O resultado das urnas mostrou a real importância do
programa Bolsa Família no cômputo dos votos para a candidata oficial,
notadamente no caso específico do Nordeste, onde ela obteve votação altíssima,
na média de 60% dos votos válidos, ficando muito patente a poderosa influência
desse programa assistencialista na preferência dos eleitores pela candidata
governista.
Trata-se, indiscutivelmente, de programa de suma
relevância para a população bastante carente do Nordeste, que,
inexplicavelmente, vincula o pagamento do benefício à figura da presidente da
República e até mesmo do próprio PT, partido a que ela pertence.
Não há como convencer os nordestinos de que o Bolsa
Família é tão somente uma forma de distribuição de renda que integra,
necessariamente, senão as políticas de Estado que qualquer governo, não
importando a sua ideologia ou partido, tem o dever constitucional de mantê-las
em plena execução.
Diante disso, apesar de parecer muito clara a
situação desse programa, é quase impossível se promover campanha de
esclarecimentos junto aos bolsistas, no sentido de ser mostrados a eles a realidade
de que a mudança de governo não altera, absolutamente em nada, a forma de
execução do programa em causa, porque é interesse do governo que sejam cumpridos
os ditames constitucionais sobre a sua competência institucional de prestar assistência
financeira às famílias carentes.
É evidente que o candidato de oposição deve repisar,
de forma enfática, a importância do programa para a população cadastrada e da
existência dele como forma de valorização social, fatos que ensejam a sua continuidade,
o qual terá especial atenção no seu gestão, entre as prioridades do programa de
governo, ante o notório reconhecimento das dificuldades de emprego e de renda existentes
na região nordestina.
Não obstante, à vista da consolidação do
entendimento dos nordestinos sobre o Bolsa Família, com forte vinculação ao PT,
como se o dinheiro para o pagamento do benefício também tivesse origem desse
partido, conviria que o candidato de oposição, num esforço hercúleo,
prometesse, agora, o quanto antes, com a maior urgência, a criação de projeto
de impacto para a região nordestina, como forma de neutralizar a força do
aludido programa, no plano eleitoral, e o seu peso em prol da candidata
oficial.
Essa iniciativa certamente faria com que o eixo dos
interesses pelo Bolsa Família, já tornado consistente entre os beneficiários, fosse
imediatamente desviado para o novo projeto, por se tratar de algo de suma
importância social e econômica para o desenvolvimento do Nordeste e do país.
A ideia considerada viável e de fácil execução
chama-se polo de desenvolvimento, nos moldes do projeto da Zona Franca de Manaus,
que seria implantado estrategicamente em localidades do interior do alto sertão
dos estados nordestinos, em regiões altamente carentes de investimentos e de
desenvolvimento.
Com absoluta certeza, o projeto se encaixaria como
uma luva no curso da campanha eleitoral, por propiciar impressão ou sensação
muito forte em embate eleitoral, especialmente por atrair a atenção para algo
diferente e especial que não tem sido objeto de discussão.
Não há dúvida de que se trata de projeto de efetivo
impacto e objetiva desviar o foco do ridículo e improdutivo debate que vem
sendo travado, entre candidatos, sobre escândalos, irregularidades e corrupções
típicos das colunas policiais, por envolverem a dilapidação do patrimônio público,
dada a constância dos escândalos que possibilitaram a sua banalização na
administração pública.
Em síntese o projeto revolucionário desta eleição
pode ser denominado Zona Franca do Nordeste, versão I, II, III e tantos quantos
forem necessários ao desenvolvimento do país, tem a finalidade de atrair
maciços investimentos da iniciativa privada para localidades paupérrimas, para
a industrialização de produtos definida pelo governo, sob as condições de
incentivo fiscal nos moldes do que já existe em Manaus.
Por certo, o projeto, por sua relevância
estratégica política e socioeconômica, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento
de algumas regiões onde, atualmente, inexistem emprego e oportunidade de trabalho
para a população em condição e capacidade de produção.
Importa se vislumbrar a real possibilidade do
incremento de investimentos em localidades totalmente esquecidas e abandonadas
pelo governo federal, as quais, com a implantação do projeto de impacto,
passarão a contribuir para o desenvolvimento não somente das regiões-sede, mas
também do país, com o incremento da produção, do turismo e do microempreendedorismo,
uma vez que este terá o poder de se alastrar pelas proximidades do polo de
produção, entre tantos e abrangentes benefícios que hão de resultar dessa
importante iniciativa, que terá o condão de transformação social e econômica.
À vista do exposto, não há dúvida de que o projeto aqui
aventado possibilitará importante injeção de motivação para se atrair a atenção
dos nordestinos para a candidatura de oposição, ante a sua clara demonstração de
interesse em contribuir para a efetiva melhoria das condições de vida do povo
nordestino, com iniciativa que irá envolvê-lo em projeto de desenvolvimento das
localidades antes relegadas e totalmente improdutivas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de outubro de 2014
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