À vista dos tensos debates ocorridos na televisão
entre os candidatos à Presidência da República, observada a humildade que se
exige nessas circunstâncias, sugere-se a eles, em especial ao tucano, que ele
não precisa descer do local conquistado de honradez e dignidade para discutir
com a presidenciável petista.
A melhor postura para se marcar firmeza de posição exige
concentração, calma e tranquilidade para responder ou indagar com serenidade os
temas colocados em discussão.
Não fica bem para o telespectador ouvir de
candidatos a presidente da República termos agressivos e depreciativos, mesmo
que eles possam ser merecidos, como, aliás, todos os foram, nas circunstâncias,
mas isso termina voltando contra o autor das colocações.
Verbete como leviandade e outros igualmente
depreciativos não ficam bem em debate de alto nível, mesmo que o momento possa
exigir colocações dessa natureza, mas, à toda evidência, a deselegância pode
implicar que o adversário revide, baixando ainda mais o nível da discussão, em
prejuízo para os contendores e telespectadores.
É evidente que a coordenação de campanha já deve
ter alertado para os fatos negativos perante a opinião pública, em razão das
colocações depreciativas usadas nos debates, mas os presentes alertas objetivam
prestar contribuição para o tucano procurar mostrar apenas competência,
segurança, domínio e, sobretudo, muito equilíbrio no comando das exposições, de
forma serena e acima de tudo com educação compatível com a liturgia inerente ao
estadista de alto nível, sempre se policiando para não sair da linha e evitar agressão
verbal para não prejudicar a beleza do desempenho, que deve primar pela
excelência da qualidade, sem necessidade de atrevimento de se mostrar senão a
dignidade e a honradez no trato da coisa pública.
Com certeza, o comportamento de estadista ganha
muitos pontos se souber se desincumbir da árdua missão apenas de maneira
sóbria, ponderada e respeitosa, porque a tão ansiada mudança também exige que o
candidato seja moderado, educado, respeitoso, inteligente, competente, como
forma, em especial, de prestigiar seus eleitores e outros que podem aderir ao
projeto de mudança pela simpatia com que são tratadas as questões e as pessoas.
O bom candidato deve ser comedido nas colocações,
evitando se expor ao ridículo de pretender ser melhor do que o adversário,
forçando situação para tentar superá-lo a qualquer custo; magnânimo, em
permitir, sem contestar que seu adversário apareça com suas histórias
fantasiosas, porque os fatos em si cuidam de mostrar quem está com a razão; gentil,
ao invés de agredir com o intuito de imaginar que isso possa render dividendos,
conquanto seu resultado funciona ao contrário do pretendido; sensato, ao evitar
agir por impulso, ao querer ensinar a fazer algo à sua maneira, porque nem
sempre isso é a forma mais adequada às situações; prudente, não decidindo com
precipitação e se sentir zangado, porque o estrago poderá ser insanável;
otimista, respondendo as questões com entusiasmo, sem exagero, evitando
depreciar ainda mais, de forma forçada, a falta de qualidades de pessoas;
humildade, reconhecendo, sem maiores resistências, os erros do passado,
mostrando que eles serviram de lição para que falhas semelhantes não voltem a
acontecer; entre outros salutares hábitos que devem integrar a vida dos homens
públicos.
O candidato deve saber o momento exato de assumir importantes
compromissos para melhorar seus propósitos, sem que isso implique a desvalorização
das pessoas.
O candidato não pode olvidar de que se pode perder,
de vez em quando, a batalha, com o fim de possibilitar a vitória na guerra,
desde que não haja precipitação, nem atitudes afoitas, para não pôr tudo a perder.
Ainda que a situação possa parecer muito difícil, o
candidato deve manter a tranquilidade e a cabeça fria, para que não haja maiores
complicações nas suas ideias.
No julgamento dos fatos, o candidato deve se
esforçar para ser agradável e justo, evitando menosprezá-los e de igual modo as
pessoas envolvidas.
O presidenciável tem obrigação de estar preparado
para causar boas impressões sempre nas primeiras intervenções, porque as
dificuldades para repeti-las são bem maiores na segunda chance.
É muito importante que o presidenciável saiba que
os exemplos jamais serão ignorados pela população, mas os conselhos são pouco
ouvidos e seguidos como modelo de comportamento.
O bom senso apela para que o futuro presidente do
país tenha a humildade e a grandeza de reconhecer que a simplicidade também se
encaixa muito bem nos grandes homens públicos, que sempre podem contar com o
apoio da sociedade.
O candidato deve ter inteligente suficiente para
compreender que a assessoria qualificada e preparada pode transmitir o respaldo
necessário à sua tranquilidade e segurança para observar e respeitar os princípios
da dignidade e da responsabilidade, que são indispensáveis nos momentos tensos
e desgastantes dos debates.
Pelo bem do Brasil e da democracia, espera-se que os
candidatos sejam menos agressivos nos debates na televisão e fora dela,
procurando ser mais geniais no seu desempenho como homens públicos sinceros,
respeitadores e honestos com seus propósitos, porque é assim que eles podem
conquistas os votos dos brasileiros, sob os auspícios da civilidade, dignidade e democracia, princípios basilares para o país que aspira ao desenvolvimento social, político, econômico, cultural e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de outubro de 2014
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