A
reportagem de capa da revista “veja” dá destaque para a notícia de que o
doleiro, preso pela Operação Lava Jato, teria dito em depoimento à Justiça, em
delação premiada, que a presidente da República e o seu antecessor sabiam dos
desvios de dinheiro da Petrobras.
Como
não poderia ser diferente, a candidata petista criticou, com veemência, a reportagem,
afirmando que ela “e seus cúmplices” terão de responder na Justiça pelo
"ato de terrorismo", por não apresentar qualquer prova, visando
apenas impactar no resultado das eleições.
A
presidente disse que a revista excedeu os limites da decência e da falta de
ética, por ter insinuado o seu conhecimento sobre os malfeitos (diga-se
irregularidades) na Petrobras, que teriam sido articulados pelo seu antecessor.
A
petista classificou como ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista e
seus parceiros ocultos, por denunciarem o fato sem prova concreta, mas apenas
tendo se baseado em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, fato
que ela considera absurdo e crime, principalmente porque, segundo a presidente,
a revista sempre inventa fato semelhante a este em “Todas as eleições, quando candidatos do PT aparecem à frente das
pesquisas, a revista tenta desesperadamente influenciar no resultado”.
A
candidata petista disse que os brasileiros têm maturidade suficiente para
discernir entre a mentira e a verdade e sabe que não compactua com a corrupção,
pois fará “o que for necessário, doa a
quem doer, toda a vez que houver necessidade de investigar e de punir os que
mexem com o patrimônio do povo. Sou uma defensora intransigente da liberdade de
imprensa, mas a consciência livre da nação não pode aceitar que mais uma vez se
divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em
jogo é o futuro do Brasil. Os brasileiros darão sua resposta à Veja e a seus
cúmplices nas urnas, e eu darei a minha resposta a eles na Justiça.".
Não
é verdade que o povo saiba distinguir a mentira da verdade, porque se tivesse
esse discernimento jamais apoiaria a candidatura dela, em face de o seu governo
ter se baseado em grande inverdade administrativa, tendo em vista os resultados
político-administrativos, à vista do desempenho dela, em especial, na condução
da economia, na prestação dos serviços públicos, quanto à gestão dos recursos
públicos, que não obedeceram necessariamente às priorizações e aos
planejamentos que se exigem para a aplicação eficiente dos recursos públicos,
de modo a atingirem os objetivos de efetividade e economicidade em estrito
atendimento às necessidades básica da sociedade.
Também
não é justo se afirmar que a presidente petista mandar investigar os fatos e
punir os culpados, visto que ela nunca tomou a iniciativa da determinação da
apuração de coisa nenhuma nem se tem conhecimento de alguma punição. Até mesmo
as investigações da incumbência do Congresso Nacional, com sede em duas
Comissões Parlamentares de Inquérito, que estão paralisadas por força da
campanha eleitoral, mereceram a boa vontade do Palácio do Planalto, que
promoveu as maiores dificuldades para que elas sequer fossem viabilizadas,
justamente para não prejudicarem a imagem do governo, que acusava a oposição de
querer destruir o conceito da Petrobras, quando já se sabia que a roubalheira
era grossa na empresa.
É
induvidoso que esse imbróglio deverá agilizar as medidas de controle da mídia,
que tanto o PT vem debatendo para a regulação da imprensa, que certamente terá
como modelo os terríveis controles já adotados por países Sul-americanos das
correntes bolivariana e socialista, onde a imprensa é simplesmente censurada e
impedida de noticiar fatos contrários à cartilha do governo. Não se iludam que
a continuidade do governo, logo, mas bem logo mesmo, a lei do ferrolho será
aprovada, lamentavelmente.
Não
há a menor dúvida de que a candidata não teve a mesma firmeza e bravura em
combater os atos de corrupção no seu governo como o fez agora contra a revista,
que pode não ter sido a mais ética possível, principalmente por não ter
concedido, previamente, o direito de manifestação à petista, para que ela
tivesse oportunidade de esclarecer os fatos com a precisão que a sociedade
espera que ela o faça, para que possa avaliar a sua postura contra tantas
corrupções no seu governo.
O
apoio que o povo vem concedendo aos atos de corrupção na administração pública,
conforme evidencia o resultado das urnas, demonstra, no mínimo, involução do
sentimento de dignidade e moralização que se impõem nos países com o mínimo de
seriedade. Nos países evoluídos cultural, social, político, econômico e
democraticamente, qualquer sinal de corrupção já é motivo mais do suficiente para
a renúncia dos envolvidos, mas, no país tupiniquim, o tsunami da corrupção é
normal e apenas passageiro, que ocorre sem qualquer impacto ou abalo na
credibilidade do governante, que pode contar com o tranquilo apoio de seus fiéis
súditos.
O
Brasil deve ser o único país do mundo onde os atos de corrupção são
transformados em virtudes em venefício dos envolvidos, como no caso da própria
petista, que já admitiu a roubalheira na Petrobras, cuja precariedade de
controle e da gestão administrativa deveria ser atribuída exclusivamente a ela,
em demonstração da sua incompetência de continuar no comando da nação, mas,
apesar de todo desastre, a presidente ainda conta com significativo apoio da
população, que demonstra completa insensibilidade e racionalidade quanto ao
ferimento dos princípios da dignidade e da honorabilidade que se impõem na
aplicação dos recursos públicos.
Também fica evidente a irresponsabilidade da
presidente, por ter aparelhado ou dado continuidade ao aparelhamento na estatal
com as pessoas que causaram a roubalheira, mas não demonstrou capacidade para
afastar dela as pessoas indicadas politicamente pelos partidos, dando a certeza
de que não haverá limpeza do famigerado aparelhamento da empresa e da gravidade
do esquema implantado pelos partidos acusados da rapinagem.
Caso
as corrupções ocorressem num país sério, certamente que não tinha mais ninguém
no governo, haja vista que a sociedade, nos países desenvolvidos, tem dignidade e
maturidade suficientes para entender que governo corrupto não tem condição
moral para administrar os negócios do país, porque isso significa a perdição
dos princípios da dignidade e honorabilidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de outubro de 2014
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