Um cartaz empunhado por manifestante continha essa
expressão: “O povo que elege corrupto não
é vítima, é cúmplice!”. Além de cúmplice e vítima, o povo confirma completa
ignorância e leniência com as irregularidades e as corrupções que foram
banalizadas na política e na administração pública, tornando-se procedimentos altamente
prejudiciais aos interesses da sociedade, que tem o dever cívico e patriótico
de se conscientizar sobre a necessidade de urgente moralização das atividades
político-administrativas, com a fiel observância dos princípios da ética, da
moralidade, do decoro e da legalidade.
A propósito, o momento político é ideal para se
tentar mudar esse quadro desolador e absolutamente sem perspectivas para o
gerenciamento do país, considerando que a experiência de mais de década no
comando da nação, o governo não foi capaz de apresentar nada diferente nem
realizar as transformações ansiadas pelos brasileiros, que se manifestaram, com muita clareza, por mudanças das
políticas maléficas aos seus interesses, mas demonstra acovardamento quanto à
sua responsabilidade de decidir pelo futuro melhor do país.
É evidente que não é certo que a alternância do
poder possa assegurar o fim das precariedades na administração do país, mas a simples
continuidade do governo já demonstra o conformismo da população com as práticas
deletérias do fisiologismo no serviço público; das corrupções sistêmicas; da
precariedade da prestação dos serviços públicos; da dificuldade de controle das
contas pública, das dívidas públicas, das taxas de juros, da inflação; da
incompetência já evidenciada na execução das políticas econômicas, que passam
por terrível momento de crise, refletidos nos indicadores econômicos; e das
demais deficiências administrativas caracterizadas pelo descrédito dos
investidores nacionais e internacionais.
O simples fato de se ter a oportunidade de votar em
candidatos da oposição demonstra que os brasileiros, se quiserem, podem tentar,
pelo menos, externar sua insatisfação contra o desgoverno, que não tem
condições de evitar a expansão da bandidagem na administração pública, que vem
dilapidando os cofres públicos.
É estranho que ainda tenha gente que acredita que o
governo tem capacidade para mudar alguma coisa no seu programa administrativo, caso
a presidente seja reeleita, visto que ele não demonstrou condições para fazer
algo diferente do que incentivar o crescimento do exército da vadiagem que
engrossa as fileiras dos programas assistencialistas, que são importantes, mas,
à toda evidência, não contribuem para o desenvolvimento do país, tendo em vista
que a produção fica sacrificada, a exemplo do pífio desempenho do Produto
Interno Bruto, com aproximadamente 87 milhões – entre 200 milhões de
brasileiros - de beneficiários dos vários programas assistenciais do governo,
sendo 56 milhões de beneficiários somente do Bolsa Família.
Certamente
que nenhum país do mundo conseguiu tamanha proeza de permitir que contingente
expressivo, na maioria, de homens e mulheres produtivos fique em condições de
ociosidade, sem produzir absolutamente nada, apenas dependendo dos recursos dos
bestas dos contribuintes - como se as verbas tivessem origem no próprio partido
governista -, que sacrificam seus orçamentos para alimentar os programas do
governo, que sabiamente os utiliza com a finalidade eleitoreira, a exemplo da
preferência do eleitorado nordestino pela candidata oficial, como se o programa
Bolsa Família fosse chapa branca do PT, quando se trata de política que
qualquer mediano governante tem obrigação de executar, porque a sua finalidade,
na forma da competência constitucional, é assistir às famílias carentes de
recursos financeiros.
O povo, atento ao seu dever cívico, precisa
avaliar, com sensibilidade e razoabilidade, as prejudiciais mazelas e
precariedades mantidas no seio do governo, principalmente a má gestão dos
recursos públicos e das políticas econômicas, ante a falta de prioridades para
os programas essenciais de desenvolvimento, que foram prejudicados pelas ações
gerenciadas com exclusividade para a execução das ações de assistencialismo,
relegando a planos secundários os projetos pertinentes às reformas estruturais,
como a racionalização, em especial, da pesada carga tributária, dos encargos
previdenciários e de tantos empecilhos que contribuem para o fortalecimento do
custo Brasil, que tem sido expressivo gargalo à competitividade da produção
nacional e ao progresso nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de outubro de 2014
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