A
estratégia de campanha planejada pela candidata petista tem sido a de fazer uso
de comparações, diga-se de passagem, indevidas, entre as realizações da sua gestão
com as do governo tucano, como forma de tentar demolir as ofensivas do senador
mineiro, que tem preparado verdadeiro arsenal versando sobre as corrupções que
afloraram na Petrobras, mostrando, em especial, o suposto envolvimento do PT com o esquema de
desvio de recursos da estatal, com destaque para os fatos revelados após o
vazamento de áudios com parte do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras.
Não há
dúvida de que há verdadeira distorção sobre a real finalidade da campanha
eleitoral, que deveria se ater, no caso dos candidatos, com relação ao
interesse dos eleitores – que querem conhecer os projetos para a próxima gestão
e não o que deu errado no passado longínquo, porque isso não tem a menor
importância - tão somente à discussão de programa de governo a ser executado na
próxima administração, com propostas para o atendimento das políticas e ações
com vistas às melhorias da sociedade e do país, com explícitas garantias de que
haverá fiel observância aos saudáveis princípios ético, moral e legal na
administração do país.
A
tentativa de mostrar fatos ocorridos há mais de doze anos, em governo anterior,
que não teriam sido solucionados, à época, a contento, como tentativa de
justificar a ocorrência das atuais corrupções sistêmicas na administração
pública, evidencia a real dimensão do desespero de quem não tem alternativa
para o enfrentamento da crise que já está próxima de atingir o limite da
tolerância da sociedade, que não suporta mais tanta esculhambação na
administração pública, notadamente da estatal do petróleo, que teve o
patrimônio diminuído quase pela metade, em virtude das irregularidades e
corrupções.
A
candidata petista, a par da sua fúria revanchista, esquece que a ressureição promovida
por ela, de forma absolutamente injustificável e extemporânea, de possíveis
erros e fatos perdidos no tempo pode respingar na incompetência da então oposição
que o seu partido integrava, por força do seu dever de fiscalizar os atos da
administração pública e de exigir o saneamento das impropriedades que
contrariaram os ditames constitucionais e legais, ou seja, a oposição teria
sido leniente com as falhas não solucionadas no passado, não se justificando
que, no presente, incorreções semelhantes às do passado sejam permitidas por
parte da oposição atual, que tem o dever de exigir imediatas investigações e
punições aos envolvidos nas falcatruas, em especial aquelas ocorridas na
Petrobras.
Como visto,
se depender do governo, nada será apurado nem saneado, com relação às graves irregularidades
ocorridas na estatal, haja vista que ele fez o maior esforço para não haver investigações
pelo Congresso Nacional, à vista da completa inoperância das Comissões
Parlamentares de Inquérito, instaladas a duras penas em maio último, para nada se
investigar até agora, em consonância com a vontade do Planalto.
É muito estranho que a presidenciável petista
centralize comparações do seu governo com a administração tucana, encerrada há
exatamente quase doze anos, quando a realidade do país, àquela época, era
completamente diferente das peculiaridades atuais, de difíceis e impossíveis
parâmetros de avaliação caso a caso, situação por situação e especialmente pelo
fato de que, à toda evidência, o candidato peessedebista não é o mesmo que
governava o país doze anos atrás, o que demonstra a inocuidade e a invalidade
de quaisquer esforços comparativos entre os resultados obtidos pelos governos
tucano e petista, salvo como tentativa de somente preencher o tempo que seria
altamente aproveitável para a disseminação e o detalhamento de programa de
governo, em benefício da população, que certamente gostaria de conhecê-lo.
A aludida tentativa de abusar das críticas e de
mostrar que a petista é diferenciada e suprassumo no gerenciamento dos negócios
do país não deverá surtir o menor efeito prático, porquanto é de sabença geral
o fiasco da atual administração, em termos de benefício para o país e a
sociedade, notadamente no que se refere, entre uma série de deficiências, à
prestação de serviços públicos, aos resultados econômicos, cujo crescimento,
este ano, deverá se aproximar de zero, e aos princípios éticos, morais e da
honestidade, onde o partido foi assiduamente lembrado no noticiário que cuida
dos casos de irregularidades e corrupções, a começar pelo famigerado escândalo
do mensalão, cujos envolvidos, alguns integrantes da cúpula petista, foram
julgados pelo Supremo Tribunal Federal e penalizados pelos crimes de corrupção
ativa, corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, culminando agora com
as desastrosas e gravíssimas irregularidades e corrupções na estatal
petrolífera, que já foi orgulho do povo brasileiro, por sua eficiência
operacional e administrativa, antes de ter sido objeto de aparelhamento por
impudicos e inescrupulosos caciques políticos, com a finalidade de desviar
recursos da estatal, mediante a compra de refinaria sucateada, a preços
superfaturados, e os sobrepreços de contratações de obras e serviços pela
empresa.
É irrelevante o governo alegar que combate a
corrupção, mas o que se poderia esperar da efetividade das medidas pertinentes,
em termos de cessação da incidência dos casos, a sociedade é surpreendida com mais
corrupção na administração pública, evidenciando a efetiva deficiência quanto
ao controle e à fiscalização dos sistemas pertinentes aos seus gastos e às suas
contratações.
Apesar das precariedades dos sistemas de controle e
acompanhamento sobre a regularidade e a efetividade das despesas públicas, que
certamente contribuíram para a ocorrência das fraudes e dos desvios de recursos
públicos, não há notícia sobre a melhoria e o aperfeiçoamento desses sistemas,
como forma correta de prevenção às irregularidades.
Urge que a sociedade tenha a sapiência de distinguir
as políticas públicas, de interesse do país e população, das tentativas de
destruição de candidatura, por meio de ataques e críticas que nada contribuem
para o fortalecimento e o aperfeiçoamento dos princípios republicano e
democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de outubro de 2014
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