Segundo um diretor do Datafolha:
“Se Dilma subir mais 5 ou 6 pontos, liquida a fatura no primeiro turno. O
resultado é importante porque indica a diminuição da chance de ter segundo
turno”, à vista da divulgação dos novos números da pesquisa que indicam a petista
atingindo os 40% das intenções de voto, a pessebista despencando para menos de 30%
e o tucano praticamente estacionado no patamar ainda desconfortável de aproximadamente
20%.
Em termos de votos válidos, a
situação atual estaria mais ou menos com a representação de 45%, 31% e 21%,
respectivamente para os candidatos dispostos na ordem acima. A pesquisa indica
também que a disputa pelo segundo lugar, vai ser acirrada entre a pessebista e
o senador mineiro, tendo em vista que este vem crescendo e a ex-senadora
demonstra queda ladeira abaixo.
Como a campanha se encontra na
reta final, não se sabe se o tucano terá fôlego, em tão pouco tempo, para
alcançar a ambientalista. Não há a menor dúvida de que, nunca neste país, o
surrado adágio pode se confirmar com sobeja e indiscutível vontade popular,
segundo o qual “o povo tem o governo que merece” e isso pode se confirmar com o
crescimento da preferência dos eleitores pela candidata oficial, que, apesar de
tantas lambanças no seu governo.
É pena que o povo não consiga ser
coerente com o seu desejo de mudanças, com índice que supera os 70% dos
entrevistados. Esse desejo de mudanças é muito evidente, diante da demonstração
que não deixou dúvida sobre o desgoverno e as precariedades da prestação dos
serviços públicos, por ocasião das manifestações de protestos das ruas.
As deficiências do governo se mostravam e
ainda se evidenciam patentes pela falta de priorização das políticas e ações públicas,
que se voltaram apenas para a execução dos programas de transferência de renda
às famílias carentes, que são imprescindíveis num país repleto de desigualdades,
mais são insuficientes para as condições de país continente, como o Brasil.
Contudo, o governo tem que ser
avaliado não somente sob esse aspecto, por não ser possível se olvidarem os
programas também essenciais sob a sua responsabilidade, a exemplo, em especial,
das políticas econômicas, tão precariamente conduzidas e de forma desastrosa,
conforme indicam os resultados dos indicadores econômicos.
Convém que sejam ressaltados os
desalentadores desempenhos do Produto Interno Bruto, que evidenciam estagflação
da economia, com índices que não condizem com a realidade representada pelas
potencialidades econômicas brasileiras, que, certamente, não permitiriam que o
país estivesse nesse sufoco caso a sua administração não tivesse sido relegada
a planos secundários, para não qualificá-la de insipiente e incompatível com os
interesses nacionais.
Além das questões econômicas,
conduzidas de forma inepta, o governo demonstrou enorme familiaridade com a
flacidez no tocante à observância dos princípios fundamentais da administração
pública, à vista da pujança dos sucessivos casos de corrupção com recursos
públicos, objeto da constância do noticiário nas páginas policiais, fato que dá
a exata dimensão da deficiência dos controles de incumbência do Estado, no que
pertine ao acompanhamento e à fiscalização da aplicação dos recursos públicos,
permitindo a frequência de fraudes e dilapidação do patrimônio público, que
poderiam ser evitados se houvesse maior preocupação quanto ao zelo pela res
publica.
Também depõe contra o governo o degenerativo
e sistêmico fisiologismo alimentado pelo deprimente e arraigado “toma lá, dá cá”,
que consiste na entrega de órgãos e entendidas públicos a partidos aliados, em
troca de alguns minutos no horário político e de apoio à base de sustentação do
governo.
Numa análise sob a eficiência, legitimidade,
transparência e decência da administração pública, há sobejas razões para que a
sociedade considere o governo inapto, ineficiente e contrário aos interesses
nacionais, à luz das precariedades e das mazelas que poderiam ser, pelos menos,
amenizadas com as reformas das estruturas do Estado, que contribuiriam para o
aperfeiçoamento e a modernização dos sistemas político, social, econômico,
administrativo, tributário, fiscal, trabalhista etc., que estão estrangulando
os mecanismos de desenvolvimento da nação.
Urge que haja mudanças da
administração do país, em harmonia com a esmagadora vontade popular, para que
os fluidos inspiradores da renovação gerencial e da arraigada mentalidade de
perenidade no poder possam ser substituídas por práticas de moralização,
eficiência, transparência, legalidade e modernidade na condução dos interesses
nacionais, como forma possível para a promoção do desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de setembro de 2014
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