Em
conformidade com vídeo divulgado pelo site do jornal “O Estado de S. Paulo”, um
deputado estadual do PT mineiro declarou durante reunião com dirigentes dos
Correios que a candidata oficial somente chegou aos 40% de intenções de
voto, em Minas Gerais, porque "tem
dedo forte dos petistas dos Correios”.
Diante
das denúncias de favorecimentos em referência, que demonstram verdadeiro crime
eleitoral, o presidente da estatal garantiu que “Os Correios não estão contribuindo com a campanha de qualquer candidato.
A reunião não ocorreu durante o
expediente e a empresa não custeou despesas relacionadas a ela.”. À toda
evidência, essas afirmações nada representam, ante a gravidade dos fatos, que
são absolutamente inadmissíveis, no Estado Democrático de Direito.
Os
Correios afirmaram, ainda, que “as
alusões feitas na matéria sobre participação de pessoas ligadas aos Correios em
atividades político-partidárias jamais podem ser entendidas como atuação da
empresa. A participação de algum
profissional, como cidadão, nessa ou em outra atividade, fora do âmbito dos
Correios e fora do seu expediente de trabalho, diz respeito à pessoa e não à
empresa”.
A
assessoria de campanha da presidente da República afirmou que “A campanha não mobiliza funcionários da
empresa. A única relação da campanha com os Correios ocorre mediante prestação
de serviços pagos, como já informados anteriormente ao Estado de S. Paulo”.
A
propósito das denúncias de aparelhamento dos Correios em prol da candidata
petista, a presidente da República classificou como "um absurdo" a denúncia divulgada pela imprensa sobre suposto
beneficiamento de sua campanha com ações dos Correios em Minas Gerais.
A
presidente rebateu as informações, sem apresentar nenhum argumento convincente,
apenas as refutou fazendo indagação aos jornalistas sobre o que eles teriam
achado da denúncia, dessa forma: “Gente,
vocês são jornalistas. Vocês acreditam nisso? Gente, nós estamos vivendo um
momento eleitoral e fica uma situação um pouco nervosa. Isso é um absurdo”.
Acontece que os fatos falam por si sós e justamente no período eleitoral que
suscitam os casos escabrosos, com a finalidade de prejudicar os adversários.
A
propósito da divulgação do vídeo em causa, a coligação do candidato tucano anunciou
que vai pedir investigação do caso ao Tribunal Superior Eleitoral, tendo
adiantado que também irá acionar a Justiça para apurar fundada denúncia de que
os Correios em Minas Gerais teriam deixado, propositadamente, de entregar
correspondências contendo seu material de campanha no estado.
Por
sua vez, a pessebista não poupou criticas ao suposto aparelhamento das empresas
públicas para, segundo ela, garantir a reeleição da presidente. Ela aproveitou
o indecente procedimento para justificar a sua defesa sobre o fim da reeleição
no país. A presidenciável disse que "Tenho
dito reiteradas vezes que sou contra a reeleição. A reeleição é uma chaga. Isso
tudo começou com compra de votos, com o mensalão no Congresso. Querem se
reeleger a qualquer custo".
Não
há dúvida de que configura mais do que absurdo, em pleno século XXI, ainda possa
existir tamanho disparate de pensamento ideológico, por se imaginar ser
possível a utilização de métodos muito comuns na velha República, como se isso
não evidenciasse falta de pudor ou sentimento de maldade contra os princípios
ético e moral.
Trata-se,
à toda evidência, de situação flagrada e denunciada pela mídia, que mostra o
verdadeiro desprezo à ética, que contribui para apequenar e envergonhar as
atividades político-administrativas, por evidenciar a forma inescrupulosa do uso
da máquina pública, em benefício da candidatura oficial.
Na
realidade, esse affaire, aliado às precariedades e indignidades na administração
do país evidenciam, contextualizadas com inúmeras irregularidades e corrupções
e má gestão das políticas públicas, que o partido do governo não tem projeto para
o país – e isso todo mundo está cansado de saber, menos seus filiados e aqueles
que não estão nem aí para nada –. Há, isso sim, todo esforço por parte de ocupantes
de cargos comissionados – que ultrapassam de dezenas de milhares – para não
perderem as benesses do poder, como no caso dos Correios, que têm disposições,
como visto, para trabalhar em benefício apenas da candidata oficial, como forma
de manter o status quo.
Na
forma como a administração pública se encontra estruturada, mantida sob
eficiente e adequado aparelhamento montado nos órgãos e nas entidades públicos,
nos moldes que não se admite nem pensar na salutar alternância do poder,
exatamente porque a classe dominante não consegue mais viver fora do governo,
que já se transformou em propriedade privada do partido governista, ainda que
tenha dividir as benesses com aliados integrantes da sua base de sustentação,
mediante o loteamento de cargos públicos, como forma de garantir a perenidade
no poder.
Nas
democracias evoluídas, a manutenção no poder é comprovada pela eficiência do
governo, mas no país tupiniquim isso funciona exatamente ao contrário, ou seja,
a permanência no poder se dá por questão de honra dos privilégios e das
diversidades dos benefícios conquistados ao longo de mais de década de gestão
deletéria e prejudicial aos interesses nacionais.
A
ansiedade quanto à possível perda do poder provoca inquietações no seio do
partido que é capaz de fazer qualquer coisa para não precisar limpar as gavetas
da Esplanada, a exemplo desse lamentável episódio dos Correios, em que as
cartas da candidata petista tiveram prioridade, enquanto as dos opositores dela
se atrasaram no caminho, se não tiverem sido extraviadas de propósito.
É
evidente que há intrínseca necessidade de se brigar pela permanência no poder,
para que as conquistas materiais, que já se tornaram patrimônio dos
“cumpanheros” não se diluíam de repente, na fumaça da incompetência, por mera
disputa eleitoral, que, nas nações desenvolvidas, são travadas sob pálio da
rígida observância aos princípios democráticos, evidentemente sem o uso da
máquina pública, por isso se caracterizar crime eleitoral.
O
partido governista está pouco interessado se a disputa eleitoral deva envolver
ou não ideologias, valores éticos e morais ou princípios acerca da eficiência
do desempenho da administração do país, quanto à busca da melhoria das
condições de vida da população ou ao desenvolvimento da nação, porque isso
destoa da arraigada defesa do poder, que é seu objetivo primordial, não
importando os fins para serem atingidos os meios.
Compete
à sociedade eleger o estadista que tenha efetivas capacidades e condições para
trabalhar, com plenas disposições, para a construção de um Brasil novo e
diferente ao atual, tendo por mira a sua moralização e modernização, mediante a
promoção de profundas e abrangentes reformas das ultrapassadas, ineficientes e
contraprodutivas estruturas constantes do arcabouço engendrado pela
incompetência e pela ideologia político-administrativa mantidas com
exclusividade para a perenidade no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de outubro de 2014
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