sábado, 4 de março de 2023

Perda de confiança?

 

Ao se referir aos ataques ocorridos na capital federal, o presidente do país afirmou ter perdido a confiança em parcela dos militares, que ele acusa de ter facilitado a entrada de manifestantes no Palácio do Planalto.

Segundo o presidente, “As Forças Armadas não são Poder Moderador como pensam que são. As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos. É isso que é o papel da Forças Armadas e está definido na nossa Constituição. E é isso que eu quero que eles façam, e bem-feito.”.

Diante das declarações presidenciais, um general da reserva teceu críticas públicas ao presidente do país, que classificou como "covardia" a afirmação dele sobre ter "perdido a confiança" em parte dos integrantes das Forças Armadas, após os atos de protestos ocorridos no dia 8 de janeiro, quando terroristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O militar disse que “Estou convencido de que a porta do Palácio foi aberta. Lula vê conivência de muita gente das Forças Armadas.”.

O general questiona “Como é que se pacifica o país a partir daí? Como é que se pacificam as Forças Armadas, que são uma instituição de Estado com a qual os governos do PT conviveram por 16 anos?”.

O militar prosseguiu, dizendo que “Ele (o presidente) sabe desde já que nenhum general vai convocar uma coletiva para responder à ofensa. Então, isso é um ato de profunda covardia, porque ele sabe que ninguém vai responder. Ele sabe que ninguém vai contestar o que ele está dizendo. Ou seja, é a velha técnica de procurar culpados.”.

É preciso ficar muito claro que consta claramente na Constituição, ex-vi do disposto no seu art. 142, que as Forças Armadas têm sim a incumbência da “defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos” e também de suma importância a “garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”.

Não adiante o presidente do país, nem ninguém, querer ou pretender delimitar a incumbência constitucional das Forças Armadas somente à defesa dos brasileiros e da soberania nacional, quando a Constituição diz, de forma cristalina, que elas também podem ser convocadas para a “garantia da lei e da ordem”, por qualquer dos poderes da República, pelo menos é exatamente isso que estabelece o art. 142, cuja prescrição normativa não pode ser subtraída por mera vontade de palavras.

A propósito, esse dispositivo teria amparado o ato de intervenção militar, caso o então presidente do país tivesse tido coragem e resolvido promover a necessária limpeza da sujeita prevalente na estrutura do Brasil, pondo fim aos sistemas podres que vêm imperando na política brasileira e sustentando os poderes da República, de forma absurda contra os brasileiros, com a imposição de medidas claramente anticonstitucionais, a exemplo da negação ao acesso ao “código-fonte”, que propiciaria a imprescindível auditoria nas urnas eletrônicas, com vistas à confirmação ou não das últimas eleições brasileiras, fato este que teria sido extremamente salutar para a democracia, à vista da existência de dúvidas sobre a legitimidade das últimas eleições.

A aludida auditoria é forma civilizada e democrática para se ter certeza de que as afirmações, sem prova alguma, sobre a correção do funcionamento do sistema eleitoral brasileiro, uma vez que, se realmente há tanta certeza disso, com mais razão existe para fazê-lo completamente transparente, em todos os sentidos, ante a certeza de que não há a mínima possibilidade de fragilidade quanto à sua operacionalização.   

No que se refere à insatisfação do general, de não ter aceitado as declarações sobre a perda de confiança do mandatário com relação à parcela das Forças Armadas, de nada adianta, agora, o militar querer entranhar a indelicada da afirmação presidencial, uma vez que os militares se tornaram absolutamente insignificantes perante o governo da esquerda, quando tiveram a insensibilidade de não perceber que era preciso fazer o possível e o impossível para se evitar a volta da esquerda ao poder.

Diante da aceitação dos militares do governo da esquerda, sem antes perquirir se realmente a vitória dele, nas urnas, teria sido verdadeiramente legítima, medida essa que teria sido possível se verificar por meio da intervenção militar, a despeito de múltiplas suspeitas de manipulação da operacionalização do sistema eleitoral brasileiro, as Forças Armadas simplesmente passaram a ser capacho do Palácio do Planalto, em que o presidente do país se acha no direito de dizer o que bem entender sobre seus integrantes, exatamente porque o militares perderam, em definitivo, a dignidade de quando se colocava com autoridade de brio e moralidade, em defesa dos princípios e das condutas erigidos com a seiva da grandeza das casernas.

E tanto isso é verdade que os militares da ativa ficaram calados e engoliram, a seco, as grosserias do presidente, porque elas passaram a prevalecer como verdade, quando eles aceitaram a bater continência para ex-condenado pela prática de crimes de improbidade administrativa, em que o homem público também perde a sua dignidade, por passar a ser modelo de desonestidade, na vida pública.

Depois que as Forças Armadas brasileiras passaram para o lado da esquerda, aceitando normalmente o seu comando, não há que se falar em pacificação, mas sim da aceitação das regras impostas por governo que tem a sua história manchada por atos de indignidade e imoralidade, na gestão pública, à vista dos fatos irregulares investigados e julgados como nefastos aos princípios republicanos e democráticos.  

A verdade é que os fatos mostram que todos reclamam uns dos outros e ninguém tem razão no que dizem, uma vez que as Forças Armadas perderam completamente a razão, ao se associar à esquerda, não tendo direito de reclamar de absolutamente nada, mesmo que as palavras do presidente do país sejam duras, como foram, mas elas estão em sintonia com o atual status quo, ou seja, o comandante-em-chefe falou e pronto, porque essa é a nova regra do jogo.

Enfim, os fatos apenas mostram a identificação dos valores atribuíveis aos autores, em que ambos estão representando a própria insignificância, em termos de grandeza para o exercício dos cargos públicos, em que as Forças Armadas foram insensíveis à realidade de extrema deplorabilidade, diante da iminência de volta ao poder pela nefasta esquerda, necrosada por efeito das experiências maléficas em governos passados, à vista dos fatos relacionados com esquemas criminosos, extremamente prejudiciais aos interesses dos brasileiros.       

Brasília, em 4 de março de 2023

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