sábado, 4 de outubro de 2014

A ignorância e a cumplicidade

Um cartaz empunhado por manifestante continha essa expressão: “O povo que elege corrupto não é vítima, é cúmplice!”. Além de cúmplice e vítima, o povo confirma completa ignorância e leniência com as irregularidades e as corrupções que foram banalizadas na política e na administração pública, tornando-se procedimentos altamente prejudiciais aos interesses da sociedade, que tem o dever cívico e patriótico de se conscientizar sobre a necessidade de urgente moralização das atividades político-administrativas, com a fiel observância dos princípios da ética, da moralidade, do decoro e da legalidade.  
A propósito, o momento político é ideal para se tentar mudar esse quadro desolador e absolutamente sem perspectivas para o gerenciamento do país, considerando que a experiência de mais de década no comando da nação, o governo não foi capaz de apresentar nada diferente nem realizar as transformações ansiadas pelos brasileiros,          que se manifestaram, com muita clareza, por mudanças das políticas maléficas aos seus interesses, mas demonstra acovardamento quanto à sua responsabilidade de decidir pelo futuro melhor do país.
É evidente que não é certo que a alternância do poder possa assegurar o fim das precariedades na administração do país, mas a simples continuidade do governo já demonstra o conformismo da população com as práticas deletérias do fisiologismo no serviço público; das corrupções sistêmicas; da precariedade da prestação dos serviços públicos; da dificuldade de controle das contas pública, das dívidas públicas, das taxas de juros, da inflação; da incompetência já evidenciada na execução das políticas econômicas, que passam por terrível momento de crise, refletidos nos indicadores econômicos; e das demais deficiências administrativas caracterizadas pelo descrédito dos investidores nacionais e internacionais.
O simples fato de se ter a oportunidade de votar em candidatos da oposição demonstra que os brasileiros, se quiserem, podem tentar, pelo menos, externar sua insatisfação contra o desgoverno, que não tem condições de evitar a expansão da bandidagem na administração pública, que vem dilapidando os cofres públicos.
É estranho que ainda tenha gente que acredita que o governo tem capacidade para mudar alguma coisa no seu programa administrativo, caso a presidente seja reeleita, visto que ele não demonstrou condições para fazer algo diferente do que incentivar o crescimento do exército da vadiagem que engrossa as fileiras dos programas assistencialistas, que são importantes, mas, à toda evidência, não contribuem para o desenvolvimento do país, tendo em vista que a produção fica sacrificada, a exemplo do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, com aproximadamente 87 milhões – entre 200 milhões de brasileiros - de beneficiários dos vários programas assistenciais do governo, sendo 56 milhões de beneficiários somente do Bolsa Família.
 Certamente que nenhum país do mundo conseguiu tamanha proeza de permitir que contingente expressivo, na maioria, de homens e mulheres produtivos fique em condições de ociosidade, sem produzir absolutamente nada, apenas dependendo dos recursos dos bestas dos contribuintes - como se as verbas tivessem origem no próprio partido governista -, que sacrificam seus orçamentos para alimentar os programas do governo, que sabiamente os utiliza com a finalidade eleitoreira, a exemplo da preferência do eleitorado nordestino pela candidata oficial, como se o programa Bolsa Família fosse chapa branca do PT, quando se trata de política que qualquer mediano governante tem obrigação de executar, porque a sua finalidade, na forma da competência constitucional, é assistir às famílias carentes de recursos financeiros.
O povo, atento ao seu dever cívico, precisa avaliar, com sensibilidade e razoabilidade, as prejudiciais mazelas e precariedades mantidas no seio do governo, principalmente a má gestão dos recursos públicos e das políticas econômicas, ante a falta de prioridades para os programas essenciais de desenvolvimento, que foram prejudicados pelas ações gerenciadas com exclusividade para a execução das ações de assistencialismo, relegando a planos secundários os projetos pertinentes às reformas estruturais, como a racionalização, em especial, da pesada carga tributária, dos encargos previdenciários e de tantos empecilhos que contribuem para o fortalecimento do custo Brasil, que tem sido expressivo gargalo à competitividade da produção nacional e ao progresso nacional. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 03 de outubro de 2014

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