Na
atual conjuntura político-administrativa, o grande problema do Brasil se
concentra na democracia capenga, onde a oposição se mostra fragilizada pela
incompetência e imaturidade de não cumprir seu principal papel de fiscalizar a
gestão governamental, transferindo para os meios de comunicação a incumbência
de desempenhar tal importante missão.
Como
nenhuma reforma foi promovida nos últimos anos, houve o progressivo surgimento
da corrupção sistêmica e endêmica na administração pública, havendo a sua
banalização, a ponto de o governo se vangloriar de ter criado equipe
especializada destinada às investigações das irregularidades, quando o normal
seria não haver a esculhambação de a todo instante ser preciso apurar mais um
caso de corrupção, a exemplo da Petrobras, onde surge um episódio em sequência
ao outro.
Os
brasileiros já deram suficientes mostras de que são absolutamente comodistas,
no que se refere à escolha do estadista para administrar o país. Veja-se a
enorme dificuldade que eles têm de entender o que seja gerenciar o país com as
potencialidades como o Brasil, cujo governo, de forma populista e
socialista, apenas priorizou a distribuição de renda, sem a menor preocupação
com as demais políticas governamentais.
Na
verdade, os simpatizantes do socialismo apenas percebem que o governo petista
se esforçou, evidentemente sem “segundas” intenções, para fomentar os programas
assistencialistas, aproveitando todo tempo para fazer marketing sobre seus
feitos, como se isso não tivesse o viés eleitoreiro, como visto no resultado da
última eleição, com expressiva votação para a candidata governista, tudo faz
para permanecer no poder.
O
governo competente e preocupado não somente com o desenvolvimento social,
certamente teria priorizado suas políticas para o aperfeiçoamento, o
aprimoramento e a modernidade dos demais sistemas político, eleitoral,
econômico, tributário, previdenciário, administrativo, trabalhista, tecnológico
etc., de modo a promover a reformulação desses sistemas, tendo como objetivo a
eliminação dos obstáculos e dos gargalos que contribuíram para dificultar o
crescimento econômico do país.
Os
exemplos dos entraves são evidenciados nos descontroles das contas públicas,
das dívidas públicas, das taxas de juros, da inflação, na injustificável carga
tributária, no fisiologismo ideológico predominante na administração pública e
nas inumeráveis precariedades que atravancam o progresso do país, a exemplo do
custo Brasil, que vem contribuindo positivamente para a desindustrialização e o
tangimento do país do capital estrangeiro, cujos investidores já perceberam que
a falta de competitividade da produção nacional é prejudicial à aplicação do
seu dinheiro no Brasil.
Além
dos baixos indicadores de crescimento econômico, conforme evidenciados pelo
ridículo desempenho do Produto Interno Bruto, com crescimento negativo no
primeiro semestre do corrente ano, o governo padece da pior crise de
credibilidade pelos sucessivos escândalos de corrupção batendo à sua porta,
como os desastrosos rombos no patrimônio da Petrobras, que o governo insiste em
tanger para longe do Palácio do Planalto as sequelas maléficas dos prejuízos
decorrentes da malsucedida compra da sucateada e superfaturada refinaria de
Pasadena, no Texas, por preço exorbitante e altamente prejudicial aos
interesses nacionais, da dos estragos revelados pela Operação Lava-Jato da
Polícia Federal.
Não
obstante à desmoralização da administração pública, o governo ainda teve a
infelicidade de implantar o indigno e condenável sistema do fisiologismo
ideológico no serviço público, mediante o indecente loteamento de ministérios e
empresas estatais entre os partidos integrantes da sua base de sustentação no
Congresso Nacional, tendo por finalidade o fortalecimento e a consolidação do
seu principal projeto de perenidade no poder.
Trata-se,
como se vê, de governo que se destacou pela disposição de privilegiar o
desenvolvimento social, com a distribuição de renda às famílias carentes,
programa esse que poderia ser feito por qualquer governo, não fosse a primorosa
consecução, a qualquer custo, dos programas visando à permanência no poder,
para a qual todos os esforços foram despendidos, inclusive relegar a planos
secundários os projetos e as metas de desenvolvimento do país.
Infelizmente,
as pessoas estão radiantes diante do governo populista, que não se cansa de se
vangloriar de seu feito, que ainda culpa a classe burguesa e imprensa
tendenciosa de se opor aos grandes legados dele, que ainda considera normal a
construção de porto, aeroportos, estradas, hospitais e importantes obras em
países governados por ditadores, além do perdão do pagamento de dívidas
referentes a empréstimos concedidos a países africanos.
Não
se trata de relativizar os avanços do governo, mas sim de se avaliar com
sensibilidade e consciência os efeitos perversos das precariedades pela
prestação dos serviços públicos, evidenciados na saúde, na educação, na
segurança pública, nos transportes, no saneamento básico, na infraestrutura
etc., conforme os protestos das ruas, no ano passado, mostrando o desgoverno e
as deficiências administrativas.
Compete
à sociedade se conscientizar sobre os reais benefícios e malefícios promovidos
pela gestão petista para os brasileiros, sem essa de se colocar culpa
inexistente no coitadinho do governo, como se ele não tivesse mácula, mas
somente bondade, embora as precariedades e as mazelas suplantem sobejamente os
programas sociais que, por si sós, são incapazes de justificar a administração
do Brasil, ante as potencialidades e riquezas do país, cuja gestão não pode se
limitar ao gerenciamento da distribuição de renda, como se só isso, que é
importante, fosse motivo suficiente para se dispensar a eficiência e
eficácia na execução dos demais programas de governo, que não pode se
descurar da estrita observância aos salutares princípios da legalidade, do
decoro, da moralidade, da transparência e da dignidade, tendo a
responsabilidade de se estruturar para evitar e combater com firmeza as
irregularidades e as corrupções com recursos públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de outubro de 2014
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