O país vem passando, nesta campanha eleitoral, por intensa
disputa à corrida ao Palácio do Planalto, cujas pesquisas de intensões de voto
mostram a igualdade na preferência dos eleitores pelos presidenciáveis.
Até aí não há nada de novidade, porque esse comportamento
se encaixa perfeitamente dentro do jogo democrático que possibilita ao povo
opinar livremente sobre a sua vontade de ser governado por quem
melhor lhe aprouver, em termos de satisfação de seus ideais de cidadania.
No entanto, tem sido motivo de enorme frustração a
forma inescrupulosa e até insensata e irresponsável que brasileiros demonstrem
absoluta falta de pudor quanto à avaliação sobre a capacidade e a eficiência
gerencial e administrativa dos candidatos, no desempenho das suas gestões, em
termos da produção e da prestação dos serviços públicos, quanto ao atendimento
das necessidades básicas da população, à efetividade da aplicação dos recursos
púbicos, ao custo-benefício das despesas públicas, bem assim à legalidade
acerca da destinação das verbas para as verdadeiras finalidades, que, nos
últimos tempos, quase sempre resultam em desvios para outros objetivos nada
republicanos, basicamente sob a forma espúria da esquematização denominada corrupção,
que já se tornou endêmica, ante a banalização da sua incidência na
administração do país.
É de se notar que, nos países desenvolvidos social,
político, econômico, cultural e democraticamente, a corrupção é considerada
fato grave e crime contra a administração pública, motivando não somente espanto
da sociedade, mas drásticas e severas punições aos envolvidos, ante a
caracterização de grave ferimento aos saudáveis princípios da moralidade,
honorabilidade e dignidade que devem imperar na administração do país, como
forma de mostrar intolerância com a criminalidade contra o patrimônio da
sociedade.
Nessas nações, os envolvidos são imediatamente
punidos com o seu afastamento dos cargos públicos eletivos, como forma de
moralização da administração pública e de lição modelar pedagógica e
disciplinar para se evitar a reincidência de fatos semelhantes ao ocorrido e a
preservação da integridade do patrimônio da sociedade.
Lamentavelmente, no país tupiniquim, os atos
irregulares de corrupção se intensificaram como instrumento degenerativo da
administração pública e da dignidade dos governantes, tendo por finalidade,
entre outras destinações, o abastecimento de caixas de partidos governistas e
de agremiações da base de sustentação do governo, ficando registrado apenas o lero-lero
de que o governo “manda apurar”, mas os acusados continuam nos cargos públicos.
Além de o desvio de recursos públicos caracterizar grave
anomalia na administração das verbas públicas, à vista do evidente desvio de
finalidade da sua destinação ao atendimento das necessidades da população, há,
inarredavelmente, flagrante vinculação do administrador público aos fatos
irregulares, ante a demonstração de incompetência gerencial pela falta de controles
eficientes, que normalmente tem sido o principal facilitador da fragilidade
para a ocorrência dos escândalos no serviço público, que tem sido incapaz de
evitar as irregularidades com recursos dos cidadãos.
O caso mais recente e quiçá o mais alarmante entre
tantos outros protagonizados na administração pública não deixa dúvida quanto à
culpa do governante nas falcatruas, justamente por ter sido incapaz de adotado
as medidas preventivas de controle, acompanhamento e fiscalização dos gastos
públicos, cuja parcela substancial das propinas pode ter sido desviada para
abastecimento do caixa do partido do governo, com destinação ao custeio da
campanha da atual presidente da República, em 2010, caracterizando imoralidade
e ilegalidade no pleito eleitoral que a elegeu, pelo vício insanável do uso de
dinheiro sujo.
Não obstante, os fatos em si, que, em princípio, têm
toda feição e caracterização de ilegalidade, imoralidade e irresponsabilidade
administrativas, transformaram-se em verdadeiras virtudes morais em benefício
da candidata oficial, que ainda consegue angariar a simpatia de expressiva
quantidade da população, que não consegue vislumbrar qualquer anormalidade nas
corrupções e nas roubalheiras dos cofres públicos, na lastimável prestação dos
serviços públicos, na falta de crescimento do país, no sofrível desempenho da
economia em geral, na precariedade do funcionamento da máquina pública, envolta
no imperdoável e injustificável fisiologismo ideológico, entre muitas e
terríveis mazelas insanáveis que envergonham e desacreditam a postura e a
imagem do governante perante a opinião pública mundial, em especial, e da
sociedade nacional honrada, que gostaria que o país fosse administrado sob a
rígida observância aos princípios da ética, do decoro, da honorabilidade, da
legalidade, da transparência, da competência, da eficiência e da economicidade,
com a única forma capaz de contribuir para o aperfeiçoamento democrático e o
desenvolvimento harmônico do país.
Compete à sociedade se conscientizar, com a máxima
urgência, sobre a extrema relevância da imediata recuperação dos importantes e
salutares princípios da moralidade, da legalidade, da competência, da
credibilidade, da dignidade, do decoro e da dignidade na administração pública,
mediante a mudança que urge no comando da nação, ante a evidente destruição desses
basilares conceitos, sem os quais o país caminha a passos largos e de forma
efetiva para se integrar definitivamente às nações simpatizantes dos regimes bolivarianos,
cujas práticas retrógradas e ultrapassadas de socialização estão consolidando
verdadeiro atraso social, político, econômico, cultural e democrático, em
contrariedade às saudáveis conquistas da humanidade de liberdade de expressão e
das atividades democráticas.
Os brasileiros, embora sejam livres e soberanos, não
podem se arvorar no direito de chancelar, de forma pouco amadurecida sobre a
realidade dos fatos ocorridos nos últimos tempos no país, a continuidade do
retrocesso político-administrativo implantado pelo governo que vem atuando
intensa e ostensivamente com exclusivas práticas voltadas para a absoluta dominação
das classes social e política, com a utilização espúria de recursos públicos,
tendo por propósito a conquista da abominável perenidade no poder, com o
emprego de fins nada republicano e democrático para o atingimento de seus objetivos
de dominação plena da nação, em evidente prejuízo dos princípios modernizantes
de democracia e de desenvolvimento. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de outubro de 2014
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