quarta-feira, 1 de março de 2023

Desempenho questionável?

            Em vídeo que circula nas redes sociais, o governador de São Paulo é elogiado por seu desempenho no acompanhamento da execução das medidas em socorro às vítimas das enchentes ocorridas em São Sebastião.

Diante disso, eu escrevi mensagem pedindo vênia para relembrar que escrevi algumas crônicas enfocando as qualidades inatas do governador de São Paulo, anotando, em especial, que ele é quem deveria, desde logo, ter sido o candidato à Presidência da República.

Mostrei que, além de competente, inteligente, capacitado, extremamente produtivo e eficaz, ele tinha baixa rejeição dos brasileiros, cujo motivo certamente deve ter sido a  principal causa que resultou na decisão dos eleitores mandando o capitão para o espaço sideral, aliás, para os Estados Unidos da América, onde ele se encontra foragido, desde 30 de dezembro, antes do término do mandato.

Convém que ele decida permanecer por lá, para o resto da vida, posto que, além de não fazer a menor falta para o Brasil, isso apenas se conformaria com a sua cabal demonstração, segundo penso, de extremo desamor ao Brasil e aos brasileiros, quando ele deixou de decretar a intervenção militar, para o saneamento de questões relevantes que prejudicavam e prejudicam ainda mais o Brasil.

A omissão do ex-presidente do país, nesse caso, contribuiu, de forma decisiva, para a decretação da entrega, sem nenhuma resistência e de forma absolutamente consciente, da nação à banda podre da política brasileira, sabidamente de índole aderente à desonestidade e aos esquemas criminosos, à vista dos recrimináveis escândalos do mensalão e do petrolão.

Ou seja, por certo, o governador de São Paulo jamais perderia para o pior político da face da Terra, à vista dos seus deploráveis atributos ínsitos de homem público, o que vale se avaliar, sob o prisma do resultado das eleições proclamado pela Justiça eleitoral, que os méritos dele ou a falta de atributos eram inferiores aos de quem foi condenado à prisão por prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que ainda responde a ações penais na Justiça, por suspeita de improbidade administrativa.

O certo é que o ex-presidente foi derrotado por político sem a mínima qualificação moral, desastre esse que certamente não teria acontecido com o governador de São Paulo, se tivesse sido candidato à Presidência da República.

Na verdade, o estrago contra o Brasil e os brasileiros é monstruoso, apenas tendo-se a vantagem do afastamento dele do governo, que foi caracterizado pessoa símbolo de incompetência e de insensibilidade, em que pese isso ter sido pela mais terrível maneira, quando ele foi substituído pelo homem público absolutamente destituído de qualificações, quando as poucas que ele nem tem são bem inferiores às dele.

Uma amiga de grupo da internet escreveu mensagem discordando do meu texto, tendo se manifestado na forma a seguir.

