Diante de crônica que escrevi analisando encontro entre os ex-presidentes dos Estados Unidos da América e do Brasil, em que, em discurso, o primeiro se referiu ao outro com palavras elogiosas, dizendo que este é importante líder político da América do Sul, eu me manifestei dizendo que isso não tinha a menor relevância para o Brasil, diante da inexpressividade de ambos os homens públicos, porque eles representam visível forma de liderança em decadência política.
Uma pessoa de grupo da internet
entendeu de discordar do meu texto, ao dizer a seguinte mensagem, verbis: “A
cegueira conveniente é também um sintoma de doença, JB foi um grande gestor
(não perfeito, posto que humano) e reconhecido pela maioria que viu o país se
transformar em pouco tempo. Agora estamos no caldeirão do diabo. Cocaína
apreendida, sendo devolvida. Ministros incompetentes batendo cabeça. Injustiça
reinando. MST invadindo. Empresas sérias fechando as portas. Investimentos indo
embora. E o povo "que sabe tudo" ainda atacando o bom senso via
teclado de seu iPhone, vida que segue...”.
Em resposta à aludia
mensagem, eu disse sim, o ex-presidente do país pode ter sido excelente gestor
para quem se conforma apenas com o cumprimento das funções inerentes ao cargo
presidencial, porquanto é consabido que ele não executou obras de impacto
nem contribuiu para a modernização de coisa alguma que o faça a ser lembrado
por governo revolucionário ou exemplar, em termos de grandes realizações.
Ou seja, de grande
gestor não existe absolutamente nada de quem somente cumpriu o indispensável
dever do cargo presidencial, que qualquer um fazia com normalidade
habitual, segundo penso, por força do mero cumprimento da obrigação das funções
para as quais o governante foi eleito.
Sim, com certeza, a
cegueira é sintoma de gravíssima patologia, especialmente quando ela decorre da
arraigada idolatria a pessoa política, quando somente a pessoa consegue
enxergar nela qualidades, quando os fatos verdadeiros mostram que não é bem
assim, não.
É verdade que o Brasil
se encontra totalmente mergulhado no “caldeirão do diabo”, com o detalhe de que
isso é exatamente graças à obra ou, mais precisamente, à falta de obra do
“grande gestor”, que simplesmente conseguiu trair a vontade dos verdadeiros
brasileiros, quando deixou de decretar a tão almejada intervenção militar, que
poderia ter livrado o Brasil do caldeirão do diabo, mas a injustificável
omissão do grande gestor permitiu a entrega do poder, de mãos beijadas, para a indesejável
banda podre da política brasileira, repita-se, para se frisar com clareza,
graças à insensibilidade político-administrativo do grande gestor brasileiro.
Por fim, é preciso
ficar claro que ninguém sabe tudo, nem tem a pretensão senão de ter o direito
de se manifestar livremente, evidentemente sem censura nem crítica velada, uma
vez que todos têm o direito de se expressar segundo penso, mesmo que isso possa
desagradar quem imagina ser cego aquele que tem coragem de dizer a sua verdade,
que precisa ser respeitada, sob o manto dos direitos democráticos, em
reciprocidade com base nos princípios de civilidade.
Essa mesma pessoa,
insatisfeita com a minha mensagem, houve por bem dizer que “Não há ninguém
aqui que seja lunático ou viva idolatrando Bolsonaro, apenas pessoas que
reconhecem que dentro do cenário em que ele esteve à frente do país (pandemia,
guerra e todo um congresso, além de tribunais em franca artilharia contra ele),
seu desempenho foi muito bom. Agora se você se satisfaz em culpa-lo pelo
que não foi feito, fique tranquilo o atual governo vai fazer muito mais que o
"indispensável dever do cargo", e o que ele tem feito, veja qualquer
um não faz, pois é preciso muito talento. Não vejo só qualidades pois que, como
sempre digo, é homem, sendo assim carrega seus fantasmas. Assim não sei de onde
sai esse discurso da idolatria, reconhecer ações com seus resultados não faz de
ninguém idolatra. Me dê resultados da esquerda e também aplaudirei, o caso é
que a esquerda só trabalha para o caos. Entretanto o que me interessa
são números, resultados que por si falam. Faça uma análise ponderada dos
últimos 4 anos e depois compara com os anteriores, que se chega a uma conclusão
poderíamos avançar muito, mas tropeçamos, novamente na alienação e receitas dos
ganhos fáceis.
Tenho sempre contestado
o desempenho dos governos da esquerda e acho desnecessário comparar o
desempenho do último presidente com seus antecessores, quando ele é disparado hors-concours,
sem comparação, ganhando disparado entre os demais.
Não é o caso de se
ficar o comparando com ninguém, mas sim o que ele poderia ter feito no seu
governo, para marcar, de maneira bem distinta, a sua gestão.
Pessoalmente, acho que
ele ficou todo tempo se preocupando com o que favavam sobre ele e a gestão
dele, para haver resposta necessária à manutenção dele na mídia.
Ou seja, na minha
opinião, o ex-presidente ficou o tempo todo fazendo desnecessária campanha
político-eleitoral, quando ele já era presidente do país, que precisava apenas
cuidar dos seus afazeres institucionais, atracado exclusivamente e com muita
responsabilidade das questões de interesse nacional.
Os debates com a
imprensa, as pessoas e os integrantes de tribunais não faziam parte da cartilha
presidencial, mas, de forma ingênua, ele aderiu ao jogo e não teve sucesso
algum nessa empreitada, tanto que ele foi derrotado pelo poderoso sistema, que
conseguiu eleger o presidente dele, exatamente como havia planejado, quando já
vaticinava, alhures, que governo não se elege, se toma e foi exatamente o que
aconteceu, conforme mostram os fatos.
A culpa que se atribui
ao ex-presidente do país é pelo que ele deixou de fazer em benefício do Brasil
e os brasileiros, em especial no que se refere à omissão referente à decretação
da intervenção militar, que abriu caminhos largos para a retomada do poder pela
parte apodrecida da política brasileira.
Esse fato, por si só,
já diz tudo sobre o tamanho da insensibilidade ínsita do ex-presidente do país,
que jogou o governo dele, literalmente, na lata do lixo, sabendo que a
famigerada esquerda ia se apoderar do Brasil, quando não existe nada pior do
que forma voluntária de traição aos brasileiros honrados e dignos, que,
inclusive votaram nele, mas, como trágica forma de recompensa, ele preferiu dar
as costas para eles, inclusive se mantendo em silêncio, depois das eleições,
como se ele ainda não fosse o presidente do Brasil.
O discurso da idolatria
talvez apareça quando alguém pratica grave ato de traição omissiva, como foi
materializado com a falta da intervenção militar, mas mesmo assim ainda tem brasileiro
que o defende como tendo sido grande gestor, como se nada de péssimo não
tivesse acontecido.
A verdade é que o fim
do governo do ex-presidente resume toda a insensibilidade à essencialidade às
causas de interesse nacional e dos brasileiros, porque poderia até ele ter
permitido a volta da esquerda ao poder, mas somente depois da checagem das
urnas eletrônicas, depois de se ter a certeza de que não existia nada de
anormalidade nelas.
A minha análise
ponderada sobre a gestão do último ex-mandatário do país resulta no sentimento
de que tudo só dependia dele, na qualidade de presidente do Brasil, para serem
ditados os rumos novos e vitoriosos da condução dele no governo, caso ele
tivesse tido o mínimo de competência, bom senso, racionalidade e essencialmente
sensibilidade político-administrativos.
Brasília, em 9 de março de 2023
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