quinta-feira, 9 de março de 2023

Quem acredita nas urnas?

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, consta a mensagem segundo a qual o resultado do último pleito presidencial teria sido de 73,5% para o candidato à reeleição e apenas 26,5% para o outro candidato.

Confesso não acreditar, com absoluta convicção, no resultado das urnas referentes às últimas eleições, principalmente porque imagino que os brasileiros, por mais ingênuos que sejam, jamais concordariam em colocar no principal trono do poder da República pessoa completamente destituída de atributos compatíveis com as relevantes funções inerentes ao cargo presidencial, ainda mais em se tratando de quem já se envolveu em seríssimos casos de corrupção com recursos públicos.

Isso vale dizer que o resultado proclamado pelo Superior Tribunal Eleitoral pode realmente não condizer com a real vontade dos eleitores brasileiros, porque eles não concordam com o Brasil sendo comandado por pessoa desqualificada, em termos de moralidade e competência, justamente porque  ele não consegue comprovar as suas condições de imaculabilidade, na vida pública, a exemplo de conduta ilibada e idoneidade, que são exigências essenciais para o exercício de cargo público.

Agora, tem-se enorme dificuldade para a compreensão sobre como alguém consegue acessar os meandros do sistema eleitoral e levantar os mínimos detalhes acerca da operacionalização das urnas eletrônicas, a ponto de se afirmar que o candidato oficial teria obtido 73,5% da votação e o candidato que foi proclamado eleito teria tirado, pasmem, somente 26,5% dos votos válidos, fato que motivaria, em país sério e evoluídos, em termos políticos e democráticos, a devida justificativa por parte da Justiça eleitoral, para que não reste qualquer dúvida sobre a legitimidade das últimas eleições brasileiras, porque isso é muito deprimente, ante o injustificável silêncio sobre gravíssimas denúncias de irregularidades.

Diante disso, causa extrema estranheza essa revelação de suma importância não servir para utilidade alguma, ao menos para mostrar aos tribunais competentes possível absurdo sobre o resultado das últimas eleições, de modo a ensejar o despertar da sensibilidade da consciência das autoridades da República, que não podem silenciar diante de situação tão estapafúrdia, uma vez que isso não pode ficar sem os devidos e pertinentes esclarecimentos e justificativas à altura da denúncia, sob pena de se conformar com inadmissíveis irregularidades.

Imagina-se que deveria haver alguma maneira de se colocar as aludidas informações em documento, de forma a possibilitar a adoção de recursos pertinentes, obviamente com base na legislação eleitoral, para se mostrar a situação de extremo disparate, caso ela realmente se confirme como válida, à luz desses levantamentos mesmo obtidos de maneira clandestina, que precisam ser autenticados ou não.

Enfim, o que não se compreende é justamente a falta de iniciativa pela parte supostamente prejudicada, com vistas à busca da transparência das últimas eleições, porque elas podem ter beneficiado alguém, de forma indevida, o que é absolutamente inadmissível, em país minimamente evoluído, sob a ótica dos princípios republicanos e democráticos.

          Brasília, em 9 de março de 2023

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