Em mensagem que circula nas redes
sociais, conta-se que uma criança precisava de ajuda e se encontrou com um
policial, que foi indagado onde poderia encontrá-la.
O
policial o orientou sobre a existência de casarão branco, que, ao encontrá-lo
dissesse apenas o seguinte: "João 3:16 ".
Ao
encontrar o casarão, o garoto foi atendido por uma senhora, a quem disse o
aludido anunciado e, por conta disso, ele foi prontamente atendido, tendo
merecido asseio pessoal, alimento e dormida.
Segundo
a mensagem, a senhora perguntou ao garoto se ele sabia o significado de
versículo “João 3:16?", que respondeu que o desconhecia.
Então,
a senhora explicou o significado dessa citação bíblica, aproveitando para dizer
que “DEUS amou o mundo de tal maneira, que deu seu único Filho para que todo
aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).”.
Causa
estranheza que a mensagem em causa aconselhar que se faça oração pela pessoa
que a mandou, da seguinte forma: “Pai, abençoe a pessoa que me enviou esta
mensagem e lhe dê o que o Senhor sabe que ela precisa pra hoje.”.
Em
conclusão, a mensagem diz que a compartilhe, mas, se não puder repassar, apenas
a pessoa deixará de melhorar um pouco o dia dos seus amigos, como se isso fosse
algo maravilhoso.
Em
análise ao sentido da mencionada mensagem, eu disse que tenho procurado ser muito
cético quando vejo história como essa, do puro imaginário, com o aproveitamento
ou o envolvimento da ingenuidade de uma criança, em narrativa sobre situação
que dificilmente acontece, na vida real, porque todo cenário só há um menino,
um policial e uma generosa senhora, sem mais ninguém, como se o ensinamento bíblico
do “João 3:16”somente servisse para esse caso específico, quando ficaria melhor
se, na história, o casarão estivesse lotada de gente, com mais crianças,
velhos, homens, mulheres, que se enquadrassem realmente em “João 3:16”.
Isso,
por si só, sob a minha ótica, quebra o élan da parábola, que é, sem dúvida
fantástica, mas termina em fumaça, como se o “João 3:16” só se prestasse para a
situação do garoto, mas o fato em si demonstra forma inadequada de
aproveitamento da religiosidade vazia, uma vez que as pessoas esperam por orações,
por força do compartilhamento de mensagem.
A
outra parte que sempre acho muito esquisito é se aproveitar de história
fantasiosa, como essa, para tentar se beneficiar de pensamentos benéficos, como
se o mero repasse de mensagem tivesse o condão de forjar o merecimento
celestial, em que Deus haveria de reconhecer atitudes cristãs dignas de
louvores, diante do simples compartilhamento, uma vez que o Criador recompensa
as ações efetivamente realizadas.
Vejo
aqui muito mais sentimento de ingenuidade e tentativa aproveitamento de situação
meramente ilustrativa, para se acreditar em construção positiva em cima de gestos
completamente destituídos de substancialidades, para se acreditar em benefícios
celestiais.
É aconselhável que as pessoas de boa vontade, que acreditam nas graças divinais, aproveitem essa interessante história, mas tendo visível intenção interesseira, para aprender a verdadeira lição deixada pelo importante ensinamento bíblico, nos precisos termos de “João 3:16”, que nem precisa de se valer do sacrifício do repasse de mensagem duvidosa como essa, para o merecimento das graças enganosas, porque Deus, espontaneamente, ou seja, sem necessidade de se pedir, ver o seu gesto de amor e magnanimidade cristão e contabiliza, na caderneta celestial, todos os gestos de caridade e bondade dedicados ao próximo.
Brasília, em 28 de março de 2023
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