nunca um presidente do país prometeu tanto e realizou
talvez o mínimo necessário, apenas o indispensável exigido de qualquer
governante, uma vez que o seu legado não contabiliza nenhuma obra de impacto
inaugurada, nenhum serviço excepcional criado ou qualquer reforma estrutural do
Estado, com a marca do seu governo que servisse de exemplo para lembrar a sua
passagem no principal cargo da República.
Se foram, penso que as argumentações de que “O cara foi o tempo todo bombardeado pelo SISTEMA” não têm o condão de justificar a incompetência referida
por mim, uma vez que ele foi eleito para trabalhar, independentemente de quem
quisesse atrapalhar a sua gestão, quando ele tinha totais autonomia e
independência, nos termos constitucionais, para executar o melhor no governo,
sem se preocupar com os bombardeios nem quaisquer outras formas de interferências,
vindos de onde e de quem viessem, no entendimento de que o Executivo tinha as
suas funções específicas e definidas, que não dependiam absolutamente de ninguém
para serem realizadas.
Segundo penso, essa
história de bombardeio do sistema somente serviu para tentar justificar extremas
incompetência e incapacidade de realizações, em especial quando houve a permanente
tentativa de se passar por vítima e injustiçado, sempre, de forma sistemática,
sob essa deplorável e deprimente alegação de perseguição e especialmente de
interferência no governo, como se o presidente da República fosse uma criancinha
que tivesse sido tragada por impiedosos devoradores de incompetentes, que não
soubesse se defender das garras da maldade.
O mais grave de tudo isso
é que muitos ingênuos seguidores ainda consideram o dito bombardeio como mácula
extremamente prejudicial ao desempenho presidencial, quando, na verdade, essa
forma absurda de interpretação somente conspira contra o próprio governo, que
mostra completa incapacidade para se desvencilhar de algo que tem visível conotação
com fragilidade, incompetência e falta de alternativa para contornar qualquer obstáculos
de ordem estranha à competência e à eficiência na administração pública.
Por seu seu turno, não
passa de falácia e infantilidade a afirmação de que o presidente “não permitiu
a instituição da corrupção em todos os sentidos”, porque ele foi tão corrupto
como muitos outros que passaram na República, conforme mostram os fatos, que as
pessoas insistem em não enxergar como da maior gravidade como gestão pública.
Essa assertiva tem
respaldo na surpreendente introdução do deplorável Centrão no governo, que é o
grupo símbolo do fisiologismo na administração pública, posto que sempre
mereceu o maior desprezo do então candidato presidencial de 2018.
A única finalidade para
essa velha política ter ido para o governo, assim chamada pelo então candidato
à Presidência da República, foi o fato de que ele, o mandatário, estava prestes
a sofrer processo de impeachment, mas somente se evitaria com a colocação desse
nefasto grupo no colo do governo e assim foi resolvido, sem a lembrança de que
ele era malvisto, especialmente na campanha eleitoral, fato que certamente
pode ter contribuído para angariar alguns votos.
E assim foi feito, de modo
que a velha política ganhou cargos no governo e, de quebra, recebeu a chave do
Orçamento da União, para distribuir recursos da forma que bem quisesse e isso
é fato.
Para não ficar somente
nessa deplorável forma de corrupção com recursos públicos, no desvio de dinheiro
de outros programas de governo para acolher o recriminável Central, este ainda cuidou
de criar, no governo do todo justo e puro presidente, o criminoso orçamento
secreto, que tem a finalidade de comprar a consciência dos parlamentares para
votarem nos projetos do governo.
Só para lembrar que os
recursos públicos, por sua natureza, devem se destinar exclusivamente à
realização dos interesses públicos, mas a ida do Centrão para o governo teve o
único propósito de atender às causas pessoais do presidente do país e isso,
quer queira ou não, é também forma de corrupção com recursos públicos.
Causa espécie a afirmação
de que “Caso ficasse aqui, provavelmente teriam colocado ele na cadeia.”,
uma vez que essa presunção confirma, em muito as minhas assertivas, no sentido
de se mostrar o tanto de falta de personalidade política de quem não tem
dignidade para assumir seus atos na vida pública.
Como prova de medo, o
ex-presidente preferiu se acovardar e se mostrar medroso, a ponto de fugir do
país, antes do término do mando, a par de ter ficado mais de dois meses calado,
sem se manifestar com seus seguidores, que se colocaram nas frentes do quartéis
do Exército, implorando por socorro das Forças Armadas.
Os brasileiros honrados e
dignos tinham esperança de medidas salvadoras da pátria, que poderiam ter sido
atendidas por meio da imprescindível intervenção militar, que somente dependia
da boa vontade e de ato do então presidente do país, que preferiu, ao
contrário, corresponder com terrível gesto de “banana” para os brasileiros, que
foram traídos, vendo-o fugir, às pressas, para se asilar nos Estados Unidos da
América, com medo de ser preso, onde permanece até hoje.
Por fim, salvo melhor juízo, eu não reconheço
autoridade de ninguém para dizer que eu sou injusto, em especial porque eu não
escrevo segundo o pensamento das pessoas que somente enxergam aquilo da sua
conveniência ou do seu interesse.
Deixo muito claro que eu escrevo por mim e de
acordo com o que dita exatamente a minha consciência, que está em conformidade
com o que penso sobre os fatos acontecidos na vida, que são interpretados por
mim sob a minha ótica exclusiva, respeitando quem possa pensar diferente, porque
isso faz parte do direito pessoal de expressão.
Pouco me importo se os mesmos fatos que analiso
sejam vistos e interpretados de outra maneira da minha, sobre outro prisma
completamente diferente, visto que ninguém tem a mesma inteligência, a mesma
capacidade de experiência e conhecimentos, que permitem enxergar os fatos
segundo o seu ângulo de visão e ninguém, absolutamente ninguém tem o direito de
discordar, por se tratar de interpretação de foro íntimo, com a marca personalista.
Acredito que eu seria extremamente injusto e
indelicado se eu dissesse algo que discordasse da opinião de alguém, porque essa
pessoa tem as suas convicções e razões para concluir na maneira que entender que
estava correta e consciente do seu pensamento, porque ela se manifestara
conforme a sua maneira de interpretar os fatos, que pode ser perfeitamente diferente
de muitas pessoas interpretando os mesmos acontecimentos.
Com isso, pode-se dizer que as pessoas têm todo
direito de discordar das opiniões e das manifestações, exatamente pelos motivos
elencados acima, mas não parece justo que se diga que alguém seja injusto, somente
por ter se manifestado segundo o seu pensamento e não de ninguém sobre os fatos
da vida.
À toda evidência, é absolutamente justo que alguém
discorde de opinião, mas constitui descortesia de se atribuir que alguém é
injusto, porque isso fere flagrantemente os direitos de cidadania, insculpidos
nos sagrados princípios democráticos e de liberdade de expressão, conquanto, a
despeito disto, tem havido contestação por ação inescrupulosa de alguém
integrante do sistema, que prende e arrebenta por conta de quem diz a verdade
sobre os fatos da vida.
Diante do exposto, repilo, com veemência, a
atribuição à minha pessoa de ser injusta, por eu ter expressado o sentimento sobre
fatos da vida, na forma segundo entendo, respeitando quem pensar diferentemente,
em harmonia com a liberdade de expressão.
Brasília, em 20 de março de 2023
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