quarta-feira, 15 de março de 2023

Apenas reminiscências

 

Diante de crônica que analisei a posição manifestada pelo papa, que afirmara que o celibato poderá terminar na Igreja Católica, embora ele não tivesse acrescentando qualquer informação sobre a existência de estudos nesse sentido, uma pessoa interessada sobre o assunto escreveu a seguinte mensagem: “Será que ele vai liberar! O Melhor e mais atuante Papa! Que Deus o abençoe e proteja sempre. Amém.”.

Em resposta à aludida indagação, eu disse que se espera que o papa se conscientize de que o importante não é a posição dele sobre o celibato, mas sim  o ato concreto em si, para a efetivação da medida pertinente, que ainda é, no caso, inexistente.

Enfatize-se que seria muito mais interessante que ele somente se manifestasse sobre a eliminação do celibato depois de haver o consenso acerca do assunto, no âmbito da Igreja Católica, que é completamente dominada por religiosos conservadores e progressistas, cuja predominância dessas ideologias tem contribuído para travar qualquer iniciativa de medida modernizante dessa importante instituição religiosa.

Conquanto essa questão seja da maior importância, que já devia ter sido objeto de revisão, há bastante tempo, por inexistir plausibilidade sobre a sua existência, em razão de sequer haver um motivo que a justifique, em se tratando que o padre é um profissional qualquer, com a diferenciação especial dos demais trabalhadores, por ser especializado sobre os assuntos relacionados às questões do interesse de Deus, que é realmente essencial à humanidade.

Não obstante, esse fato em si não justifica que o padre não possa se casar nem exercer plenamente as atividades inerentes ao ser humano, como acontece normalmente com os demais cristãos, uma vez que ele também é filho de Deus, que tem direito de ser tratado igualmente como a todos os trabalhadores, o que vale se dizer, sem qualquer restrição de ordem pessoal inerente à vida.

É preciso se entender que, com o celibato ou sem ele, a Igreja Católica continuará a existir, sendo bem cuidada por quem tem a vocação de disseminar o Evangelho de Jesus Cristo, que é algo especial inerente às pessoas que se especializam nos estudos da alma humana, com o aprofundamento específico sobre os assuntos religiosos, para terem melhores condições de servir a Deus da melhor maneira possível.

A verdade é que o trabalho do padre merece admiração e carinho especial, por ele ter por base a sua formação profissional específica em complexa e importante área especializada que é peculiar e própria somente para poucos abnegados, cuja atividade é da maior relevância para a humanidade, tal qual as demais atividades profissionais.

À toda e evidência, os demais profissionais fora da Igreja Católica, por óbvio, não sofrem qualquer restrição de ordem pessoal, exatamente porque isso condiz com a evolução normal e natural da humanidade, que precisa ser observada também por essa prestigiada instituição religiosa, que tem o dever de se despertar para a valorização do imprescindível trabalho dos padres, no que se refere à sua intimidade pessoal, uma vez que eles têm os mesmos sentimentos dos demais seres humanos.

Enfim, se o papa vai liberar o celibato, em resposta à indagação vestibular, acredita-se piamente que não será tarefa nada fácil para ele decidir tão majestosa situação da Igreja Católica, quando se sabe o real peso da ala conservadora dos cardeais do Sacro Colégio Romano, que, no seu sepulcral silêncio, tem impedido todos os avanços pretendidos pela corrente progressista, que tem a liderança do santo pontífice, cujas ideias de modernização no seu papado, na maioria, vão passar para a história apenas como as boas reminiscências do passado.    

Brasília, em 15 de março de 2023

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