Li seu texto e confesso que me entristece os adjetivos dispensados ao nosso presidente Bolsonaro. Os argumentos partem da premissa de um processo eleitoral justo e íntegro. Não tivemos eleições honestas e transparentes. Lula foi escolhido e colocado na cadeira de presidente pelo consórcio TSE/STF. Não há como fechar os olhos para o que de fato ocorreu. Vejo em você, a partir de suas mensagens diárias, uma pessoa sensível ao sofrimento humano. Entretanto, constato nos seus textos uma atitude implacável com um presidente que, a despeito do tratamento desumano que recebeu durante todo o seu governo, deixou para todos os brasileiros legados positivos em inúmeras áreas. Além disso, estancou um histórico endêmico de corrupção e roubo do dinheiro público. Enfim, fez muito, levando-se em conta todo o cerceamento que lhe foi imposto. Sofreu uma tentativa de homicídio e convive com sequelas graves da facada. Durante os quatro anos de seu governo foi perseguido, ameaçado, humilhado, ofendido, caluniado. Me coloco no lugar dele e sei que teria desistido. Não o julgo fugitivo, foragido ou covarde. Sabemos das circunstâncias. Seria impiedoso culpar somente uma pessoa por todas as mazelas a que hoje estamos expostos ou condená-lo pelas decisões tomadas no final do mandato, após inúmeras traições. O motivo não foi revelado,  mas há um histórico negativo da esquerda a ser considerado. Ameaças? Não sei. Sinto que lhe sobram os ensinamentos cristãos para uma posição piedosa e caridosa com relação a este ser que muito sofreu para cumprir um mandato, delegado democraticamente pela maioria dos brasileiros. O consórcio mencionado colocou quem bem quis na cadeira de presidente, a partir de um maquiavélico plano, longamente e minuciosamente estudado. Referido plano se cumpriria em qualquer circunstância. E até com muito mais facilidade fosse o Tarcísio de Freitas (a quem muito admiro) o candidato. Afinal, era Bolsonaro quem atraia multidões. Qualquer outro que ousasse enfrentar o “sistema” seria destruído da mesma maneira. Provas? Não as tenho, embora sejam  inúmeros os indícios. Reconheço e respeito o seu direito (e o direito de todos) de expor livremente os seus pensamentos. Porém, condoída também com o tratamento que a esquerda continua dando ao nosso presidente, tento vestir o papel de advogada de defesa (sem experiência). Talvez consiga tocar seus nobres sentimentos a favor desse ser humano, irmão de fé, que não é perfeito, assim como nenhum de nós.”.    

Em resposta à respeitável mensagem, eu disse que não é verdade que eu tenha me baseado em processo eleitoral justo, porque tenho consciência de que isso não é verdadeiro, tanto que tenho lamentado a falta da imprescindível intervenção militar, que certamente teria a principal função de fiscalizar a operacionalidade das urnas eletrônicas, a despeito das inúmeras suspeitas de irregularidades.

Essa imperdoável omissão tenho convicção sim de imputar ao último ex-presidente brasileiro, que não teve, quando mais se precisa dele, o mínimo de amor ao Brasil e aos brasileiros, em que pese ele ter ficado durante todo o governo fingindo o contrário, ao se expressar reiteradamente o “Brasil acima de tudo...”.

Se isso fosse verdade ele, teria decretado o ato heroico, não importando o que fosse nem mesmo ameaças de prisão, que parece que teria sido a causa de ele ter se acovardado e depois resolvido fugir do Brasil, deixando seus seguidores expostos sob os perigos que se concretizaram com a desgraça do dia 8 de janeiro.

É preciso também creditar à culpa dele o lamentável desastre que se abateu sobre as cabeças de mais de milhar de brasileiros, que foram presos injustamente, por envolvimento em processos por prática de terrorismo, uma vez que nada disso teria acontecido se ele tivesse decretado a intervenção militar, porque não haveria a necessidade da mobilização de protestos, que a esquerda aproveitou muito bem para executar a horrorosa destruição de prédios públicos, na forma como todos viram, cujo tragédia jamais teria acontecido se tivessem sido implantadas as medidas saneadoras pretendidas pelos brasileiros honrados e dignos.    

É preciso ficar claro que o meu sentimento pessoal, sob a minha sensibilidade humanitária, não tem nada a ver com a minha avaliação sobre o desempenho administrativo do ex-presidente no seu exercício de estadista, porque os fatos são distintos quanto à maneira de avaliação, posto que eu distingo a pessoa do cargo.

Exemplifico isso, dizendo que, como pessoa, o ex-presidente poderia muito bem ser extremamente negacionista e insensível, como verdadeiramente foi, em especial, no combate à Covid-19, mas, jamais, em hipótese alguma, ele poderia ter sido como estadista, quando se exige do homem público o máximo de respeito aos princípios republicanos, além de todos os outros referentes à sensibilidade, ao humanismo, à sensatez, à competência, enfim, à efetividade e à eficácia em todos os seus procedimentos.

