domingo, 19 de outubro de 2014

Alertas sobre boas condutas

À vista dos tensos debates ocorridos na televisão entre os candidatos à Presidência da República, observada a humildade que se exige nessas circunstâncias, sugere-se a eles, em especial ao tucano, que ele não precisa descer do local conquistado de honradez e dignidade para discutir com a presidenciável petista.
A melhor postura para se marcar firmeza de posição exige concentração, calma e tranquilidade para responder ou indagar com serenidade os temas colocados em discussão.
Não fica bem para o telespectador ouvir de candidatos a presidente da República termos agressivos e depreciativos, mesmo que eles possam ser merecidos, como, aliás, todos os foram, nas circunstâncias, mas isso termina voltando contra o autor das colocações.
Verbete como leviandade e outros igualmente depreciativos não ficam bem em debate de alto nível, mesmo que o momento possa exigir colocações dessa natureza, mas, à toda evidência, a deselegância pode implicar que o adversário revide, baixando ainda mais o nível da discussão, em prejuízo para os contendores e telespectadores.
É evidente que a coordenação de campanha já deve ter alertado para os fatos negativos perante a opinião pública, em razão das colocações depreciativas usadas nos debates, mas os presentes alertas objetivam prestar contribuição para o tucano procurar mostrar apenas competência, segurança, domínio e, sobretudo, muito equilíbrio no comando das exposições, de forma serena e acima de tudo com educação compatível com a liturgia inerente ao estadista de alto nível, sempre se policiando para não sair da linha e evitar agressão verbal para não prejudicar a beleza do desempenho, que deve primar pela excelência da qualidade, sem necessidade de atrevimento de se mostrar senão a dignidade e a honradez no trato da coisa pública.
Com certeza, o comportamento de estadista ganha muitos pontos se souber se desincumbir da árdua missão apenas de maneira sóbria, ponderada e respeitosa, porque a tão ansiada mudança também exige que o candidato seja moderado, educado, respeitoso, inteligente, competente, como forma, em especial, de prestigiar seus eleitores e outros que podem aderir ao projeto de mudança pela simpatia com que são tratadas as questões e as pessoas.
O bom candidato deve ser comedido nas colocações, evitando se expor ao ridículo de pretender ser melhor do que o adversário, forçando situação para tentar superá-lo a qualquer custo; magnânimo, em permitir, sem contestar que seu adversário apareça com suas histórias fantasiosas, porque os fatos em si cuidam de mostrar quem está com a razão; gentil, ao invés de agredir com o intuito de imaginar que isso possa render dividendos, conquanto seu resultado funciona ao contrário do pretendido; sensato, ao evitar agir por impulso, ao querer ensinar a fazer algo à sua maneira, porque nem sempre isso é a forma mais adequada às situações; prudente, não decidindo com precipitação e se sentir zangado, porque o estrago poderá ser insanável; otimista, respondendo as questões com entusiasmo, sem exagero, evitando depreciar ainda mais, de forma forçada, a falta de qualidades de pessoas; humildade, reconhecendo, sem maiores resistências, os erros do passado, mostrando que eles serviram de lição para que falhas semelhantes não voltem a acontecer; entre outros salutares hábitos que devem integrar a vida dos homens públicos.
O candidato deve saber o momento exato de assumir importantes compromissos para melhorar seus propósitos, sem que isso implique a desvalorização das pessoas.
O candidato não pode olvidar de que se pode perder, de vez em quando, a batalha, com o fim de possibilitar a vitória na guerra, desde que não haja precipitação, nem atitudes afoitas, para não pôr tudo a perder.
Ainda que a situação possa parecer muito difícil, o candidato deve manter a tranquilidade e a cabeça fria, para que não haja maiores complicações nas suas ideias.
No julgamento dos fatos, o candidato deve se esforçar para ser agradável e justo, evitando menosprezá-los e de igual modo as pessoas envolvidas.
O presidenciável tem obrigação de estar preparado para causar boas impressões sempre nas primeiras intervenções, porque as dificuldades para repeti-las são bem maiores na segunda chance.
É muito importante que o presidenciável saiba que os exemplos jamais serão ignorados pela população, mas os conselhos são pouco ouvidos e seguidos como modelo de comportamento.
O bom senso apela para que o futuro presidente do país tenha a humildade e a grandeza de reconhecer que a simplicidade também se encaixa muito bem nos grandes homens públicos, que sempre podem contar com o apoio da sociedade.
O candidato deve ter inteligente suficiente para compreender que a assessoria qualificada e preparada pode transmitir o respaldo necessário à sua tranquilidade e segurança para observar e respeitar os princípios da dignidade e da responsabilidade, que são indispensáveis nos momentos tensos e desgastantes dos debates.
Pelo bem do Brasil e da democracia, espera-se que os candidatos sejam menos agressivos nos debates na televisão e fora dela, procurando ser mais geniais no seu desempenho como homens públicos sinceros, respeitadores e honestos com seus propósitos, porque é assim que eles podem conquistas os votos dos brasileiros, sob os auspícios da civilidade, dignidade e democracia, princípios basilares para o país que aspira ao desenvolvimento social, político, econômico, cultural e democrático. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 19 de outubro de 2014

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