Em vídeo que circula
nas redes sociais, consta a mensagem segundo a qual o resultado do último
pleito presidencial teria sido de 73,5% para o candidato à reeleição e apenas
26,5% para o outro candidato.
Confesso não acreditar, com
absoluta convicção, no resultado das urnas referentes às últimas eleições,
principalmente porque imagino que os brasileiros, por mais ingênuos que sejam,
jamais concordariam em colocar no principal trono do poder da República pessoa
completamente destituída de atributos compatíveis com as relevantes funções
inerentes ao cargo presidencial, ainda mais em se tratando de quem já se
envolveu em seríssimos casos de corrupção com recursos públicos.
Isso vale dizer que o resultado
proclamado pelo Superior Tribunal Eleitoral pode realmente não condizer com a
real vontade dos eleitores brasileiros, porque eles não concordam com o Brasil
sendo comandado por pessoa desqualificada, em termos de moralidade e
competência, justamente porque ele não consegue comprovar as suas
condições de imaculabilidade, na vida pública, a exemplo de conduta ilibada e
idoneidade, que são exigências essenciais para o exercício de cargo público.
Agora, tem-se enorme dificuldade
para a compreensão sobre como alguém consegue acessar os meandros do sistema
eleitoral e levantar os mínimos detalhes acerca da operacionalização das urnas
eletrônicas, a ponto de se afirmar que o candidato oficial teria obtido 73,5%
da votação e o candidato que foi proclamado eleito teria tirado, pasmem,
somente 26,5% dos votos válidos, fato que motivaria, em país sério e evoluídos,
em termos políticos e democráticos, a devida justificativa por parte da Justiça
eleitoral, para que não reste qualquer dúvida sobre a legitimidade das últimas
eleições brasileiras, porque isso é muito deprimente, ante o injustificável
silêncio sobre gravíssimas denúncias de irregularidades.
Diante disso, causa extrema
estranheza essa revelação de suma importância não servir para utilidade alguma,
ao menos para mostrar aos tribunais competentes possível absurdo sobre o
resultado das últimas eleições, de modo a ensejar o despertar da sensibilidade
da consciência das autoridades da República, que não podem silenciar diante de
situação tão estapafúrdia, uma vez que isso não pode ficar sem os devidos e
pertinentes esclarecimentos e justificativas à altura da denúncia, sob pena de
se conformar com inadmissíveis irregularidades.
Imagina-se que deveria haver
alguma maneira de se colocar as aludidas informações em documento, de forma a
possibilitar a adoção de recursos pertinentes, obviamente com base na
legislação eleitoral, para se mostrar a situação de extremo disparate, caso ela
realmente se confirme como válida, à luz desses levantamentos mesmo obtidos de
maneira clandestina, que precisam ser autenticados ou não.
Enfim, o que não se compreende é
justamente a falta de iniciativa pela parte supostamente prejudicada, com
vistas à busca da transparência das últimas eleições, porque elas podem ter
beneficiado alguém, de forma indevida, o que é absolutamente inadmissível, em
país minimamente evoluído, sob a ótica dos princípios republicanos e
democráticos.
Brasília, em 9 de março de 2023
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