Se é verdade que o ex-presidente recebeu tratamento desumano, também é verdade que ele correspondeu com a mesma moeda, chegando a chamar as pessoas que temiam se contaminar com a Covid-19 de maricas e outras adjetivações inadequadas para o momento de enfrentamento do auge da pandemia do coronavírus, ou seja, como estadista, os bons exemplos sempre devem partir da autoridade máxima.

Não se pode falar em legados positivos em inúmeras áreas do governo, porque o pouco que ele fez estaria apenas no âmbito da obrigação dele de fazer algo em proveito dos brasileiros, porque ele foi eleito justamente para realizar bom governo, devendo se notar que as melhores e notáveis obras do governo dele foram realizadas sob a batuta do governador de São Paulo, na condição de ministro da Infraestrutura, como se somente ele tivesse condições de produzir como deveriam também os demais ministros.

Por se falar em legado, quais foram as grandes obras iniciadas e concluídas no governo do ex-presidente, levando-se em conta, em especial, as mudanças estruturais e conjunturais do Estado, como modernização da educação, da saúde, da administração, dos tributos, da previdência (sendo que esta passou por mera meia-sola), entre outras formas de modernização da falida administração brasileira?

Não se tem conhecimento que o ex-presidente tenha feito algo extraordinário, posto que somente cumpriu o mínimo necessário, sem falar que a atuação dele no combate à Covid-19 foi a mais desastrosa possível, tendo inclusive decidido deixar o principal órgão incumbido das políticas de saúde pública acéfalo, por quase um ano, no auge da pandemia do coronavírus.

É direito das pessoas de não entenderem como o presidente do país deixa de honrar as funções do seu cargo, quando ele tinha nas mãos os poderes constitucionais, ex-vi do disposto nos artigos 37 e 142 da Carta Magna, para decretar intervenção militar, que seria medida possivelmente salvadora das garras da nefasta esquerda, mas preferiu não fazê-lo, não prestou justificativa aos seus eleitores e simplesmente decidiu se refugiar, como medroso, em outro país, onde se encontra, há mais de dois meses.

 Se ele tivesse o mínimo de dignidade pública, poderia até nem ter decretado o ato heroico, mas jamais teria o direito de deixar de explicar para os brasileiros honrados os motivos pelos quais teriam sido muito importantes do que a entrega do Brasil à banda podre da política brasileira, que somente algo de vida ou morte da nação poderia justificar tamanhas incompetência e irresponsabilidade.

Não é verdade que o ex-presidente do país estancou a corrupção endêmica, porque ele levou para o governo o deplorável Centrão, que é sinônimo de fisiologismo na gestão pública, cujo grupo político criou o nefasto orçamento secreto, que tem por finalidade a compra da consciência de parlamentares, para apoiar os projetos do governo.

Também é conveniente lembrar que a Operação Lava-Jato foi extinta no governo dele, depois que filhos dele foram envolvidos em questões relacionadas com “rachadinhas”, cuja extinção não mereceu qualquer manifestação por parte dele, a despeito de ter sido eleito presidente da República empunhado a bandeira da moralidade.

Essa história de o ex-presidente ter sido perseguido, ameaçado, humilhado, ofendido, caluniado, durante o governo, não passa de conversas e desculpas fajutas, uma vez que o exercício do relevante cargo presidencial se rege pelos princípios constitucionais da autonomia e da independência dos poderes republicanos, em que todos precisam respeitar a cartilha que contém os deveres e as obrigações específicos de cada poder, quanto às suas atribuições legais.

Sob esse contexto, fica assente que os assuntos distintos disso deveriam ter sido tratados, debatidos, negociados no âmbito da conversa, do diálogo e da diplomacia, quando as perseguições, ofensas e outros casos do gêneros precisavam ser resolvidos, se necessários, na via Judicial, sem necessidade de utilizá-las como desculpas indecentes e deselegantes, porque entendimento de vitimização apenas denota pura incompetência administrativa.

O que se depreende de afirmações com o envolvimento de perseguições somente há a possibilidade de conspiração a favor de justificativas desnecessárias para incompetência, incapacidade para a superação de situações que não condizem propriamente com as matérias de interesse do Estado, porque, do contrário, todos esses assuntos seriam afastados de forma altruísta e à altura da grandeza do cargo presidencial, sem jamais precisar se alegar qualquer forma de perseguição, uma vez que isso somente condiz com fraqueza e fragilidade.  

Chega a ser risível que haja brasileiros que não consigam entender a desgraça causada ao Brasil e aos brasileiros, em razão da omissão pela negativa da intervenção militar, ante a desgraça propiciada com o comando do país pelo grupo político de índole defensora da desonestidade e dos esquemas criminosos na administração pública, quando nada disso poderia ter acontecido, caso a ação saneadora dos militares tivesse confirmado as suspeitas de irregularidades denunciadas na operacionalização das urnas eletrônicas das últimas eleições, em operação absolutamente inquestionável, visto que ela tinha respaldo constitucional, na forma dos artigos 37 e 142 da Carta Política brasileira.

Enfim, não é possível que o motivo pela omissão do ato referente à intervenção militar seja superior ao da salvação da competência, da dignidade e da moralidade da gestão pública brasileira, porque, a meu ver, nada, absolutamente nada poderia ter sido mais importante, em relação aos interesses do Brasil, nem mesmo a ameaça de morte de alguém, porque estava em jogo a soberania da grandeza do país.    

          Com as devidas vênias, em se tratando de exercício de cargo público, não se deve invocar piedade nem caridade, diante da imperiosidade do Estado laico, mas sim competência, sensatez, sensibilidade, responsabilidade, uma vez que o único sentimento que precisa prevalecer nas funções públicas é o envolvimento do interesse público, que deve primar pelas eficiência e efetividade, que foram algo que faltou na gestão passada, quando a prioridade do governante foi se preocupar com os debates infrutíferos e estranhos aos interesses do Estado.

Sim, até pode ser verdade que o plano era e foi afastar pessoa inoportuna do poder, disso não se tendo a menor dúvida, com o porém de que a existência dessa ideia maquiavélica suscitou precisamente tendo por base os próprios elementos fornecidos pela autoridade malquista, que, além de fornecer a matéria prima para o próprio “enforcamento”, não teve capacidade nem inteligência para se desviar preventivamente das armadilhas preparadas para ele, que foi apanhado como patinho inocente, conforme mostram os fatos.

Os ditos “algozes” do ex-presidente do país arquitetaram e executaram plano perfeito, que foi aceito como uma luva por ele, tendo entrado no jogo com a maior ingenuidade possível, de modo que ele se envolvesse nos debates absolutamente desnecessários e deixassem em segundo plano as atividades de efetiva importância para o Estado, cujo resultado é exatamente esse que está aí, em que o mandatário é derrotado por político em plena decadência de moralidade, conforme mostram os fatos históricos.     

Com todo respeito à sensibilidade devotada à pessoa do ex-presidente da República, convém ficar muito claro que é preciso se avaliar apenas o desempenho dele estritamente como estadista, em relação ao seu trabalho em prol dos interesses da sociedade, que precisa prestar contas sobre os seus atos quanto às atividades inerentes ao cargo presidencial, conquanto a questão pertinente ao ser humano é outra história que precisa ser avaliada sob outro prisma bem diferente e alheio às atividades públicas.

No que tange à avaliação do desempenho do governo, convém sim ficar muito clara a posição inconfundível quanto à responsabilização que precisa ser imputada ao último ex-presidente brasileiro, cujo legado é questionável, no que diz respeito ao amor e à defesa dos interesses do Brasil e dos brasileiros, à vista da insensibilidade política que permitiu a entrega do país, de mãos beijadas, à esquerda, que já deu provas de gestão absolutamente prejudicial aos interesses do Estado brasileiro.  

          Brasília, em 1º de março de 2023

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